12 de janeiro de 2025

Adiamento.


   A minha avó materna morreu no dia 1 de Janeiro deste ano. Não necessitam dar-me os pêsames. Não a via há uns vinte anos, e sinceramente não era pessoa do meu agrado. Pouco convivemos. Ela morava no Alentejo; eu, em Lisboa. Via-a na Páscoa e no Natal, e nem sempre. Não foi uma boa mãe para a minha mãe, tão-pouco foi uma boa avó comigo. Era uma mulher difícil, meio bruta, um pouco perturbada mentalmente também (creio). 

  Sucede que a sua morte veio-me baralhar as contas, passo a expressão. Como lhes disse há uns tempos, eu movi um processo judicial contra a minha avó e a minha tia. Tendo morrido a mulher agora, antes do julgamento (que entretanto foi adiado do dia 6 de Janeiro para o dia 20 de Fevereiro por sobreposição de agendas), o mais provável é que a juíza suspenda a instância até se proceder à habilitação de todos os herdeiros, isto é, mais tempo, mais dinheiro e um adiamento do julgamento, o mesmo que dizer, do veredicto que pretendo. 

   Na altura que falei deste assunto não quis entrar em detalhes, e agora também não o farei. Digo apenas que este processo nada tem que ver com heranças ou dinheiro -geralmente as pessoas movem-se por dinheiro-. É uma questão muito antiga, delicada, que na verdade competia à minha mãe ter sido tratada, mas que ela, por displicência, indiferença e desconhecimento, não tratou. Afecta-me indirectamente, tenho legitimidade, e portanto sigo eu, para obter o reconhecimento de um direito, algo que quero muito, que mexe com a minha honra e com outros direitos pessoalíssimos e dos quais não abdico. Irei até ao fim, doa a quem doer, suceda o que suceder. 

4 de janeiro de 2025

Paris III (Versailles, Revolução, Campos Elísios e Arco do Triunfo).


    No nosso terceiro dia, tínhamos programado ir ao Palácio de Versailles, um indispensável numa viagem a Paris, embora não fique exactamente em Paris, senão nos arredores da cidade, quiçá a uns 20 km. Há transportes públicos, designadamente comboio suburbano, mas, ao sabermos da greve, convocada de forma súbita, achámos melhor ir de Uber. Um trajecto que se faz muito bem e não é caro. Para azar nosso, e contrariamente àquilo que nos haviam dito (de que o Palácio não fecharia), sim, estava fechado. Deixaram-nos entrar apenas nos jardins, que também não explorámos muito devido à chuva e ao frio. Convém dizer que arriscámos ir ao Palácio sabendo da greve porque já levávamos os bilhetes comprados desde Espanha -eu planifico tudo-. 


Os famosos jardins de Versailles


     Depois do almoço, fizemos um tour pela cidade onde ocorreu a Revolução Francesa: Paris, naturalmente, mas focando-nos nos locais emblemáticos da Revolução de 1789, por exemplo, a Praça da Concórdia, onde Luís XVI e Maria Antonieta foram executados. 


A Praça da Concórdia com o imponente Obelisco de Luxor



    Terminando o tour, subimos os Campos Elísios e encerrámos o dia no Arco do Triunfo. A semelhança entre os Campos Elísios e a Avenida da Liberdade é tremenda. Os Campos Elísios são maiores, entretanto, a configuração, o  design, das avenidas é igual.


Os maravilhosos Champs-Élysées


    Foi claramente uma inspiração para os obreiros da principal avenida lisboeta. Estavam lindíssimos, decorados de Natal. A quantidade de lojas de luxo é impressionante. Ali, é possível gastar milhões de euros numa única noite.

31 de dezembro de 2024

Até 2025.


    Dois mil e vinte e quatro não foi um mau ano. Vendi aquele apartamento horrível e comprei a minha casa, com jardim, piscina, três andares. Tudo o que poderia sonhar. Simultaneamente (porque foi na mesma altura), comecei a conduzir. Conduzir trouxe-me uma liberdade inimaginável. Foi um ano de mudanças, de algumas obras em casa. O carro mudou tudo. O carro foi o grande empurrão.

   Viajei, claro. Fui pela primeira vez a Lanzarote. Há umas semanas estive em Paris, também pela primeiríssima vez. Recuperei alguma alegria, depois de dois anos de grandes perdas a nível pessoal. As saudades dos meus pais continuam aqui, mas, enfim, tenho de olhar em frente. Tenho o meu marido e os meus animais. Eles precisam de mim. E também tenho uma vida para viver. Não pretendo desperdiçá-la (mais).

  Em relação ao blogue, foi um ano em que mantive a assiduidade. Continua a ser um espaço onde exponho, com calma e tempo, os temas que pretendo, que podem ser de natureza mais pública ou pessoal. O blogue já faz parte da minha vida. São tantos anos. 
  Cá nos veremos, espero, em 2025. Feliz saída e melhores entradas.

27 de dezembro de 2024

Paris II (Explorar a cidade e Bairro Latino).


  No nosso segundo dia em Paris, já devidamente dormidos, decidimos fazer um tour pelos locais mais emblemáticos, isto é, percorrer a cidade. Praça de l'Hôtel de VilleChâtelet, Notre-Dame, passeio pelas margens do Sena, Praça de São Miguel (Saint-Michel), aproveitando o único dia de sol que tivemos, e finalmente o Bairro Latino, que, contrariamente ao que se pense, não deve o nome a qualquer comunidade de imigrantes provenientes da América Latina, mas sim ao latim, ao idioma, que era extensamente ensinado como língua culta no século XVII. 


A Catedral de Notre-Dame iluminada, à noite. 


  Entrámos na livraria Shakespeare and Company, apinhada de gente, onde se podem adquirir livros com o respectivo selo da loja. Segundo me disseram, tal aumenta o valor numa futura e hipotética revenda (espero que não seja o caso). Explorámos ainda várias igrejas, designadamente a de Saint-Séverin, passámos pela Sorbonne (universidade), pela entrada do Panteão. Foi, em suma, um dia dedicado a conhecer mais da história da cidade e, sobretudo, do Bairro Latino. Terminámos o dia na Praça René-Viviani a tomar um vinho quente, que caiu de maravilha no nosso estômago frio.