28 de novembro de 2024

Já é Natal (de novo).


   Eu adoro o Natal. Ponto. Adoro, adoro. Desde sempre. É algo talvez meio infantil (dizem que com a idade e as mortes na família se vai perdendo o gosto), que mantenho. Nem a idade e nem as mortes na família (e tive muitas, e muito fortes) me tiraram o gosto desta época; de ouvir os velhos (e os novos) clássicos, de decorar a casa toda -literalmente toda-. Com gosto. Não há cá chinesices. Não irei partilhar todas as fotos porque considero excessivo. Cada pedacinho da minha casa tem um detalhe. Até a casa de banho. Comprei um dispensador natalício de sabonete que é um mimo. 





  Depois, claro, na sala principal está a tradicional árvore de Natal (com dois metros), ricamente decorada. Como agora vivemos num chalé, tenho outra sala para decorar, e uma vez que a fizemos de raiz (estava em cimento quando comprámos a casa), pus-lhe uma decoração mais moderna, isto é, uma daquelas "árvores" de Natal que não são mais do que uns ramos de plástico com umas luzes em bola nas pontas. O nosso terreno é muito grande e temos pinheiros. Cheguei a ponderar cortar um pinheirinho para fazer a árvore de Natal, mas a minha árvore (do Corte Inglés ) é tão bonita e foi tão cara que seria uma pena. Na cozinha há uma ratinha de Natal cozinheira, tenho gnomos espalhados pela casa. Está tudo muito giro sem ter ficado piroso. E este ano decorei mais cedo, porque estava realmente ansioso por fazê-lo e porque no dia 2 de Dezembro vamos de viagem, e portanto montar tudo no domingo 1 era muito em cima da hora (eu cumpro a tradição de montar tudo no primeiro domingo do Advento, ou seja, quatro domingos antes do Natal; há quem prefira o dia 8, no dia de Nossa Senhora da Conceição; também podia ser, mas para mim já se faz tarde; se tenho tanto gosto, há que aproveitar).


26 de novembro de 2024

O 25 de Novembro de 1975.


    As forças mais à esquerda fazem por não recordar o 25 de Novembro. Agora, com a primeira celebração oficial pelo parlamento português, quase 50 anos depois, creio que já podemos falar de O 25 de Novembro, como dizemos, com propriedade, O 25 de Abril, designação muito mais comum do que Revolução dos Cravos ou qualquer outra.

    Independentemente de convicções políticas, a história é o que é. O Partido Comunista Português, que se continuar assim brevemente se extinguirá, apoiou o movimento revoltoso que pretendeu operar em Portugal um golpe de Estado que, caso se tivesse concretizado, provavelmente teria conduzido o país a mais uma ditadura. Teríamos saído de uma para outra. Como a história não se faz de "ses", tudo o que podemos é supor. Portugal foi membro fundador da NATO e pertencia à EFTA. Ter-nos-ia isso, em contexto de guerra fria, salvado de um regime pró-soviético? Teríamos sido invadidos por Espanha com o apoio dos EUA para evitar a sovietização? De algo, não me restam grandes dúvidas: teria sido péssimo para o país, que ainda convulsionava de uma revolução, com retornados a chegarem, uma economia exausta pelo esforço de uma terrível guerra colonial e com independências (mal feitas) recentemente. Portugal precisava de estabilidade, e foi o fracasso desse pretenso golpe de Estado que nos permitiu sair do PREC para o PCEC (Processo Constitucional em Curso), e avançar, ainda que timidamente, para uma democracia europeia com uma economia de mercado (e digo timidamente porque até 82 estivemos sob tutelar militar, com uma Constituição fortemente socialista, e só em 89, na segunda revisão, foi eliminada a irreversibilidade das nacionalizações).

    A história tratou de romantizar o ciclo, como se a democracia tivesse chegado de um dia para o outro; como se tivéssemos adormecido em ditadura e acordado em democracia. Não foi assim. Qualquer pessoa com mínimos conhecimentos históricos e sociais da época sabe que não foi assim, e a evocação do 25 de Novembro de 1975 é mais um passo nesse sentido, no sentido do reconhecimento de que houve outros momentos igualmente decisivos para que hoje tenhamos o Portugal democrático que temos.

21 de novembro de 2024

Iphone 16.


    Sete anos depois, mudei de telemóvel. A grande transição, eu diria, deu-se em 2017, quando passei dum Android para o iOS, mais especificamente dum Alcatel para um iPhone 8 Plus. Foi como se se abrisse diante de mim todo um outro mundo de tecnologia e potencialidades. É evidente que agora também se deu uma bela transformação, mas eu pensei que fosse maior. São sete anos de tecnologia que os separa.

   Estava reticente em trocar de telemóvel porque o meu velhinho 8 Plus ainda cumpria a sua função, muito embora a bateria já não durasse o que pretendo para as minhas necessidades. Levá-lo numas férias acarretava parar de vez em quando num Starbucks para carregá-lo (em Londres, no ano passado). Isso ou levar a minha máquina fotográfica Canon, que, convenhamos, as máquinas fotográficas estão praticamente ultrapassadas. Deixaram de ser necessárias. Temos telemóveis com excelente resolução de fotografia. A par disso, deixei, há dois anos, de receber as actualizações do iOS, ou seja, recebia apenas pequenas actualizações de segurança. Resumindo, embora o telemóvel estivesse bom e estimado, estava obsoleto.





   Como referi no primeiro parágrafo, pensei que a mudança fosse maior. O que notei até agora, assim de significativo (são 24h de utilização), é a mudança do Touch ID para o Face ID, que é mais prático. De resto, nem nas fotografias notei grandes melhorias (deve ser dos meus olhos, de certeza). Um iPhone, é um iPhone. São belas máquinas. Como dizia um rapaz a quem perdi o rasto, "Uma vez Apple, sempre Apple", e é verdade. Eu tenho a gama completa: iPhone, iPad, MacBook, HomePod, Apple Watch. Adoro tudo na marca.


20 de novembro de 2024

Inversão de valores.


   Esta publicação não é mesmo (até sublinhei) nenhum tipo de recado ou indirecta. As coisas fazem-se no seu tempo e não se mexem mais. Resulta apenas de observações minhas através do tempo, observações atentas, e algumas conclusões. Minhas também. 

    Quer-me parecer que assistimos a uma inversão de valores. Já não há amor. Já não há bem-querer. Na dita comunidade gay, é realmente uma piada. E eu nem falo por experiência, porque tive a sorte de conhecer alguém muito, mas mesmo muito especial. Não tem um corpo escultural, como eu não tenho, mas tem um grande coração, bem trabalhado; um músculo forte, que o torna num ser humano lindo, luminoso, e qualquer pessoa que com ele lida fica deslumbrado com o seu sorriso radiante. É mesmo uma excelente pessoa, e eu agradeço a Deus, diariamente, tê-lo encontrado. 

     Hoje em dia, o sexo manda e as pessoas são brinquedos. Traem-se, mudam de parceiro constantemente, têm sexo com o parceiro e outros ao mesmo tempo, “relações” abertas… São livres. Claro que são. Como eu sou livre de lamentar tudo isto. Como eu sou livre de dizer que jamais me identifiquei com essas condutas, que me parecem, digamos, um nojo. Que me suscitam sentimentos repulsivos, o que me faz querer manter-me o mais afastado possível de pessoas assim. Não as quero perto de mim. Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és. Talvez não seja bem assim, mas pelo sim, pelo não.

      Eu escrevia em diários, de adolescente. Destaca-se um pendor triste, sempre, e sobretudo a lástima pela falta de um amor. Não há uma única menção a sexo. Tudo o que almejei foi encontrar o amor, amar e ser amado, e isso foi-me concedido. Oxalá seja sempre assim. E se não for, jamais renunciarei aos meus princípios. São o que de mais valioso tenho. Sei muito bem o que quero. Quero amor, quero respeito. Consegui-os e tudo farei para os manter.

16 de novembro de 2024

Recados.


    Não me recordo exactamente de quem o disse, se foi o Namorado ou quem foi, que a blogosfera se transformara numa plataforma de indirectas. Talvez seja positivo, tendo em conta o estado actual em que se encontra. Ao menos ganha algum sentido, ainda que não seja aparentemente o melhor. Revitaliza-a.

    Vou começando a ter alguma idade. Aprendi que, quando as pessoas enfiam o barrete, é porque se sentem incomodadas, e que no fundo o fazem numa tentativa de refutar o que foi dito. Vou ser menos palavroso: assumem que é verdade o que sobre elas foi dito e tentam negá-lo. Naturalmente que isso se aplicará a mim também quando me enviam indirectas. Hombre, como diriam os espanhóis, há que fazer a defesa da honra, ou não?

     No meu caso, há pouca defesa da honra para fazer. Quando as pessoas expõem as suas vidas num blogue, têm de ter a capacidade para aceitar todo o tipo de observações, caso contrário, não se expõem. Custou-me, mas aprendi a fazê-lo. E às vezes até concordo com o que foi dito. Chamaram-me mau e amargurado. O mau, eu próprio o assumo (há quem o negue e diga que tenho um lado bom); o amargurado, sim, claro, mas não é por isso que vou deixar de ter opinião seja sobre o que for, e essa opinião não tem de ser positiva. Eu diria que a minha característica mais distintiva é a sinceridade. 

    Ultrapassei um luto doloroso de três grandes perdas em pouco mais de um ano, e não venho constantemente falar da minha mãe, do meu pai, da minha avó -há quem ande há décadas a fazer o luto do pai; a psicoterapia parece que não ajudou-. A propósito, os meus pais tiveram uma relação de muito amor enquanto durou, e foi com carinho, amor e cuidado que me criaram. Mas, enfim, de amores que duram o que duram há quem saiba mais do que eu por aqui.

     Não tenho paciência sim, e isso assumo, com gente convencida. Para divas da meia-idade que atrás de tudo quanto escrevem está, aí sim, um profundo complexo de inferioridade (o tal "aspecto"). Eu divirto-me ao lê-las, e às vezes, mea culpa, escapa uma farpa. Depois, claro, há o retorno, o fogo inimigo, mas tudo isto me diverte. A sério. Diverte-me imenso. Obrigado.

11 de novembro de 2024

A blogosfera fora da internet.


   Já fiz, anteriormente, balanços pessoais da minha experiência na blogosfera. Igualmente, falei do estado actual, medíocre, desta plataforma. Sucumbiu, como outras, ao Facebook, Twitter, e por aí fora (agora há umas que nem sei para que servem). Este post será diferente. Falarei da blogosfera fora da blogosfera.

    Para alguns, a blogosfera transformou-se em algo que extravasou o meio virtual. Conhecemo-nos. Recordo-me do meu primeiro dia -que foi o primeiro também para alguns, e não o foi para outros-. Algures em Maio de 2013. Num jantar promovido por determinado blogger, conheci vários. Desde aí, os encontros sucederam-se, até meados de 2017, quando percebi que foi tudo um erro. Houve pessoas que gostei de conhecer, efectivamente, mas a maioria não valeu a pena. Não direi “desilusão”, porque só um idiota espera algo melhor, nestes meios, do que aquilo a que está acostumado lá fora. O mais correcto será utilizar a expressão que usei acima: não valeu a pena. Temos de aturar tanto lixo no dia-a-dia, sem que tenhamos a possibilidade de escolha; para quê sujeitarmo-nos nós mesmos, sem necessidade, a lidar com mais porcaria? Foi o que eu eu fiz.

     E fi-lo porque nunca me escondi atrás dum pseudónimo. Havia muitos blogues de pessoas que usavam o anonimato para se libertarem de medos, frustrações, armários. Não era o meu caso, isto é, dar-me a conhecer não iria restringir de forma alguma a minha liberdade de continuar a dizer o que penso e faço. Havia, e é compreensível, pessoas que criavam nestes meios um mundo de ilusão, que depois podia cair por terra se os seus leitores/seguidores os conhecessem pessoalmente, ou poderiam sentir que perdiam a liberdade de poder falar abertamente sobre si mesmos. Isto, claro, voltando atrás. Hoje em dia é um meio -a blogosfera- sem nenhuma relevância. Alguém ainda se encontra através disto?

    Naturalmente que tenho o meu feitio. Não me apresento aqui como um anjo de candura, maravilhoso, que foi massacrado pela maldade de terríveis bloggers que conheceu. Não. Eles são o que são, cada um deles, e eu o que sou. Mas sim, espero sempre, pela vida fora, encontrar pessoas melhores do que eu. Infelizmente encontrei ainda piores. E acreditem, pior é difícil. 

    Quando comecei a escrever este post, vim determinado a escrever os seus nomes, ou os seus pseudónimos, sem medo, um pouco imbuído na fórmula “que se lixe”. Não o farei. Não lhes darei esse prazer. Simplesmente digo, ou melhor, repito, o que disse: conheci-os, dei-me a conhecer, foi um erro, hoje não o faria, salvo pouquíssimas, mas mesmo muito poucas, tão poucas, excepções (conto 2 pessoas). Agora é continuar, como tenho continuado, como se nunca os tivesse conhecido.

9 de novembro de 2024

Pensamentos aleatórios.


   Hoje serei curto. Em poucos anos, evoluí. Saí do país, moro no estrangeiro, conduzo, tenho um marido fantástico -médico- que me ama; uma casa linda, com jardim, piscina; um cão e uma gata maravilhosos; farto-me de viajar; compro o que quero, seja roupa, livros, móveis, artigos de decoração etc etc etc. E há quem não saia da cepa torta, e não vão sair jamais. Jamais. Porque quem nasce para ser lixo, uma coisinha insignificante, nunca chegará a lugar algum. Tenho Deus comigo, sempre. Disse.