29 de dezembro de 2009

2009 - Começo do Fim

Começou a contagem decrescente para o final deste ano. 2009 não foi um ano muito auspicioso, já desde o seu início. A tão afamada e aclamada (dá sempre jeito) crise internacional vinda de 2008 tornou este ano negativo. Os portugueses e os terrestres em geral viram o seu poder de compra diminuir e as despesas aumentarem. Ninguém escapou ao "mau carácter" de 2009 que, de uma forma ou de outra, acabou por afectar todos nós. Também foi um ano prolífero em mortes, sobretudo famosas. Desde Michael Jackson, Farrah Fawcett, Stephen Gately até a Brittany Murphy mais recentemente, muitos foram os famosos que partiram. Até meteorologicamente o ano não foi benéfico para Portugal e para muitos países do mundo. Nuns lugares seca, noutros chuvas torrenciais, nevões, tufões, um pouco de tudo... Já dizem as vozes mais futuristas que estamos nos finais dos tempos, na aproximação do célebre e bíblico Apocalipse. Sou totalmente insuspeito de partilhar ideologias religiosas e até mesmo bíblicas, mas também acredito que o Mundo não durará muito mais. E quando digo muito mais, não me refiro a anos ou décadas, mas sim a séculos. Na minha franca opinião, a Terra ruma ao fim, à destruição. Para chegar a tal conclusão basta analisarmos tudo o que se passa à nossa volta. O Homem é perito em destruir tudo ao seu redor, não se apercebendo porém que esse "redor" também o engloba e é essencial à sua existência. Quando quisermos respirar ar minimamente puro, não iremos respirar Dior; quando quisermos comer algo minimamente digno para sobrevivermos, não comeremos caviar; nem tão pouco quando quisermos vestir algo minimamente quente para nos aquecermos, não vestiremos peles exóticas de ursos e leopardos. 2009 já espelha essa realidade até agora longínqua... e eu nem sou pessimista. Há quem diga que é o começo do fim.
Eu subscrevo.

24 de dezembro de 2009

Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos - Feliz Natal

Que um médico conceituado da nossa praça diga que a homossexualidade é uma doença passível de ser curada não me espanta; é uma opinião infundada fruto da ignorância, da homofobia incrustada e do desrespeito pelas outras pessoas. O que me espanta verdadeiramente é que o Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos defenda as tomadas de posição de alguns médicos que acreditam que podem e devem "curar" a homossexualidade dos seus doentes, principalmente se estes lhes pedirem ajuda. No entanto, a posição oficial do Colégio é a de que a homossexualidade não é uma doença, admitindo sim curas pontuais, se solicitadas. Isto para além de totalmente irracional é reprovável a todos os sentidos. Mais, é ilegal. A homossexualidade não foi, não é e nem nunca será uma doença, porque efectivamente não o é. A homofobia sim, é uma doença de preconceito que pode conduzir à morte. A Associação Americana de Psiquiatria retirou o então "homossexualismo" da lista de doenças no início da década de 70, seguida da OMS duas décadas mais tarde. Neste contexto, repudio e lamento completamente todas estas tomadas de posição.
A todos os meus leitores um Feliz Natal!!!

22 de dezembro de 2009

Natal (II - Diogo e Soraia)

Hoje foi o tão ansiado dia de compras. De manhã, apressei-me a telefonar ao Diogo e à Soraia (a minha melhor amiga) a desafiá-los para um dia de compras comigo. Aceitaram. Combinámos às 16 horas em minha casa. E a essa hora lá estava o Diogo à porta. O porteiro anunciou-o e eu mandei subir. A Soraia é sempre mais atrasada, mas até já estou habituado. Chegou quarenta minutos depois. Fomos no carro do Diogo até ao El Corte Inglés para termos o nosso fantástico dia. Dos três, eu sou o pior. Descontrolo-me completamente no meio de tanta coisa boa. A Soraia queria ir ao piso 3 (moda jovem), eu queria ir à parte dos albúns de música e o Diogo assim meio à toa a pensar no que se tinha metido. Para não nos afastarmos, decidimos começar de "baixo para cima". Lá comprei os meus cd's (colectânea dos Queen, a edição De Luxe da Lady GaGa e o Emotions da Mariah Carey); depois fomos ao piso 3, onde a Soraia comprou montes de roupa (logo ela que não tem nada de vestir...). Experimentou, voltou a experimentar. Nós damos mesmo espectáculo: eu, por motivos óbvios, :) nunca passo despercebido, a Soraia é excêntrica e super aberta, o Diogo é mais calmo mas ria-se que nem um doido. Que trio. Eu, no meio de tanta azáfama, comprei uns jeans lindos e uma camisola às riscas que adorei. O Diogo convenceu-nos a ir ao piso 2 (moda homem), onde comprou um blazer daqueles bem tradicionais e glamorosos. A Soraia não parava de brincar com ele, chamando-o de «beto». Passámos por todos os pisos. Fomos ao 4 (moda criança e brinquedos) porque eu adoro peluches e quis comprar um para colocar na minha cama. Foi a minha vez de ser gozado. Lol. Ouvi tanto... mas consegui comprar um urso creme lindo e felpudo. Esse foi o presente do Diogo para mim. Ele sabe que não gosto que me ofereçam, ou seja, compro tudo para mim; e assim fez, pagando-me o peluche que queria. À Soraia deu-lhe um cd dos AC/DC (blharrrghh, mas ela gosta :P). Nós também lhe comprámos uma coisa cada um. Eu, uma camisa azul que, modéstia à parte, lhe fica muito bem; a Soraia deu-lhe outra camisa, também muito gira. Andámos a passear por todo o centro e foi muito bom. Só diversão e brincadeira. Eu e a Soraia vibrámos com o Diogo. Ele é tão fixe que eu e a Soraia demos-lhe o braço. Então, era um de cada lado. Parecia o cavalheiro e as duas meninas. Lol. Resultado: cinco horas sem parar e as mãos cheias de sacos.
Ainda fomos à cervejaria Trindade jantar. Desde as 17 horas até à meia-noite, mas sempre a rir.
O Diogo levou-nos a casa. Primeiro a Soraia, depois a mim. Ficámos uns vinte minutos no carro a falar. Estava tão quentinho no carro que nem me apetecia sair. Desses vinte, uns dez calados. Nem sabíamos o que dizer. O silêncio ensurdecedor... Até que lhe agradeci o dia fantástico e despedi-me dele. Quando ia abrir a porta pensei: - "Deu-nos o braço e agora estou a ser frio? Mostra-lhe como és doido!"
Debruçei-me sobre ele e dei-lhe um beijo... de amigos... na cara.
Não me importei com nada. Apeteceu-me.
Bati a porta e não olhei para trás.

19 de dezembro de 2009

Wham! - Last Christmas



Uma das melhores músicas de Natal de sempre! Este compacto foi lançado em 1984 e faz sucesso até hoje, não fosse o vocalista o George Michael. :)

17 de dezembro de 2009

Sismo e Conselho de Ministros

Não será necessário falar muito sobre o sismo desta madrugada, uma vez que todas as estações de rádio e televisão já o fizeram. Mas, de facto, foi um sismo com alguma intensidade. Apesar de serem duas e pouco da madrugada, eu estava na minha sala a assistir a um programa na SIC de investigação criminal de que não me recordo o nome. E passado pouco tempo, ao levantar-me, sinto todos os objectos do meu móvel a tilintarem, incluindo a decoração da minha (gigante) árvore de Natal. Fiquei aterrorizado com a probabilidade de réplicas, ou mesmo de um sismo mais forte. Já é a terceira vez desde que me conheço como pessoa que assisto a sismos, embora ligeiros. Fui imediatamente ao quarto da minha mãe para ver se ela tinha acordado, mas a verdade é que dormia sossegadamente e nem deu por nada. Bom, foi mais o susto que outra coisa. Nem quero imaginar um cenário semelhante ao de 1755! De lembrar que este sismo teve uma intensidade de 6.0 na escala de Richter, e foi em pleno Oceano Atlântico. Se fosse em terra os estragos teriam sido catastróficos.
Para contrabalançar este acontecimento que poderia ter sido devastador, há uma notícia que me enche de regozijo; hoje entrou em Conselho de Ministros a proposta de lei que pretende abolir a discriminação no acesso ao casamento por parte de pessoas do mesmo sexo, contra todas as correntes desfavoráveis (Igrejas, Plataformas, Direita retrógrada...). Provavelmente (quase garantido) será aprovada no início de 2010, com os votos do PS, BE e até mesmo do PCP que sobe assim imenso na minha consideração. De salientar que o direito à adopção fica excluído desta proposta, contra opiniões que defendem a legalização conjunta do casamento e adopção à semelhança de outros países da Europa. Todavia, estamos em Portugal, o que exige maior ponderação e paciência. A seu tempo, a seu tempo... Tem sido um caminho lento, mas evolutivo. Desde a descriminalização da homossexualidade em 1982 (sim, era ilegal antes!), até este momento, muitas etapas foram ultrapassadas. Cada passo é importante, tal como o foi para as minorias étnicas e para a emancipação feminina. Um país que reconhece a igualdade plena dos seus cidadãos é um país mais justo, credível e melhor.

11 de dezembro de 2009

Crianças do Congo

Ontem vi uma reportagem no canal TVI24 que me chocou de tal forma que me fez perder totalmente o sono. A reportagem mostrava o terror da Guerra Civil neste país da África subsariana e todo o sofrimento inerente das crianças. Vi de tudo: desde relatos de violações, bebés que nascem sem serem desejados, muitos abandonados, outros orfãos... Uma miséria total, aliada à fome, pobreza extrema e à guerra. Que trilogia fantástica. É incrível a maturidade daqueles seres tão pequeninos. Alguns conseguem descrever com absoluta exactidão todos os momentos de amargura. Vi corpos a definharem sem alimentação, uma criança a lutar por respirar (provavelmente com uma doença respiratória), um menino de quatro anos com um ferimento enorme no meio da perna devido a um disparo de bala, uma grávida que deu à luz um bebé morto, e viu-se o bebé sem vida, pálido e imóvel nos braços inexperientes do parteiro. O hospital sem condições, sujo e com ar de morte e sofrimento. Também filmaram uma instituição que alberga crianças orfãs e outras tantas perdidas dos pais no caos da guerra. Os olhos brilhantes e inocentes contrastavam com o ar de tristeza e sofrimento. Para piorar, algumas crianças são recrutadas para ingressarem nas milícias armadas; algumas confessam que já mataram porque foi esse o espírito que lhes incutiram. Matar ou morrer. Algumas trabalham horas a fio em minas de extracção de ouro e metais preciosos de modo a ajudarem nas despesas da casa. Um caso impressionou-me mais do que todos. Uma menina de três anos foi levada para uma instituição depois de ter sido achada por umas mulheres. Não se conhece a sua mãe, pai ou mesmo se estarão vivos. Então, a menina não fala, não interage com as outras crianças e o seu olhar revela imensa dor e sofrimento. Que vontade me deu de entrar no televisor e trazê-la para que a pudesse alimentar, dar educação e carinho. São crianças vítimas de guerras infundadas e bárbaras. Provavelmente nem chegarão à idade adulta.
São crianças sem sonhos, sem esperança, sem nada.

7 de dezembro de 2009

Nostalgia

Hoje acordei com uma sensação de nostalgia muito forte; bom, a verdade é que o facto de ter andado a remexer em cassetes de música e discos antigos dos meus pais muito ajudou a isso. Vi e ouvi músicas que fizeram parte de mim e da minha infância. Num domingo chuvoso, é óptimo ficar em casa de pijama, a tomar um chá e a recordar os anos que já lá vão atrás, muito embora os meus ainda sejam poucos. Então, ouvi uma série de músicas, entre as quais Todas as Manhãs do Roberto Carlos. Esta música marcou-me mesmo quando era criança. Fazia-me pensar naquelas histórias lindas de amor, e a verdade é que a voz do Roberto Carlos é propícia a que fiquemos assim meio bobos a disfrutar da música. Ouvi-a mais de seis vezes seguidas. Depois, "redescobri" os albúns que o meu pai deixou em casa quando se foi embora, mesmo depois do divórcio. Entre eles contavam-se discos e cd's dos Queen, Pink Floyd, Scorpions, tudo muito 80's. Logo eu que adoro este tipo de som. Fiquei horas totalmente absorvido por estas músicas. E há lá com cada balada que amolece qualquer coração mais empedernido. Fui até ao sotão buscar um antigo gira-discos do meu pai para poder ouvir os discos de vinil da Fafá de Belém, António Variações entre outros. Só posso dizer que foi dos melhores domingos que já tive. A minha mãe saiu com umas amigas, e eu escolhi ficar sozinho. Bom, na verdade não escolhi, mas a pessoa que queria que tivesse vindo, infelizmente não pode. Motivo: foi visitar a avó no hospital. Ok, é um bom motivo. Eu até já sabia que a senhora estava doente. É bonito, tudo bem. Trocámos mensagens e até me telefonou. Disse-me que mais domingos virão e que num destes próximos fazemos uma festa do pijama, com muita música antiga, filmes e pipocas.
Quem, mesmo não querendo (?), consegue resistir?

4 de dezembro de 2009

Jantar e Presente

Como em todos os anos, a minha turma está a organizar um jantar de Natal. E é um jantar especial, pois também vão os professores. A primeira ideia que me ocorreu foi, claro, convidar o Diogo para vir. Perguntei à colega que está a organizar se podia, e ela disse que não havia algum problema. Mas a verdade é que ainda não falei nada ao Diogo. Será que ele aceita, ou acha demasiado constrangedor? Ele é um pouco tímido, e nem sei se se sentiria à vontade. Ele gosta de distracção e é super social, mas não conhece ninguém da minha turma e temo que ele se sinta desamparado. Talvez seja melhor organizar algo com outros amigos fora da escola; aí terei oportunidade de apresentá-lo aos meus amigos «extra-escolares» e de criar um bom ambiente.
Também ando na dúvida sobre o que lhe vou oferecer. (Ainda...) não conheço os gostos dele em certas matérias e realmente estou com dúvidas sobre o que ele gostará. Ele adora música, incluindo a nossa Lady Gaga, portanto, o albúm dela pode ser uma boa opção. Um livro, mas não quero intelectualizar demais a nossa amizade...; roupa, não! Creio que é demasiadamente pessoal para que se possa oferecer sem que se conheça muito bem os gostos da pessoa em questão. De qualquer forma, só compro bem à última hora, sempre no El Corte Inglés, por isso, tenho muito tempo ainda. Até lá, vou explorando o território. :)

2 de dezembro de 2009

Passeio e Teatro

Como vos disse no meu post de dia 26 de Novembro, ontem fui ao teatro assistir à peça "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos". Mas antes quero vos contar como foi o dia de ontem. Bom, começou cedo. Saí de casa às 8 horas da manhã, e já tinha o Diogo à minha espera na rua, dentro do carro. Desci a correr para ir ter ao seu encontro, porque odeio que esperem por mim. À entrada do carro, cumprimentámos-nos e decidimos onde iríamos. Fomos dar uma volta até Sintra. Gostei imenso, pois há muito tempo que não ia a Sintra. É uma vila fantástica que o Diogo também adora. Estivemos lá toda a manhã. À chegada, perguntou-me se queria tomar o café da manhã (odeio a expressão pequeno-almoço!, que horror) e eu disse que sim, pois já me tinha dito durante a viagem que não tinha comido nada. Eu nunca saio de casa sem tomar o meu café da manhã, mas aceitei comer um queque. Depois passeámos e parámos num parque muito simpático que há lá. À hora do almoço, voltámos para Lisboa e fomos almoçar a um restaurante muito simpático e acolhedor. Como foi feriado a escolha também não era muita, mas acertámos em cheio. É claro que comi muito pouco, como manda a etiqueta. Só um bifinho com uma salada; o Diogo comeu peixe grelhado também com salada. Ficámos um bom tempo a falar e depois saímos. Deu tempo para passearmos pelo Parque das Nações, mesmo naquele calçadão perto do rio. Foi tão, tão... giro e natural. Agimos com naturalidade e tudo correu bem. O Diogo é diferente da maioria das pessoas da nossa idade com quem lido. É evidente que selecciono as minhas amizades, mas é impossível evitarmos o contacto com pessoas com quem não nos identificamos; com o Diogo sinto que estou com alguém semelhante e que partilha os mesmos gostos. Sinto-me bem. Por fim, trouxe-me a casa e ainda estivemos uns minutos a falar no carro.
À noite a ida ao teatro. A peça é gira e cómica, claro está. Já tinha assistido o ano passado, mas resolvi repetir. E diverti-me muitíssimo mais do que no ano passado. Não sei porquê, mas gargalhei mais. Talvez já estivesse preparado para o que iria ver. A primeira vez foi um choque. Não estava à espera e pensava que era um registo diferente, mais convencional. Recomendo. Vale a pena!
O dia acabou muito bem... E quando já estava quase a dormir o telemóvel dá sinal. Era uma SMS.

"Adorei o dia. Há mt tempo que n me divertia tanto. Já fazes parte de mim e das coisas d q necessito para viver. Dorme bem. Diogo."