É um tema controverso entre a chamada dita “comunidade”. A bem dizer, nunca me senti parte de nenhuma comunidade. Quando era miúdo, era gozado, ridicularizado, humilhado, e estava isolado. Não havia mais ninguém. Se os havia, estavam escondidos no armário. Em Portugal, isso das comunidade LGBT surgiu mais tarde. O primeiro festival de cinema, ainda chamado “gay e lésbico”, é de 1997. Após o 25 de Abril, alguns tentaram a emancipação. Teve de vir um general à televisão dizer que a Revolução não se fizera para homossexuais e prostitutas.
Éramos homossexuais e bissexuais. Gays e lésbicas. Homens que gostavam de homens, mulheres que gostavam de mulheres e aqueles que gostavam de tudo. O que vem à rede é peixe. E foi assim durante anos. Fomos conquistando, a duras penas, o respeito da sociedade; adquirimos direitos. Foi um período feliz.
Entretanto, perdeu-se o norte. Eu já não sei o que há. Vejo cada coisa, cada aberração, que meu Deus, eu não me identifico com aquilo. Creio que há problemas do foro psiquiátrico que estão a ser institucionalizados como algo normal. Passámos das orientações sexuais para as identidades de género, e hoje já há gente que diz não ter género, não se identificar com nada. Eu sei lá. Palavra de honra, perdi-me nas nomenclaturas.
Fui um maricas. Passei a ser um gay. Sou um homem que gosta de homens. Nada mais do que isso. E não me revejo neste fanatismo LGBT+ (o + é importante…) que nos levará a retroceder em respeito e, quiçá, direitos. As pessoas estão fartas de tanto circo. Eu também.