Como há vários assuntos que pretendo abordar, todos eles que me merecem um mero comentário, resolvi compactá-los num único texto. Comecemos por um jogo de futebol. Insólito, eu sei. Bom, estava num estabelecimento comercial, logo, foi impossível evitar. Refiro-me em concreto à final da Taça de Portugal. Como deverão saber, a equipa previamente vencedora, o Benfica, perdeu. Seguiram-se episódios muito pouco correctos num espectáculo desportivo, nomeadamente, no acto de receber as medalhas pela participação, vários jogadores do SLB não se dignaram a cumprimentar o Presidente da República (é a segunda vez que falo de Cavaco Silva em poucos dias - outro insólito!). Como não o fizeram por motivos pessoais ou políticos, revelaram uma falta de educação gritante. A maior responsabilidade será, evidentemente, do staff da equipa. Não se admite que ninguém tenha avisado os jogadores de que iriam disputar a segunda competição mais importante do futebol português, ocasião na qual participa, por inerência, o Presidente da República. Se os jogadores saem mal na fotografia, a instituição SLB sai ainda pior. Lamentável, até para alguém que não gosta assumidamente de futebol, como eu.
Segundo assunto quente: co-adopção. Uma lei que dá e dará muito que falar. Apesar de ainda faltar a votação na especialidade, votação final e promulgação, um dos passos decisivos já foi dado na Assembleia da República. Ontem, entre livros de Processo Civil, tive curiosidade e assisti ao debate na RTP1 sobre esta matéria. Participaram, entre outros, Isabel Moreira, deputada do PS, e Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados. Marinho Pinto teceu comentários inaceitáveis nos dias que correm, revelando um preconceito e um desconhecimento indignos de alguém com tamanha responsabilidade na classe que representa. Revelou desconhecer o que é amar alguém, educar, criar, acompanhar e transmitir valores, misturando os conceitos de biologia com a realidade que já existe - há crianças que moram com casais compostos por pessoas do mesmo sexo. Esta lei pretende salvaguardar os direitos dessas crianças a terem um vínculo jurídico com ambos os membros do casal, a sua família, aqueles que essas mesmas crianças reconhecem como seus pais e mães. A consideração que já nutria por Isabel Moreira aumentou e em muito - foi saneada na faculdade por um professor de quem também fui aluno, episódios de censura que ainda subsistem no nosso ensino superior.
Derradeiro tema, porventura o mais importante: o jantar de sábado. Foi um serão muito agradável. Sou uma pessoa reservada e senti-me entre amigos. Um ambiente leve, informal, só possível devido à personalidade de dois magníficos anfitriões, João e Margarida, que tudo fizeram para tornar aquela noite num momento que a todos, certamente, agradou. Conheci várias pessoas com quem tenho contacto há anos e, pela primeiríssima vez, outras tantas. Sinto-me grato por isso.