28 de maio de 2013

Três em um.


    Como há vários assuntos que pretendo abordar, todos eles que me merecem um mero comentário, resolvi compactá-los num único texto. Comecemos por um jogo de futebol. Insólito, eu sei. Bom, estava num estabelecimento comercial, logo, foi impossível evitar. Refiro-me em concreto à final da Taça de Portugal. Como deverão saber, a equipa previamente vencedora, o Benfica, perdeu. Seguiram-se episódios muito pouco correctos num espectáculo desportivo, nomeadamente, no acto de receber as medalhas pela participação, vários jogadores do SLB não se dignaram a cumprimentar o Presidente da República (é a segunda vez que falo de Cavaco Silva em poucos dias - outro insólito!). Como não o fizeram por motivos pessoais ou políticos, revelaram uma falta de educação gritante. A maior responsabilidade será, evidentemente, do staff da equipa. Não se admite que ninguém tenha avisado os jogadores de que iriam disputar a segunda competição mais importante do futebol português, ocasião na qual participa, por inerência, o Presidente da República. Se os jogadores saem mal na fotografia, a instituição SLB sai ainda pior. Lamentável, até para alguém que não gosta assumidamente de futebol, como eu.

     Segundo assunto quente: co-adopção. Uma lei que dá e dará muito que falar. Apesar de ainda faltar a votação na especialidade, votação final e promulgação, um dos passos decisivos já foi dado na Assembleia da República. Ontem, entre livros de Processo Civil, tive curiosidade e assisti ao debate na RTP1 sobre esta matéria. Participaram, entre outros, Isabel Moreira, deputada do PS, e Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados. Marinho Pinto teceu comentários inaceitáveis nos dias que correm, revelando um preconceito e um desconhecimento indignos de alguém com tamanha responsabilidade na classe que representa. Revelou desconhecer o que é amar alguém, educar, criar, acompanhar e transmitir valores, misturando os conceitos de biologia com a realidade que já existe - há crianças que moram com casais compostos por pessoas do mesmo sexo. Esta lei pretende salvaguardar os direitos dessas crianças a terem um vínculo jurídico com ambos os membros do casal, a sua família, aqueles que essas mesmas crianças reconhecem como seus pais e mães. A consideração que já nutria por Isabel Moreira aumentou e em muito - foi saneada na faculdade por um professor de quem também fui aluno, episódios de censura que ainda subsistem no nosso ensino superior.

      Derradeiro tema, porventura o mais importante: o jantar de sábado. Foi um serão muito agradável. Sou uma pessoa reservada e senti-me entre amigos. Um ambiente leve, informal, só possível devido à personalidade de dois magníficos anfitriões, João e Margarida, que tudo fizeram para tornar aquela noite num momento que a todos, certamente, agradou. Conheci várias pessoas com quem tenho contacto há anos e, pela primeiríssima vez, outras tantas. Sinto-me grato por isso.

24 de maio de 2013

Os limites.


   Já dizia Winston Churchill que a democracia era um mau regime, todavia melhor do que qualquer outro conhecido e já experimentado. O conceito de democracia, em sentido lato e para o senso comum, resume-se ao sufrágio, às liberdades individuais, e pouco resta. Retira-se da democracia a palavra direito - e todos a invocam sem excepção - mas existe uma outra palavra associada a este regime: dever. Parece simples e perceptível.

   O direito à palavra, à opinião, à informação. Direitos consagrados na Lei Fundamental, pilares de qualquer Estado de Direito, de uso frequente e abundante. Justificam-se neles todos os excessos cometidos. Quantas e quantas vezes o respeito que compete ao Direito zelar não é preterido em nome da liberdade de expressão... Perde-se a conta.
    Miguel Sousa Tavares referiu-se ao Presidente da República apelidando-o de "palhaço". O mal está desde logo no termo que usou, dirigindo-se à mais alta figura da hierarquia do Estado. Na minha visão, não terá ofendido Cavaco Silva; desrespeitou, isso sim, o órgão de soberania, eleito democraticamente por sufrágio universal e directo, representante máximo da República Portuguesa. Aí está o problema e o crime, possivelmente. Ninguém pediu a MST que respeitasse Cavaco Silva - que merece, certamente, todo o respeito que qualquer cidadão nos merece; pediu-se, implicitamente, que respeitasse, ele e todos, o Presidente da República. "Palhaço" será mais do que jocoso e desagradável; é, no meu entender, manifestamente excessivo. A jurisprudência portuguesa tem sido muito cautelosa quando se depara com estas questões, valorizando a liberdade de expressão e informação face ao crime de ofensa à honra do Presidente, contemplado no nosso Código Penal.

   Há liberdade de expressão sem ofensa gratuita e pessoal, fugindo ao campo da mera e saudável discordância política. O cidadão médio conseguirá expressar as suas opiniões de forma minimamente cordial. Se não há democracia sem o direito à palavra, também não haverá se perdermos todo o respeito pelos órgãos que elegemos, promovendo e incentivando o insulto, a injúria vil, atacando a própria República, sendo o seu Presidente o símbolo maior da unidade de Portugal. MST excedeu-se e retratou-se, como homem inteligente que é. Por mim, é quanto baste.

17 de maio de 2013

O final de uma etapa.


   O semestre está a terminar. Contrastando com a maioria das licenciaturas, podemos falar apenas do final de uma etapa. A etapa das aulas e das primeiras avaliações. No modelo adoptado na minha faculdade, necessitamos de fazer a frequência final a todas as disciplinas de modo a concluirmos as cadeiras, o que redobra a exigência e a dificuldade. Não há dispensa de exame seja qual fora a nota. Evidentemente, o mercado de trabalho não é alheio a tudo isto, preferindo os licenciados naquela casa. É comum dizer-se que um mero catorze equivale a muitos dezoitos noutras paragens... Assim o é, posso assegurá-lo.

   Temos recebido os últimos testes. Já não sinto - como sentia - as "borboletas" no estômago. Torna-se uma rotina. Se ganhamos alguma coisa, uma dou como garantida: controlo das emoções. Ficamos mais fortes ou pelo menos dissimulamos melhor a fraqueza. As mãos não tremem mais como dantes.
   Notas. As minhas notas têm sido bem melhores do que esperava, num ano de si difícil, o famoso ano dos cadeirões. Num raciocínio anatómico, este ano poderá ser considerado a espinal medula do curso. Inevitavelmente, descemos, e descemos até comparativamente ao primeiro e segundo anos.


   Hoje aconteceu-me algo insólito desde que estou na faculdade. Um professor, neste caso, uma professora, elogiou a minha nota publicamente, realçando que se destacou, a nota, da quantidade «absurda», nas suas palavras, de negativas. Muitos ficariam eufóricos; eu fiquei incomodado. De repente, fui alvo de todos os olhares, até de colegas que raramente reparam em mim. A turma em peso, um silêncio sufocante, alguma inveja que escapa entre sorrisos de circunstância... Enfim, horrível. Por vezes, questiono-me se os conhecimentos que aquelas pessoas adquirem - refiro-me aos professores - ocupam o lugar do bom senso e da discrição. Eu não faria isto a um aluno; provavelmente elogiá-lo-ia a sós, numa conversa no final da aula. Algo particular. Cá fora, foi a vez dos elogios dos meus colegas. Senti-me um extraterrestre.

   Além das provas que se aproximam, terei de entregar um trabalho expositivo e de investigação à célebre cadeira de Mercados, lembram-se? Pois é, uma dor de cabeça.

     I will survive.

11 de maio de 2013

#Beautiful


   A minha Maria lançou há poucos dias o primeiro single do seu novo álbum que vem a caminho, #Beautiful, canção que está a provocar um impacto apreciável nas tabelas do iTunes um pouco por todo o mundo. Atingiu o primeiro lugar em vários países. Na passada quinta-feira, foi a vez da estreia oficial do vídeoclipe que acompanha a música no American Idol, programa em cujo painel de jurados, nesta edição, consta a Mariah.

   O single, sendo totalmente imparcial, tem gerado críticas muito positivas nos habituais "não fãs", ou seja, nas pessoas que habitualmente não ouvem o repertório da Mariah, porque não gostam ou não faz o seu estilo. A participação de um cantor praticamente desconhecido, Miguel, atraiu as atenções, tornando a música numa balada R&B morna e suave. Há quem lhe chame o hit deste Verão. A extraordinária forma física de Carey, aos 43 anos, também não deixou o público indiferente.

   Aguarde-se pelo desempenho nos charts oficiais de cada país. As expectativas são altas. Aqui fica a música e o respectivo vídeo! :)




9 de maio de 2013

Visita de Estudo.


    Pela primeira vez, em três anos de ensino superior, lembraram-se de nos levar a algum lado. Verdade seja dita: as visitas de estudo estão, de certa forma, associadas ao liceu. Fui a imensas em tempos idos. A tantas que já me esqueci da maioria. Esta visita tem uma componente prática, de forma a estarmos informados acerca do modo como funcionam as instituições de crédito, vulgo bancos. Como poderão constatar, algo interessantíssimo. Não poderei queixar-me, afinal, é uma visita no âmbito da disciplina optativa que escolhi. Porém, a falta de informação é gritante. Na maioria dos casos, escolhemos a optativa influenciados por colegas ou para ficarmos na mesma turma que amigos. Não há um mero colóquio onde nos exponham as vantagens e desvantagens de escolher determinadas cadeiras. O papel omisso que a faculdade deveria desempenhar é executado frequentemente por alunos de anos superiores. Ora, como já referi, a minha participação na vida académica é inexistente.

    Perguntar-se-ão onde será essa visita de estudo tão interessante. Nada mais, nada menos, do que à sede da Caixa Geral de Depósitos. Uma excitação total. Terá a sua utilidade, evidentemente, mas quando não se gosta da disciplina em si, nada de útil se consegue vislumbrar. O edifício é medonho; acredito que o interior seja imponente.


    Não gosto de mercados financeiros, nem de cadeiras económicas. Curiosamente, tenho excelentes notas nessa área, comprovando-se o mesmo, novamente, com a nota que recebi ontem. Na minha licenciatura, apesar de não ser dedutível, há uma forte componente económico-financeira. Do que mais gosto, claro está, é do ramo histórico-jurídico. Aliás, se vier a exercer algo na minha área de formação, será nesse campo.

    Estou a ponderar se deva, ou não, ir. A minha consciência diz-me que sim: a vontade, que não. Temo que dê pela minha ausência, mas realmente é terrível fazer algo que não se quer. 

     Eu a querer viver uma aventura insólita e surge-me... a CGD.

3 de maio de 2013

V Aniversário.


    Há cinco anos, no dia 3 de Maio, criei este blogue. Nessa altura não tive noção do mundo em que estava prestes a entrar. Fi-lo numa noite de inércia, como tantas que tinha naquela época. O caricato é que ainda me recordo vagamente de estar em frente ao computador a dar os primeiros passos nesta aventura. Em anos anteriores expliquei a origem do nome do blogue, relatei as peripécias dos dois primeiros anos sem que seguisse fosse que blogue fosse, escrevendo mais num exercício de desabafo do que propriamente encarando o blogue tal como ele é: um espaço dinâmico, voltado ao público, de interacção especial, livre que está da fugacidade de outras redes sociais. Honestamente, não deixa de me surpreender o facto de ainda estar aqui, vivo, após uma mão cheia de anos volvidos, mantendo-se a vontade de continuar o projecto. Comentando com um amigo há dias, referindo-lhe o meu blogue, opinou que já deveria ser uma continuação do meu Eu. Acertou. É assim que o encaro.

     Quando abri os horizontes do blogue, lá por inícios de 2010, comecei a acompanhar outros espaços; por sua vez, também eu fui descoberto, despertando-se o designado bichinho da blogosfera que reside em todos nós. Tenho diminuído o ritmo. Creio que a vontade se ressente dos anos e pouco mais há a explorar. Já conheço os "cantos à casa". Contudo, escrever por aqui é encontrar um refúgio seguro. Os laços que se criam e fortalecem são ímpares. O tempo corre a uma velocidade distinta...

     Não sei onde estarei daqui a cinco anos, nem daqui a um ano. Apesar da vida ser uma fonte inesgotável de temas e conversas, por vezes sinto que está quase tudo dito, que todos os caminhos foram explorados e que mais resultará em redundâncias inúteis. Poderá ser ridículo, mas é o que paira no momento.


      Resta-me agradecer-vos o carinho por me acompanharem.

      lots of love,


M.