La plaza De Castro Caldelas |
31 de maio de 2021
Castro Caldelas.
29 de maio de 2021
Dias.
24 de maio de 2021
Eurovision Song Contest 2021.
21 de maio de 2021
La crisis de Ceuta.
17 de maio de 2021
Día das Letras Galegas e Día Internacional Contra a LGBTfobia.
16 de maio de 2021
Eva Wilma (1934-2021).
Eva Wilma enquanto Altiva, em A Indomada (1997) |
13 de maio de 2021
Maria João Abreu (1964-2021).
12 de maio de 2021
Sporting, campeão 2020/21.
Sportinguista, fiquei bastante feliz com a vitória de ontem do Sporting, que lhe permitiu, ainda antes do fim oficial do campeonato, consagrar-se campeão. Acompanhei o jogo, estando no estrangeiro, através de uma aplicação da NOS (operadora de televisão) da minha mãe, e o rescaldo, com os efusivos festejos, pela RTP Play, que instalei na minha televisão. Podia tê-los visto pela dita aplicação, que me possibilita visionar a televisão portuguesa tal qual como se estivesse em Portugal, conquanto disponha ainda da RTP Internacional, proporcionada pela minha assinatura de televisão com uma operadora espanhola. Enfim, tenho demasiado, mais do que preciso.
Aquelas multidões que ignoravam o quadro de contingência sanitária em que estamos preocuparam-me e provocaram-me o assombro, mas não culpabilizo a PSP ou a DGS, como uns por aí. As pessoas têm de ser as primeiras a tomar a responsabilidade pelos seus actos. Não sendo a pandemia uma novidade, que há ano e meio que conhecemos as restrições que nos provoca, inclusive comprimindo direitos e garantias, tão-pouco podemos aludir à ignorância. O que se deu foi uma incúria generalizada, fomentada sobretudo pela nossa extraordinária capacidade de viver na negligência e transgressão constantes. Os anos em que o Sporting esteve à espera do primeiro lugar na liga não o explicam igualmente. Fossem o Benfica ou o Porto campeões e veríamos exactamente o mesmo. Enfim, o futebol é uma modalidade extremamente competitiva. Nestes momentos de vitória, há não somente uma descarga de energia contida como a necessidade de afirmação e provocação diante do adversário. Eu iria mais longe: estas rivalidades têm até um certo efeito catártico, afastando-nos do confronto directo. As massas focalizam a sua necessidade de guerrear para estes desportos de ampla aceitação social.
Parabéns ao Sporting, e não se esqueçam do quão feliz estaria (ou estará) a Maria José Valério, falecida há pouco tempo sem poder ver o clube que levou ao coração (e no cabelo) e cantou como campeão nacional de novo, vinte anos depois.
As Vinhas da Ira.
Terminei de ler neste exacto momento as mais de quatrocentas páginas de um dos aclamados romances do século XX, e parece que levei um murro no estômago. As Vinhas da Ira é o mais duro retrato da exploração do homem pelo homem que li, aquela que cava miséria tal que nos trespassa a alma, inimaginável. Desde logo, apresenta-nos uns EUA diferentes daqueles a que estamos acostumados, mergulhados na Grande Depressão que forçou ao êxodo de milhões para a Califórnia, sujeitando-se a condições de subsistência indignas.
O autor foi acusado de colaborar com os socialistas, os vermelhos, como no livro se lhes chama. Eu não vejo a apologia do socialismo, senão um retrato vívido da desigualdade social gerada por um capitalismo que devasta tudo quanto toca, do pequeno proprietário ao assalariado rural. Oitenta anos depois, continuamos a discutir o tema que Steinbeck considerou pertinente em 1939. Naquele tempo, a URSS era relativamente recente, Mao ainda não havia tomado o poder em Pequim. O sonho de um socialismo utópico pairava. Como idealizado, assenta numa ideia de igualdade e distribuição da riqueza e da terra que nos parece justa. Este modelo, o que temos, de economia de mercado, falhou, como falhou, no início dos 90, o regime soviético. As terceiras vias, encarnadas por regimes como os de Oliveira Salazar, mostraram-se igualmente incapazes de cumprir com o arquétipo cada vez mais inatingível de igualdade que, sim, é imperiosa e desejada. Não encaro a desigualdade como uma condição inevitável de haver dois homens com características e capacidades diferentes, porquanto sabemos que as oportunidades não são iguais para todos, que muito há a fazer para se cumprir com aquilo com que os Estados da Europa Ocidental, nomeadamente, se comprometeram. Nos EUA, tudo muda de figura. Por lá, a noção de Estado social é encarada com profunda desconfiança.
A meritocracia é uma falácia. Sabemos, hoje, que crianças nascidas em meios pobres se ficam aquém nos estudos comparativamente àquelas que nascem em meios favorecidos, ou seja, já se nasce inquinado, quase fadado a determinada sorte, salvo em raras excepções, que contudo não contrariam a regra.
Provavelmente, as Vinhas da Ira é aquela obra a que não se deve chegar aos trinta anos sem ler. Redimi-me. Parece-me mais que aconselhada: obrigatória.
11 de maio de 2021
Miniférias... em Santiago de Compostela.
7 de maio de 2021
Miniférias... na Corunha.
5 de maio de 2021
Las elecciones autonómicas de Madrid.
España es, al revés de Portugal, un estado de naciones, un estado regional dotado de autonomías. Cada una de esas regiones ha ganado el derecho a elegir a sus representantes locales. Podemos comparar su estatuto con lo que tienen las autonomías portuguesas, las Azores y Madeira. Ayer, los madrileños han elegido a su gobierno autonómico. El PP ha obtenido una extraordinaria victoria a expensas de las izquierdas, en particular de Pablo Iglesias, que quedó en último lugar. Los socialistas del PSOE tampoco pueden quedarse tranquilos con el resultado, el peor de siempre en la comunidad.
Evidentemente, hay una extrapolación de este resultado regional a la política nacional. En este contexto de pandemia, son muchos los que ven un fracaso de las políticas de Pedro Sanchéz en la gestión sanitaria, un desgaste que probablemente conducirá al PP o incluso a la extrema derecha a La Moncloa. Pablo Iglesias ha comunicado al país que abandonaría la política, una decisión in extremis, una autoresponsabilización inevitable, alejándose mientras recupera su condición de uno de los grandes líderes de la izquierda española.
Yo he seguido estas elecciones con relativa indiferencia, no queriendo atribuirles una importancia excesiva. Además, hay otros asuntos que, en este momento, me merecen más atención. En los últimos tiempos, he aprendido que no debemos perder demasiado tiempo con circunstancias puntuales. La realidad cambia a toda prisa. La pérdida de energía con la política y sus sucíos meandros no es dignificante y nos aleja de lo esencial.
3 de maio de 2021
XIII Aniversário.
Passaram-se treze anos desde o dia em que inaugurei o blogue, e este ano farei uma exposição diferente das habituais que têm por único mote assinalar a efeméride. Dar-lhes-ei conta de uma mudança que provavelmente foi perceptível para a maior parte dos que me acompanham. Uma mudança que teve repercussões nas poucas interacções que ainda mantinha após o longo período de incerteza que envolveu a chamada blogosfera.
Durante anos, fiz parte, como quase todos, de um esquema que gradualmente me foi provocando alguma repulsa. Apercebi-me de que a maioria não escrevia por gosto ou apetência, mas tão-somente para receber aquilo que considerei ser estímulos ao ego, comentários de bajulação, que não justificavam o que entendia dever ser a prioridade numa rede social não tão imediata, e disso me fui dando conta com algumas participações de pessoas que verdadeiramente liam e interpretavam, opinavam de modo esclarecido, contribuíam para desenvolver ou aprofundar temas que apresentava.
Ter-me-ia sido mais fácil recolher-me ao silêncio (quando nada tens de bom para dizer, nada digas), mas não. Passei a ser absolutamente transparente nas minhas posições sobre o que lia, criticando, admitindo que roçando até a aspereza, também de certa forma para provocar alguma reacção. Ser o revés daquilo que se esperava, ainda daquela lógica da adulação virtual que não mais me fazia qualquer sentido, afinal, se seguia determinados espaços e se as pessoas os têm públicos, com a opção de comentários disponível, porque não escrever o que se me ocorria dizer?
Fui alvo de todo o tipo de ataques de índole pessoal, inclusive de mortos que ressurgiram sabe-se lá de onde para me procurar achincalhar (um deles com quem tive um desaguisado em 2010 e que, onze anos depois, surgiu do nada para tirar ilações não sobre mim, que isso é possível e legítimo à luz do que escrevo, mas sobre a minha vida pessoal). Quando comentava os blogues e ia além dos limites do outro, fazia-o tendo em conta a interpretação prévia àquilo que acabara de ler; não é verdade que não possamos conhecer alguém somente pelo que escreve, sobretudo quando quem escreve elabora textos de cariz íntimo, pessoal. Como eu acabo por passar a ideia de mal-educado e arrogante, quem leio assume, perante mim, um esboço, e começo a formular uma concepção acerca da personalidade daquela pessoa. Nalguns casos, são blogues que acompanho há mais de uma década.
De todas as inimizades -se é que é um termo apropriado neste contexto- que fui colhendo aqui e acolá, custa-me relativamente apenas a de um rapaz, e ele sabe quem é, que conheço... já lhe perdi a conta... e que reconhecia como sendo um amigo real. No demais, concebo que cada um possa reagir como quer. As publicações que me visaram, e serei de novo absolutamente transparente, foram recebidas por mim com tranquilidade e algum humor. Há três pessoas que me importam e que sei que me amam, a minha mãe, o meu pai e o meu marido. Tudo o que sobeja, com excepção de algumas poucas pessoas (o tal rapaz que referi ali está incluído, e um querido amigo que anda ausente, o M.), são contactos pontuais. No caso dos blogues, há uma plataforma, há um texto. Há ainda uma caixa de comentários. Comento, se quiser, sem ânimo de procurar rebaixar e sem me preocupar excessivamente com o reflexo em quem lê.
O blogue continuará a existir, como já o disse, enquanto me fizer sentido. Escrevo -e também o disse- para mim. Não necessito sequer que me leiam. Eu sou eu e sou ainda o meu entorno querido, independentemente de ser malquisto pelo resto, que é... resto.
Obrigado aos que continuam aí, não obstante.
Mark
2 de maio de 2021
Nomadland.
“Nomadland” trata da quebra dos vínculos sociais a ponto de uma total dessocialização, uma ausência de ligação à colectividade, excepto aos que partilham dos mesmos valores de erraticidade e desprendimento.
Frances McDormand iguala Meryl Streep em prémios Oscar, e merecidamente, que a sua interpretação é inenarrável. No entanto, há que fazer uma pequena ressalva: McDormand esteve como peixe na água, permitam-me a expressão. Em “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”, a actriz interpretou, se a memória não me falha, uma mulher com uma vivência rural e desagregada que provavelmente terá motivado a sua escolha para este “terra nómada”.
É uma estória deprimente? É-o, como a vida sem as cores que lhe damos para a tornar mais suportável. Há quem se recuse a cumprir com os padrões estabelecidos e tome efectivamente as rédeas do seu destino, ignorando automatismos sociais, normas comportamentais, obrigações decorrentes da própria manutenção daquilo que consideramos ser um patamar de dignidade. Na “terra dos nómadas”, há dignidade, há normas, mas não há uma escravidão ao trabalho, ao dinheiro; uma preocupação com a aparência. Existências numa primeira análise desprovidas de raízes, ainda que as tenham no espírito de cooperação que se estabelece entre quem divide um estilo de vida comum.