Bon Voyage é um filme de 2003, com a belíssima Isabelle Adjani, Gérard Depardieu,Virginie Ledoyen e Grégori Derangère, que recua até 1940 e à invasão da França pelas forças nazis.
É uma longa elegante, que pretende recuperar a magia do cinema de antanho, dos anos 30. Um projecto ambicioso do realizador, portanto. Oscila entre o drama e a comédia, a ligeireza e a densidade. Eu não estaria tentado a vê-la como uma reconstituição de um período espinhoso da história recente francesa, senão como uma história de amor, praticamente um triângulo amoroso, com nuances históricas, que se desenrola embalada pelo contexto da Paris daqueles anos tensos e atribulados, com as tropas de Hitler à porta. A sociedade parisiense refugia-se, então, no sul do país, a designava França Livre de Vichy.
Eu diria que tem algum encanto pela opulência do guarda-roupa, dos cenários, e sobretudo pela actuação de Isabelle Adjani, teatral, num overacting mais contido, se o encararmos como uma narrativa romanesca. Faltou um equilíbrio entre a aparência e a substância, visto tratar-se de uma grande produção. Houve, efectivamente, o cuidado em criar algo que enchesse a vista, faltando-lhe, porém, aquele toque de magia que o deixaria inesquecível, um grande filme popular de excelência. A parte histórica poderia ter sido melhor aproveitada. Há apenas umas superficiais alusões a Pétain e a De Gaulle. Pela satisfação que me proporcionou e pela última cena, inteligente, bem idealizada, considerei-o uma boa opção da minha parte. Só lhe faltou ser arrebatador.
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