23 de fevereiro de 2020

Até já!


   Outra vez, despeço-me de todos por algum tempo. Vou fazer uma das viagens por que mais aguardo, lá para fora, e estou realmente expectante e ansioso. Evidentemente, contar-lhes-ei tudo assim que volte. Há alguns anos que não saio de Portugal, daí que se misture a ansiedade da viagem com a mal dissimulada alegria por abandonar um pouco este país. É bom respirar outros ares de vez em quando. Tenho-o feito muito pouco, quase nada, nada, afinal.

      Até ao meu regresso.

20 de fevereiro de 2020

Da eutanásia.


   A eutanásia não é um tema recente na sociedade portuguesa. Volta e meia torna à ordem do dia. Foi-o assim com a interrupção voluntária da gravidez, com o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, com a regionalização. Há precisamente quatro anos, a 16 de Fevereiro de 2016, discutia-se este tema, e eu publiquei aqui no blogue uma análise pessoal e jurídica sobre a eutanásia. Remeto essas considerações para lá. Poderão consultá-la, querendo, aqui.

   Nesse sentido, falarei neste texto apenas de assuntos que não abordei naquele, ou que não explorei como queria. Mantenho-me, evidentemente, contra a eutanásia, talvez até num nível mais acentuado. Vi o debate e a votação no parlamento, hoje à tarde, e só tenho a lamentar que a Assembleia da República, que tem seguramente toda a legitimidade como casa da democracia e da representação popular, não tenha dado voz às pessoas para que se pudessem pronunciar sobre uma decisão que, longe de ser individual, afecta o entendimento geral que a sociedade portuguesa tem do valor absoluto que é a vida humana.

  Aplaudi a intervenção de Telmo Correia, do CDS, que me pareceu bastante sensata e que levantou problemas para os quais ainda não me havia dado conta, e fiz a minha vénia ao Partido Comunista que, malgrado tudo o que nos separa, soube colocar os imperativos éticos à frente das conveniências políticas, admitindo que o seu eleitorado seja maioritariamente favorável à eutanásia.

  A classe médica tem-se pronunciado contra a eutanásia, que aliás é a negação daquilo que a medicina deve ser. Viola as leges artis e todos os princípios que devem reger a conduta de um médico na relação com o doente.

    A votação descerá à especialidade, o que é irrelevante face a esta primeira votação e aprovação. A esperança de todos os que se opõem a esta cultura da morte reside na decisão do Presidente da República e na apreciação do Tribunal Constitucional, sendo-lhe submetido qualquer diploma em sede de fiscalização preventiva da constitucionalidade. A eutanásia viola, no meu entendimento, que faço fé de que seja o dos juízes-conselheiros, o carácter axiológico da nossa Constituição, que coloca a vida humana como o bem jurídico mais importante do nosso ordenamento.

18 de fevereiro de 2020

Bookslover.


   Na semana em que deambulei pela zona centro do país, não resisti a entrar nas livrarias dos monumentos - dizia-me um rapaz, há dias, que os livros eram muito caros nas livrarias dos monumentos. Pergunto: em que local do país os livros não são caros? A cultura, em Portugal, sempre foi um sector sujeito às maiores contenções e vicissitudes. Certamente se recordarão do governo (não me lembro se do PS ou do PSD, mas isso não vem ao caso) que prescindiu de um Ministério da Cultura… 


Os Históricos e Religiosos

Literatura e Ciência Política 


   Sucede que se proporcionava comprar os livros ali, naquele momento, e adiar só faria com que perdesse a oportunidade. Comprei dezassete volumes ao todo, entre Literatura (com Poesia), livros de História (com Biografia), Religião e Ciência Política. Ao certo, embora tenha guardado os recibos, não sei em que locais específicos comprei cada um; entretanto, uns foram adquiridos ainda em Lisboa, numa livraria do Príncipe Real, outros em Alcobaça e na Batalha; os religiosos, no Santuário de Fátima e, finalmente, alguns em Évora.

     Deixo-lhes os títulos e as fotos:

Literatura

Contemporânea:

- Amada Vida, de Alice Munro, das edições Relógio d'Água;

- Viagens, de Olga Tokarczuk, das edições Cavalo de Ferro;

Clássicos:

- Os Irmãos Karamazov (2 volumes), de Fiódor Dostoiévski, das edições Editora 34:

- Ilíada, de Homero, das edições Quetzal;

Poesia:

- Antologia da Poesia em Galego, de Ricardo Carvalho Calero (compilação), das edições Através Editora;

História

Biográficos:

- Salazar, de Filipe Ribeiro de Menezes, das edições Dom Quixote (LeYa);

- Henrique, O Navegador, de Peter Russel, das edições Livros Horizontes;

Históricos:

- História da Expansão e do Império Português, de João Paulo Oliveira e Costa (coordenador), João Damião Rodrigues e Pedro Aires de Oliveira, das edições Esfera dos Livros;

- História de Portugal, de Rui Ramos (coordenador), Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro, das edições Esfera dos Livros;

- Dois Países, Um Sistema A Monarquia Constitucional dos Braganças em Portugal e no Brasil (1822-1910), de Rui Ramos, José Murilo de Carvalho e Isabel Corrêa da Silva, das edições Dom Quixote (LeYa);

- Portugal Medievo & Os Filipes, de António Borges Coelho, das edições Caminho (LeYa);

Religião

- Lutero, Palavra e Fé, de Joaquim Carreira das Neves, das edições Editorial Presença

- O Projeto «Portugal» e a Relação Estado-Religião à Luz da Metáfora Conjugal, de Rui A. Costa Oliveira, das edições Paulinas Editora;

- Compêndio da Doutrina Social da Igreja, do Conselho Pontifício «Justiça e Paz», das edições Principia

Ciência Política

- Hegel e o Estado, de Franz Rosenzweig (tradução brasileira por Ricardo Timm de Souza), das edições Editora Perspectiva;


   Como se verifica, trata-se de um conjunto muito diversificado de temas e autores. Procurei, até porque a oferta não era muita, trazer o melhor, dentro daquilo que mais interesse me suscitava. 
     Terei muito com que me entreter pelos próximos meses….

14 de fevereiro de 2020

Dia 8 - Évora, Sé de Évora (Museu de Arte Sacra) e Igreja de São Francisco (Capela dos Ossos).


   Há anos que não estava no Alentejo. Com família em Estremoz, no distrito de Évora, desde 2004 que não voltava àquelas paragens. Em Évora, não estava desde muito antes. Ao tempo que queria voltar para, agora adulto, visitar tudo o que provavelmente vira e esquecera.


A mítica Praça do Giraldo


    A minha primeira impressão de Évora foi positiva, pelas ruas, pela arquitectura tradicional, com as ombreiras e os rodapés caiados a amarelo (ou azul), num traço distintivo da região, e pelas suas muralhas, conhecidas como Cerca Velha. Nas pessoas, já vi pouco Alentejo. Uma loja de quinquilharias que temos em cada esquina de Lisboa, e não refiro o nome para não fazer publicidade, e uma composição étnica que, não fosse a Praça do Giraldo, um marco eborense, me levaria a julgar estar na periferia da capital.


O pormenor dos capitéis 

Ei-lo, imponente 

   A primeira paragem, claro está, foi no Tempo Romano de Évora, durante séculos tido como dedicado à deusa Diana, quando afinal foi construído em honra de César Augusto, no século I d. C. É uma estrutura única em Portugal e, na península, dos exemplares melhor preservados do seu género.



A Sé de Évora

A vista de um dos seus terraços 

     As suas colunas parecem tão frágeis. É impressionante como aquela estrutura tem resistido a tudo, ao tempo, aos terramotos, à invasão árabe da península e ao descaso com o seu valor histórico e arquitectónico. E ali está, incólume, fazendo as delícias dos turistas nacionais e não só. Os seus capiteis, da ordem coríntia, com alguns totalmente preservados, são uma preciosidade.


O claustro 

Pormenor da Sé

   A Sé de Évora foi a segunda visita. Com o templo e todo o centro histórico da cidade, é património da humanidade desde 1986. De seu nome Basílica Sé de Nossa Senhora da Conceição, a sua construção atravessou os séculos XII e XIII. Foi concluída em 1250. Nos centénios seguintes, particularmente nos séculos XVI e XVIII, a Sé passou por melhoramentos e enriquecimentos que alteraram relativamente a sua constituição. Podemos subir aos terraços, no piso superior, acessíveis através de uma estreita escadaria em caracol. Destacaria ainda o seu órgão de tubos renascentista, maravilhoso.


Santo Lenho - Relicário com um fragmento da Cruz de Cristo 

Escultura de Santo António de Lisboa (vestido de menino de coro)


    Não imaginava que a Sé albergasse um Museu de Arte Sacra fabuloso, com um espólio riquíssimo, com destaque na cruz-relicário do Santo Lenho, que se acredita conter fragmentos da cruz em que Nosso Senhor foi executado às ordens de Pôncio Pilatos. Santa Helena, mãe de Constantino I, reuniu os pedaços da cruz no século IV, que se espalharam pelo mundo cristão, finalmente.


«Nós ossos que cá estamos, pelos vossos esperamos»

A Igreja de São Francisco
     
     Vista a Sé e comprado um pequeno recuerdo, rumámos à Igreja de São Francisco. Naturalmente, o principal atractivo da edificação medieval jaz na famosa Capela dos Ossos. Do convento inicial, do século XIII, que acolheu os primeiros franciscanos vindos da Galiza, pouco resta. A igreja começou a ser construída no século XV, no reinado de Dom Afonso V, e foi concluída já nos anos de Dom Manuel I. No século XVI, os monges levantaram a capela dos ossos, inteiramente decorada com ossos, e cuja inscrição podemos ler à entrada: «Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos». O espaço assinala o carácter efémero e transitório da existência humana. Simultaneamente, Portugal perdia a sua soberania. Direi eu que a construção da capela não tenha sido indiferente a esse período de penumbra. Na visita, convém não esquecer o Núcleo Museológico da Igreja de São Francisco, que já vimos en passant, visto estarmos perto da hora de encerramento.


A bela Évora, revelando diante dos nossos olhos 


     Com a extinção das ordens religiosas, nos tempos de Joaquim António de Aguiar, o convento e a igreja entraram num lento estado de declínio. Em finais do século XIX e sobretudo em 2014-2015, todo o complexo passou por um processo de recuperação e reabilitação, que hoje pode ser apreciado.

     Antes de voltarmos a Lisboa, passámos num café e devorámos duas tostas mistas com chocolate quente de sabor - que desconhecia. Na capital, jantámos no não menos famoso Méson Andaluz. De entrada, gambas al ajillo e pimentos de padrón. Esta última iguaria, galega. Reza o ditado que «uns pican e outros nom». De refeição, uma maravilhosa paella sevillana.


“Uns pican e outros nom”

Al ajillo, ¡y que buenas estaban!

¡Olé!
     Terminava assim uma semana concorrida, com passeios diários. Na próxima publicação, falarei dos livros que comprei nas livrarias dos monumentos.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou com a minha câmara Canon. Uso sob permissão.

12 de fevereiro de 2020

Dia 7 - Santuário de Fátima e Centro Histórico de Ourém.


    Teria uns nove, dez anos. A minha (bis)avó pedira-me um rosário em Fátima, e lembro-me de lho levar. Vinha dentro de uma caixinha de plástico, sobreposto num pequeno pedaço de algodão cor-de-rosa. Agora, na loja do Santuário, os artigos são vendidos em massa. Os rosários estão dispostos verticalmente. Enfiam-nos dentro de um pedaço de papel, inserimos a nota na ranhura e o troco sai. Um negócio, ao fim e ao cabo. Evidentemente que não foi a pequena escultura de Maria feita em série e os dois rosários que comprei o que me levou a Fátima.

A Capelinha das Aparições 

Pormenor da Basílica

    Quis regressar ao Santuário para ver o que sentiria. Estava pouca gente no recinto e na basílica. Infelizmente, senti o consumismo, desde logo, e a coabitação pacífica entre a fé, por um lado, e o turismo, pelo outro. Vivem em sintonia. Um não perturba o outro. Pelo menos foi a sensação com que fiquei. Estive na Capelinha das Aparições, à hora da missa, e na basílica. Nesta, defronte dos túmulos dos três primos, Lúcia, Jacinta e Francisco (e não Francisca e Jacinto, como por vezes me engano). Não me demorei muito em Fátima (aliás, na Cova da Iria, que Fátima propriamente dita fica bem mais afastada, e soube-o na direcção a Ourém, através do taxista).


A Basílica de Nossa Senhora do Rosário

    À saída do Santuário, apanhámos um táxi e fizemos os cerca de 12/15 quilómetros que nos levaram até ao centro histórico de Ourém, ou Cidade Velha, que em si é um núcleo museológico a céu aberto. Se forem tão-somente pelo castelo, lamento dizer-lhes que está em restauro. Verão apenas as antigas muralhas com andaimes. É uma estrutura defensiva mui antiga, já existente no século XII, que, segundo uma simpática moradora que conhecemos na Galeria Medieval da antiga Casa da Câmara, precisava realmente de obras.


Um “museu” a céu aberto

Jardim Dom João Pereira Venâncio

     As ruelas parecem conduzir-nos a um lugarejo do interior do país. São quase (ou são) caminhos de animais. Um lugar verdejante, com uma bonita fonte num discreto jardim.


Torre do Castelo Medieval de Ourém 
     
    A Igreja Matriz será logo o primeiro monumento com que nos deparamos. É bonita, efectivamente, mas a sua relíquia está uns degraus abaixo: a cripta com o túmulo do 4º Conde de Ourém.


Cripta do 4° Conde de Ourém 


    Como a fome chamava por nós, prescindimos da famosa ginjinha, é certo, mas deliciámo-nos com umas tostas-mistas (que só pecaram pelo diminuto tamanho) num espaço pitoresco do centro histórico. Seria, aliás, o queijo que marcaria o percurso gastronómico do dia, que à noite optámos por algumas pizzas na Pizzaria Lisboa de José Avillez, já na capital.

No mínimo, um espaço original 

Divina, com a massa fininha, mesmo como gosto (e como devem ser confeccionadas...)

     No derradeiro dia, domingo, o Alentejo.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou a minha câmara Canon. Uso sob permissão.


11 de fevereiro de 2020

Óscares 2020.


   Na madrugada de domingo para segunda, fui dormir tardíssimo. Não podia perder a entrega dos Óscares, evidentemente, como bom cinéfilo que sou. Houve enormes surpresas. O Parasitas, merecidamente, arrecadou as principais estatuetas: Melhor Realizador (Bong Joon-ho), Melhor Argumento Original, Melhor Filme Estrangeiro e, finalmente, a mais cobiçada de todas: Melhor Filme. Não imaginei poder ver Hollywood a entregar aqueles galardões a um filme sul-coreano, a uns tipos que nem o inglês sabem falar. Parasitas, e disse-o logo assim que o vi, é o melhor filme de 2019, um dos melhores da década e quiçá mesmo deste século. Uma maravilhosa sátira às desigualdades sociais da Coreia do Sul. Poderão ler a crónica ao filme (de 31 de Outubro), a quem não o fez, aqui

   Dos grandes derrotados, incluiria não só o Era Uma Vez em Hollywood como o The Irishman, o Joker e, desfortunadamente, o 1917. O Era Uma Vez em Hollywood era o menino bonito, afinal, reporta-se aos anos de ouro da indústria cinematográfica norte-americana. Tarantino não conseguiu convencer a Academia. Assim mesmo, Brad Pitt subiu ao palco para receber o Óscar de Melhor Actor Secundário, o seu primeiro como actor, e Barbara Ling e Nancy Haigh para o de Melhor Design de Produção, pela concepção artística. Joker arrecadou as de Melhor Banda Sonora e Melhor Actor, por Phoenix, numa interpretação que considerei forçada, visando primordialmente a estatueta. Irishman, de dez nomeações, foi para casa de «mãos a abanar», e bem, que o filme é uma chatice pegada. Por último, 1917 era aquele que, com o Parasitas, dividia a minha preferência. Venceu em três categorias: Melhor Cinematografia (Fotografia), Melhor Mistura de Som e Melhor Efeitos Visuais.

     Em Melhor Actriz Secundária, Laura Dern, enquanto implacável advogada do Marriage Story. Eu tê-lo-ia dado a Kathy Bates por O Caso de Richard Jewell; em Melhor Actriz, Renée Zellweger, por Judy. Uma justa atribuição à actriz e também uma homenagem da academia à lendária Judy Garland.

    Em Melhor Canção Original, Elton John logrou a sua segunda estatueta, mais de duas décadas após Can You Feel The Love Tonight, por (I´m Gonna) Love Me Again, em Rocketman. Não considerei o filme um deslumbre, mas, observando os restantes três nomeados, acho justo. Em Melhor Banda-Sonora Original, ganhou o Joker; quanto a mim, melhor teria sido entregue ao 1917. Em Melhor Caracterização, Bombshell. Não que tenha sido mal atribuído, em todo o caso, se o fosse a qualquer um dos outros nomeados também não se teria perdido nada. Em Melhor Guarda-Roupa, Little Women. Sendo um filme de época, compreende-se. A Academia premeia o esforço e o esmero. São categorias menores. Aquelas relativamente indiferentes para os actores e realizadores, direi eu, mas não para quem se ocupa daqueles aspectos não menos relevantes de qualquer filme. Em Melhor Argumento Adaptado, Jojo Rabbit, um filme bastante elogiado, que pretendo ver o quanto antes.

        E até para o ano que vem!

9 de fevereiro de 2020

Marriage Story e The Irishman.


   O que me ocorria a cada cena do filme era o seguinte: «Porque é que vocês não estão juntos?» Manifestamente, aquele casal amava-se. Foram empurrados para um divórcio pelos advogados. Assuntos que deveriam ser resolvidos em família, valorizando-se o sacramento que é o casamento, aberto ao diálogo franco, passaram para a mão dos representantes legais. Uma família transformada em notificações e esgrima de argumentos para convencer um juiz. Curiosamente, no meio de tanta gente envolvida, ninguém os aconselhou à reconciliação. O divórcio pareceu sempre o caminho mais fácil.

   Naquela família, nem a sogra representava um empecilho. Ambos, marido e mulher, contribuíram para aquele desfecho. Deu-se um confronto nos objectivos. Os egos não se toleraram. Quando assim é, quando cada um se coloca na dianteira sobre a família, algo vai mal. A família - e tinham um filho de 8 anos, mas já lá irei - é o valor mais importante no casal. Ali, começaram pela solução de ultima ratio: dissolvê-la.



   A criança e a atenção que lhe davam, desmesurada, na satisfação de todas as suas vontades, foi outro factor para o mal-estar geral. É tratada como o centro das atenções, como o centro da vida do casal, ajudando ao desgaste. Numa família, e isto é conhecimento empírico, todos se complementam. Aquele casal deixou de pensar em si, deixou de se namorar. As suas carreiras enquanto actores e directores e o filho prevaleceram sobre o amor, e esqueceram-se de que foi o amor o gérmen da família. Não o alimentaram. Ele não morreu, de facto, mas não soube resistir à pressão. Depois, tudo sucedeu de forma demasiado rápida. Quando se deram conta, e isso é particularmente visível numa cena, tinham assinado os papéis.

    As interpretações de Scarlet Johansson e de Adam Driver são bastante convincentes. Justificam-se as nomeações para Melhor Actriz e Melhor Actor. Laura Dern, como advogada zelosa e escrupulosa no cumprimento do seu dever (talvez até demais…), também logrou a sua terceira nomeação, desta vez para Melhor Actriz Secundária.

   Marriage Story tem uma aura quase seventies, oscilando entre o glamour do cinema e o conforto do telefilme. Talvez seja um filme mais para o sofá, não deixando de ser um bom filme.

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    Provavelmente serei o único que destoa do coro de elogios a The Irishman, que é um filme que nos lembra o clássico de 1972 O Padrinho, ficando muito aquém deste. É demasiado longo, insistindo na fórmula que já conhecemos: a Máfia exige lealdade em troca de uns servicinhos. Quem falha, quem desonra "a família", é executado impiedosamente. A violência gráfica, explícita, deste filme vem por acréscimo. É necessária para dar aquele toque gangster. O cerne da questão, como diz o povo, é: o que retemos de Irishman para o futuro? Nada. Não fossem os grandes nomes da produção - Robert de Niro, Al Pacino, Joe Pesci - e ter-me-ia sido insuportável chegar ao final.




   Olhar para o passado em jeito de retrospectiva, contando a história de vida e lamentando os erros, não melhora em nada a experiência com The Irishman. Justificam-se, talvez, as nomeações para Melhor Direcção de Arte e Melhor Figurino, porque efectivamente há a elogiar o esmero na recriação das décadas em que o filme se desenrola, com tudo o que isso inclui: cenários, roupas, objectos. O toque a classe está lá. Falta-lhe é ser mais do que outro filme sobre a Máfia. Depois de Silence, que adorei, Scorsese mete o pé na poça. Nem arriscou, tão-pouco. Poderia ter sido mais arrojado. Foi previsível, tanto ao ponto de julgar que já tinha visto este filme. Já o vi, é certo, porque o que subjaz a filmes de mafiosos é sempre o mesmo. Definitivamente não voltaram a estar na moda.


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    Logo mais, estarei colado ao ecrã a ver os Óscares. Ainda não pude ver o Jojo Rabbit, o que duvido que viesse a alterar a minha escolha para Melhor Filme: 1917 ou Parasitas. Se o Joker ganhar, será profundamente injusto para com estes dois filmes nomeados na mesma categoria. Finda a cerimónia, nos próximos dias, direi algo sobre a entrega dos prémios e as minhas escolhas.

8 de fevereiro de 2020

Dia 6 - Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha).


    O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também conhecido por Mosteiro da Batalha, foi, de tudo quanto pude ver durante aquela semana, o monumento que me arrebatou, com o Convento de Cristo. Pensando melhor, talvez esteja a ser injusto com os demais.


É um belíssimo e colossal monumento


     Devemos a Aljubarrota não só a nossa independência, que foi assegurada após a crise de 1383-85 na célebre batalha campal travada na Idade Média, como também esta jóia da arquitectura tardo-gótica / manuelina, dado que a sua construção se prolongou no tempo, chegando ao século XVI. O mote coube a Dom João I, o Mestre de Avis, ordenando a sua edificação como gesto de agradecimento à Virgem pela vitória na batalha. A Batalha de Aljubarrota representou um momento decisivo na afirmação do sentimento nacional. Partindo em inferioridade numérica, numa desproporção bastante significativa, as hostes portuguesas lideradas por Nuno Álvares Pereira, auxiliadas pelos ingleses, encurralaram o inimigo castelhano, conduzindo-o à amarga derrota. Os corpos amontoavam-se, e o exército de João I de Castela viu-se obrigado a retirar.


O traçado da fachada lateral 


    Voltemos ao Mosteiro. Com o estatuto de Panteão Nacional desde 2016 (que divide com outros monumentos), o Mosteiro encerra os túmulos de Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre e da sua prole, a Ínclita Geração, na Capela do Fundador, um espaço lindíssimo, verdadeiro panteão régio. De estrutura quadrangular, ergue-se ao centro um octógono, coberto, finalmente, por uma delicada abóbada decorada a vitrais. Os túmulos régios foram minuciosa e detalhadamente trabalhados, e são absolutamente deslumbrantes.


O túmulo régio (Dom João I)


    A meio do claustro real, encontramos uma porta de acesso à Casa do Capítulo. Desde 1921 que jazem neste espaço os corpos de dois soldados portugueses desconhecidos, mortos na I Guerra Mundial. Quando o visitarem, não percam, podendo, o render da guarda, um momento solene, repleto de simbolismo e de respeito por aqueles que, pela Pátria, derramaram o seu sangue. Deixo-lhes o vídeo do render da guarda por mim filmado.




    As Capelas Imperfeitas guardam os túmulos, designadamente, de Dom Duarte e Dona Leonor. O vocábulo Imperfeitas virá de inacabadas. É que este panteão régio, pelo que podemos intuir, não está arquitectonicamente concluído. Nunca o foi, por circunstancialismos vários, o que em nada melindra à sua beleza.

As Capelas Imperfeitas


    Não se esqueçam ainda da igreja e dos claustros, maravilhosos. Levar-lhes-á todo um dia para, em segurança, ver tudo o que há para explorar.


Deslumbrante 


   Em Lisboa, decidimo-nos pela gastronomia japonesa e experimentámos os sabores do Japão no Afuri Lx, no Chiado. Entre sushi, sashimi e bao, reconhecendo o nosso desconhecimento na matéria, não podemos dizer que tenhamos saído insatisfeitos. Em verdade, não é aquilo de mais gosto, mas… vale pela experiência. 


O sushi propriamente dito

O bao

O sashimi

     O dia seguinte teria uma vertente mais religiosa, pela manhã, e ao ar livre, de tarde.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou a minha câmara Canon. Uso sob permissão.


6 de fevereiro de 2020

Bombshell, 1917 e Little Women.


   Tenho ido ao cinema. Fui a duas sessões durante a semana cultural e ontem a uma terceira. Como sabeis, gosto muito de cinema, e a cerimónia dos Óscares está aí à porta. Dos títulos nomeados na categoria de Melhor Filme, já pude ver: "Joker", "Era Uma Vez em Hollywood", "Parasitas", "1917" e o "Little Women". Faltam-me ainda o "Jojo Rabbits", o "Marriage Story" e o "Irishman", estes dois últimos na plataforma Netflix (que tenho). Há um último, "Ford vs. Ferrari", também nomeado, mas não está disponível na generalidade dos cinemas. Até ao dia da cerimónia, tenho de ver o Marriage e o Irishman, deixando o Jojo para a semana que vem.

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  Bombshell não está nomeado para Melhor Filme (está-o nas categorias de Melhor Actriz, por Charlize Theron, Melhor Actriz Secundária, por Margot Robbie, e Melhor Maquilhagem e Penteados, esta última uma categoria menor), em todo o caso, quis ir vê-lo. Aborda a questão do assédio sexual a jornalistas e apresentadoras da cadeia norte-americana Fox, um caso real que atingiu a empresa e fez derrubar o todo-poderoso Roger Ailes, fundador e director executivo do canal.

  O assédio às profissionais do sexo feminino nos mais variados sectores não é novidade. Como muitas mulheres, a minha mãe soube o que isso era nos anos 80, enquanto advogada estagiária numa sociedade. Contou-mo. As insinuações começam discretamente. Com o tempo, passam a observações directas, a olhares de desejo, a condescendências que qualquer mulher prescinde quando quer ser reconhecida pelo seu trabalho e não pelo seu corpo. Em Bombshell, vemos o comportamento pouco cerimonioso de Ailes com Kayla Pospisil, Megyn Kelly e Gretchen Carlson, tomando esta última a dianteira na denúncia, anos depois de uma mesma funcionária ter tentado o mesmo, sem êxito. Afrontar Roger Ailes era comprar uma briga com um homem que dominava o panorama televisivo dos EUA, amigo de poderosos, que tinha conseguido eleger e derrubar candidatos presidenciais.




   Evidentemente, este filme insere-se na retórica feminista / defensora das minorias que domina Hollywood, considerando-se, ainda assim, que versa sobre um caso real. Não senti um ímpeto feminista acentuado. O assédio é uma realidade num mundo dominado maioritariamente por homens, e o homem é aquilo: sexo e desejo. A ciência explica-o. O que para a mulher é idealização romântica, para o homem é sexo. Sabemo-lo. O que distingue o predador do homem ponderado é a capacidade de se controlar e de respeitar as colegas ou as subordinadas, de ser profissional.

    Parcamente, gostei das interpretações dinâmicas e honestas de Theron, Kidman e Robbie, e ainda de John Lithgow como Roger Ailes. A narrativa segue uma sequência lógica e não se perde naquilo que não é essencial. Nesse sentido, é um filme que não aborrece, firme, objectivo. Requintado nas interpretações, nas roupas, na maquilhagem, no glamour das personagens e dos espaços que ocupam.

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     O 1917 é o melhor filme de guerra que já vi e um dos melhores filmes de sempre (para mim). É um bom prenúncio da crónica ao filme, não é? Vi-o duas vezes. Da segunda, ainda gostei mais. Pude atentar em pormenores que me escaparam da primeira vez, e diz o povo que não há duas sem três.

    Sam Mendes recriou um palco de guerra impiedoso na recta final da I Guerra Mundial. Um conflito que parecia interminável (como a determinado momento se ouve no filme, «durará até o último dos homens restar de pé»), que deixava marcas no ânimo dos homens e cuja eternidade se via nos cadáveres que se amontoavam e decompunham, não restando, em muitos casos, mais do que caveiras incrustadas na terra húmida e pútrida, verdadeiras valas a céu aberto. Os horrores do conflito misturavam-se com a decomposição da matéria orgânica.

      Visões do inferno, apocalípticas, alternam com a beatitude das flores de cerejeira que resvalam no curso de água e preenchem os prados, da vaca que pasta e dá leite, do bebé e da moça virginal que vivem num abrigo subterrâneo, qual manjedoura como Cristo nasceu - uma nova geração, a redenção, a esperança -, e uma canção de embalar que faz esquecer o presente catastrófico.




     No olhar de Schofield vive a descrença, a apatia, a alienação, o sofrimento. É uma estrondosa interpretação do jovem actor britânico George MacKay enquanto primeiro-cabo Will Schofield, um homem determinado pela missão que assumiu e pelo compromisso com o amigo que o salvara e que perdera. Uma determinação inabalável, sobre-humana; um sentido de ética e de camaradagem.

       A direcção de imagem e a cenografia são de excelência em 1917. Os planos que a realização nos dá, colocando-nos no centro da acção com aqueles dois soldados, num primeiro momento, e com a solidão de Schofield numa aparentemente desértica e calamitosa França.

      É um filme extraordinário, que me lembrou Dunkirk, e merece todas as indicações que recebeu aos Óscares, incluindo, como não poderia deixar de ser, a de Melhor Filme.

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      Little Women recupera a dupla Ronan-Chalamet que vem de Lady Bird, e foi-me interessante vê-los de novo em cena. Há manifestamente uma química entre ambos, o que os terá levado também, direi eu, a querer repetir a parceria. Essa empatia, ao menos profissional, chega ao espectador: têm um desempenho bastante verossímil. Já não poderei dizer o mesmo de Meryl Streep. A veterana actriz, em contrapartida, fez uma má opção. Praticamente não nos damos conta da sua presença. A personagem que veste, a velha tia refilona, assenta-lhe mal, e depois a sua interpretação - e os grandes também têm maus momentos  - é fraca. Esforçada. Parece que nos quer convencer, sem necessidade, de que é a melhor. Emma Watson tem uma prestação mediana-sofrível, condizente com a sua personagem, a mais desinspirada e desinteressante das quatro irmãs. À dupla citada, que se repete aqui, temos uma mais-valia em Pugh, Scanlen e Dern.

      O interesse na narrativa vai surgindo à medida em que avança, porque a primeira parte é confusa. Há um excesso de personagens secundárias que perturbam os sentidos e nos afastam do conhecimento das personagens principais. Deve ser pecado comum a todos os filmes de época, e este leva-nos aos tumultuosos anos da Guerra da Secessão.



   A candura da relação entre as irmãs, com saudáveis momentos de afeição e de fúria, com temperamentos, talentos e objectivos de vida distintos, como em qualquer família, ao ser-nos permitido entrar na sua casa, nas suas brincadeiras e nos seus percursos, que afinal é um pequeno drama caseiro, é a única virtude que justifica ver este filme. 

    Há uma abordagem à posição social (e económica) da mulher na sociedade estadunidense do século XIX: ou nascia rica, ou casava com um homem bem posicionado para se sustentar. Nas palavras da velha tia March, à mulher não restava mais do que casar ou ser prostituta, ou ainda ser actriz, que para si era o mesmo. Em Little Women, entretanto, são os homens que se socorrem das mulheres para brilhar, isto é, supondo que o alcançam.

5 de fevereiro de 2020

Dia 5 - Óbidos e Mosteiro de Alcobaça.


   Inicialmente, coloquei o Mosteiro de Alcobaça e o Mosteiro da Batalha. Acontece que eu tenho uma pequena característica que pende para o defeito ou para a virtude, consoante a perspectiva em que se veja: nunca estou plenamente satisfeito. Pesquisei roteiros de viagens pelo centro do país e deparei-me com Óbidos, a vila medieval que, por acaso, nunca me suscitara o interesse, e mal. Incluí-a na semana de visitas com Alcobaça, autonomizando o dia dedicado ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória.

A Igreja de Santa Maria 


  Óbidos é aquela cidade que mais se assemelha a uma vila. Faz-nos entrar quase num cenário pitoresco, com as suas ruas tradicionais que nos encaminham até ao seu castelo. A par do castelo e das ruelas, destacaria a Porta da Vila, revestida a azulejos oitocentistas, e a Igreja de Santa Maria, cuja construção remonta ao século XII, com diversas modificações ao longo dos séculos. Óbidos é conhecida como vila medieval.


O Castelo de Óbidos 


   A nossa próxima paragem levar-nos-ia até Alcobaça, ao famoso mosteiro que começou a ser erigido pelos monges da Ordem de Cister ainda no século XII. A nave central é imponente, pela envergadura das arcadas e da abóbada. Claro que o grande encanto da igreja reside nos túmulos de Dom Pedro I e Dona Inês de Castro - a galega que arrebatou o coração do príncipe herdeiro e que pagou tal amor proibido com a vida -, dois sarcófagos que configuram o melhor da escultura gótica em Portugal. Salientaria ainda o túmulo de Dom Afonso II, numa nave colateral.


Eis aqui o nosso belo Mosteiro de Alcobaça 


O claustro

   O claustro medieval, o refeitório e o dormitório  são pontos de referência obrigatórios no mosteiro. O claustro principal, o claustro Dom Dinis, não é o único; outros há, mas é provável que não estejam acessíveis inteiramente. Na primeira divisão da visita, após a nave central, há a apreciar as esculturas dedicadas aos Reis de Portugal na Sala dos Reis, incluindo uma alegoria à entronização de Dom Afonso Henriques com inscrições em latim nos belíssimos azulejos.

O túmulo de Dom Pedro I 

A nave central




    À noite fui ao cinema ver o galardoado 1917, de que lhes darei conta noutra publicação.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou com a minha câmara Canon. Uso sob permissão.

4 de fevereiro de 2020

Dia 4 - Jardim Zoológico de Lisboa.


   A visita ao Jardim Zoológico era outra das que andei a adiar durante mais de um ano. Estivera no Zoo de Lisboa pela última vez com uns oito anos, na altura do Carnaval, visto ter umas fotos em que estou fantasiado de morango (sim, leram bem, morango, o fruto), ao lado da minha mãe, na Baía dos Golfinhos, que está de momento encerrada pela remodelações - os golfinhos, entretanto, são visíveis na piscina, nas suas brincadeiras.


Os pinguins


   A melhor época do ano para se visitar o Jardim Zoológico será por meados da Primavera ou no Verão, quando os animais estão mais agitados, interagindo entre si e com os visitantes; em todo o caso, ou era naquela quarta-feira, ou não seria tão cedo.


Um animal gracioso


  Desde logo, houve um pormenor que me desagradou: com tantas obras e remodelações, a administração do Zoo, sendo honesta, diminuiria o valor dos ingressos, afinal, a Baía dos Golfinhos está em obras, a área dos grandes felídeos e dos elefantes também. Vá lá que o teleférico, tido por muitos como o ponto de maior interesse do Zoo, estava operacional.


Perigoso, lento em terra e ágil na água 


    Vimos todas as espécies, e as que não pudemos ver através do gradeamento, pelas obras, vimo-las desde o alto, no teleférico. O teleférico dá uma volta gigante em torno do recinto, que se revela diante dos nossos olhos. Perguntar-me-ão se tive medo. Sim, tive, sobretudo quando, dias depois, soube que há uns anos houvera um pequeno acidente com um visitante, que viu a base da sua cabine a escapar-lhe por entre os pés, tendo-se abatido precisamente sobre os leões. Se não morresse da queda, seguramente que morria devorado pelos reis da selva.


O gorila que nos pregou um valente susto


    De todas as espécies, as minhas favoritas são as girafas, os hipopótamos e, claro está, as tartarugas, ou não tivesse eu uma há quase vinte e cinco anos. Precisamente os animais que corresponderam aos artigos que adquiri na lojinha do Zoo: três peluches lindos (e caros, particularmente a girafinha).


A tartaruga-estrela-indiana a “lanchar”


   Julguei que a parte dos reptéis e peixes não tivesse tanto interesse, e enganei-me. Além da tartarugas-do-ouvido-vermelho, a espécie da minha, vi outras tantas, incluindo uma que me ficou na memória: a tartaruga-estrela-indiana, que apanhei em flagrante, enquanto se alimentava. E mais: o dragão-de-komodo, inúmeras serpentes, piranhas.


O teleférico, com uma vista deslumbrante


   Conto-lhes um episódio curioso com os gorilas. Vimos um macho adulto, presumivelmente, a brincar com um jovem. Apercebendo-se da nossa presença, aproximou-se sorrateiramente e bateu com os membros posteriores no vidro, provocando-nos uma reacção de susto e riso nervoso.

     Passámos pela quintinha do Zoo, um género de quinta com animais domésticos: uma vaquinha, um poltro, galinhas, coelhos, porcos, ovelhas, cabritinhos. Animais mansos, que se deixam tocar. Foi tão divertido.

   
O maior felino. Não, não é o leão.

     Foi, finalmente, um dia muito bem passado, e conseguimos a foto com as araras nos braços. Quem me segue pelas redes sociais terá acesso a muitas mais.

Todas as fotos foram captadas como meu iPhone ou com a minha câmara Canon. Uso sob permissão.