30 de julho de 2023

Jornadas Mundiais da Juventude.


   A polémica está instalada, e eu associo-me. Desde os gastos milionários aos transportes públicos, a Câmara Municipal de Lisboa preocupa-se mais com um evento extraordinário do que com a qualidade de vida dos lisboetas. Palcos de custos astronómicos, transportes públicos gratuitos para os peregrinos, ao passo que viver em Lisboa é cada vez mais uma tarefa impossível, incomportável para a carteira do português médio. Não tem que ver com nenhum sentimento anti-religioso; tem que ver com a hipocrisia: para um evento religioso, sim, tudo; para os lisboetas, para as pessoas que vivem na cidade, nada, ou pouco.





   Por parte da Igreja, não esperaria mais. Sabemos como tudo funciona no seio daquela instituição. Luxo e ostentação, sapatos da Prada para o Papa, muito ouro, dinheiro, interesses. Ascetismo e sobriedade apenas na teoria, e sempre desde que se aplique ao fiel. Os números da Igreja, porém, não se resumem apenas às cifras. Há outros, de que todos se parecem esquecer.


29 de julho de 2023

As eleições espanholas.


  No domingo passado, aqui em Espanha realizaram-se as elecciones generales, que em Portugal equivalem às eleições legislativas. Sei, porque assino o jornal Público e vou lendo vários outros jornais portugueses online, que o acto eleitoral foi acompanhado exaustivamente no nosso país. É habitual; os portugueses interessam-se por política internacional, e sendo Espanha um país vizinho e amigo, mais ainda.

    Eu participei eleitoralmente. Adquiri a cidadania espanhola em 2021. Estas foram as primeiras legislativas após a minha vinda para o país, e coincidiu que já tivesse adquirido a nacionalidade. Votei nos nacionalistas galegos, o BNG, um partido com pouca expressão a nível nacional, e inclusive na Galiza. Manteve o deputado que elegera anteriormente.

    Os resultados contrariaram todas as expectativas e sondagens. O PP de Alberto Feijóo não conseguiu a maioria absoluta, e nem com o apoio do VOX, de extrema-direita, consegue os 176 deputados necessários para consegui-la. Esperava-se um desastre para o PSOE de Sánchez, após 4 anos de dura governação (com uma pandemia e a guerra da Ucrânia), todavia, os socialistas não se saíram mal. É verdade que não necessitam apenas do Sumar (a quarta força política que saiu do escrutínio popular), estando também nas mãos dos nacionalistas catalães, incluindo do Junts, o partido de Puigdemont, que pode vir aqui a desempenhar um papel decisivo.

   Adivinha-se um impasse. A governabilidade do país vê-se custosa à esquerda e à direita. As alianças são difíceis e pouco prováveis, dum lado e do outro, e já são muitos os que vaticinam novas eleições para o final do ano…

2 de julho de 2023

Dia Mundial das Bibliotecas (01/07).


  Adoro comprar livros. Antes de viver aqui (em Portugal ainda), tinha-os meio espalhados por todas as partes. Quando finalmente arrendámos um apartamento, decidi montar uma biblioteca/escritório. E agora que o comprámos, a biblioteca/escritório é definitivamente uma realidade (excepto se o arrendamos um dia e nos mudamos, o que de momento não equacionamos).

   Continuo com livros pela sala (no móvel), na estante do corredor, mas agora há o escritório, com um sofá e um candeeiro, um espaço que quis de leitura, embora nunca lá tenha lido. E são vários os títulos. Não me dei ao trabalho de os contar, se bem que são centenas (quando a minha mãe faleceu, fui a Portugal buscar os livros que deixara lá).

  Tendo a privilegiar os clássicos da literatura universal e os ensaios. Também os livros históricos. Meti na cabeça a ideia que iria comprar todos os grandes clássicos da literatura, e já só me falta um por outro. Outra coisa é que dedique tanto tempo a lê-los como a comprá-los, porque… já não há espaço.