30 de novembro de 2010

Hora do Chá


O chá é um dos elementos mais marcantes da minha infância e, presentemente, da minha vida. De entre as pessoas com as quais convivo, o chá é parte integrante de uma tarde bem passada com amigos em amena e simpática conversa. Os tiques populares, ao nível dos nossos hábitos, ainda não nos atingiram.
Bom, esta pequena e breve introdução para vos dizer que nem tudo são cactos espinhosos e, na minha faculdade, tenho encontrado pessoas fantásticas, verdadeiras rosas crescidas em mato grosso. Uma dessas pessoas é uma colega fantástica com a qual foi nascendo uma amizade, tímida, devido à sua prematuridade, mas uma amizade que vai crescendo. Sou sempre muito cauteloso nestas avaliações.
Ela é linda, para começar. Fantástica. Verdadeira portadora de uma beleza estranha no Portugal corriqueiro de banal. Uma pele alva, uns olhos verdes cintilantes e um cabelo louro e longo que lhe desce selvaticamente pelas costas delgadas. Depois, é a verdadeira elegância de pessoa, de uma educação admirável e de uma postura rara nas nossas idades. A verdadeira metade da minha laranja, não fosse eu portador de uns condicionalismos externos à causa ( ahahahahah :) ).
Conversa para aqui e para ali e o que eu descubro? Que a piquena é filha de um dos advogados da firma que colabora com a mãe. O mundo é realmente piqueno. Ora, foi o suficiente para nos venerarmos e adorarmos reciprocamente. Temos hábitos em comum, gostos em comum, visões da vida em comum, enfim, é realmente uma empatia saudável.
Hoje, da parte da tarde, ficámos na faculdade a estudar. Ao lanche, pedimos um chá com umas torradas com pouca manteiga. Foi o suficiente. Mais valia termos ido beber o chá a outro local. Ficou meio mundo a olhar para nós como se fôssemos estranhíssimos. Senti-me um verdadeiro alienígena no meio do planeta Terra ou como a minha amiga disse, «a elegância no meio da vulgaridade». Realmente, a vulgaridade existe em larga quantidade em Portugal. Este provincianismo é de bradar aos Céus.
Já vos tinha dito que na minha faculdade há o hábito de rotularem as pessoas. O nosso grupo é conhecido pelo epíteto fantástico (?) de «clube dos tios», mas há o «clube das Barbies» (as louraças gostosas), o «clube dos marrões» (os que estudam até cair para o lado), o «clube dos gravatas» (os que andam sempre de fato), etc. Tantos que nem eu os sei todos. Ah, sim, também há (já ouvi dizer...) o «clube dos pa--------». É horrível, eu sei, mas fazer o quê? Olhem do que escapei! Ahahahahah.
A minha amiga não se identifica com essa designação horrível e muito menos eu. Desde quando a elegância, o bom nome e o glamour são confundidos com essas terminologias? Tios por bebermos chá ao lanche, por vestirmos bem, por falarmos baixo e por sermos reservados e educados. Eis a explicação. Todavia, assumo, diverte-nos um pouco. Agora, recordei-me de que na blogosfera já houve quem se queixasse de que eu sou muito elitista. Oh, oh, deveriam ver um dos membros do meu clube. Também é rapaz e aquilo é mesmo do pior (no bom sentido). Tem o ego tão elevado e uma arrogância tão snob que se esticar o pescoço aposto que chega à antena da Tour Eiffel. Ahahahahahah.
Sei que provocamos algum alarido, mas não pensem que é inteiramente bom. As pessoas têm uma ideia pré-concebida que não corresponde, de todo, à verdade. Temos defeitos como todos, alguns até podem parecer estranhos, mas não viramos a cara a ninguém. Subjectivamente - e num carácter bem mais pessoal - o meu bom dia tem o mesmo carinho para a empregada como para o empresário influente.
As pessoas são bem mais do que o que possuem.

28 de novembro de 2010

Melhora Com o Tempo


Os dias são passados na eterna incerteza do significado do teu olhar. Passados aguardando pelo teu sinal, pelo fôlego que saia da tua alma em direcção a mim. O frio do Inverno traz-me o frio da tua ausência demasiadamente sentida. Preciso de ti para me sentir integralmente feliz. Nada me satisfaz, nada preenche o vazio deixado por ti.
Necessito da tua presença, do teu toque, do brilho incerto do teu olhar.
O que sentes quando olhas para mim? Consegues sentir o bater forte do meu coração? Consegues sentir como eu perco todas as forças à presença imponente da tua imagem?
Faz como eu quero, toma-me para ti uma só vez. Só quero um dia da tua vida. Minto. Quero bem mais, mas aceito o que podes dar. Faz-me acreditar que gostas de mim, que me amas da forma como eu idealizo. Faz com que me prenda mais e mais a ti.
Oh, a vontade não melhora com o tempo. Continua insaciável clamando, pedindo, implorando ferozmente por ti. Sacia esta vontade que é tua e só tua.
Continuo à espera.
E espero.
Porque nada melhora com o tempo.

26 de novembro de 2010

Vida de Mil Cores


Olho para ti e vejo o meu eterno labirinto. O mundo é tão difícil. As palavras são tão escassas quando o que queremos exprimir não precisa de uma terminologia, mas sim de um sentido. Sentido, dás sentido às cores garridas das minhas manhãs únicas. A tua ausência entardece o meu brilho, ofusca a luz que espreita pelo meu interior.
Queria transformar a rodinha viva em algo mais fácil. Por que razão não podemos dizer o que queremos, viver como entendemos? Quero a liberdade que é minha. Não a liberdade falsa e condicionada dos filósofos; quero a liberdade real de viver. Quero, a cada dia, ser mais e mais eu. Quero consumir o mundo num segundo. Quero imortalizar para sempre o meu pedaço.
Quero-te e é bem mais do que um mero capricho. Quero-te assim, como és. Adoro cada centímetro do teu corpo, todas as imperfeições que tens, físicas e morais. Quero tudo e quero tão pouco...
O mundo é um precipício de vontades frustradas. Somos bem menos do que somos, temos bem menos do que queremos. Em toda a parte encontramos o triste grilhão da nossa prisão perpétua. Somos prisioneiros dos nossos desejos irrealizáveis.
Oh, o meu mundo não é este! O mundo é meu num suspiro. Quero a luz, a praia, o som dos passarinhos, o mar azul, a relva verde, o gelado de mil sabores!... Quero porque é meu. Quem mos retira? Nasci para ser livre, livre, livre! Nascemos livres e que ninguém nos retire o que também é nosso.
O sonho deve ser real.
O meu, o teu, o nosso, o vosso são a verdade escondida em cada um. Vivam-na!

25 de novembro de 2010

Solução do Desafio

Bom, é chegada a altura de resolver o desafio. Deixem-me que vos diga que nenhum de vós acertou. Alguns estiveram mais perto, outros estiveram muito longe. O prémio para quem acertasse era um beijo na boca, mas como ninguém acertou... Ahahahahah. :)
Vou resolver o caso roubando a ideia ao amigo Speedy. Achei interessantíssima a forma de ele solucionar o desafio. Muito bem.
De facto, a minha família materna tem uma quinta no Alentejo. É um lugar do qual eu gosto e onde já passei alguns dos dias mais divertidos da minha vida. Bem por acaso, os avós estão lá neste momento. :) No entanto, na quinta, apesar de existir muita carne, eu não a comia porque não como carne vermelha há alguns anos. Ando a tentar abolir a carne branca, sem sucesso até à data. Quero ser um ovolactovegetariano perfeito. :)
Um dia, há uns aninhos, fiquei preso no elevador por sensivelmente uma hora. Foi horrível. Tudo aconteceu no edifício de uma amiga. Toquei no alarme, mas a verdade é que só me acudiram passado todo esse tempo. Claro que liguei à mãe, à amiga e a mais algumas pessoas e todas me disseram para manter a calma. Felizmente, não sou claustrofóbico. Mantive-me calmo. Estavam todos avisados, era uma questão de tempo.
Continuando nas boas notícias, a verdade é que não tenho nenhuma cicatriz no corpo. Aliás, a minha pele não tem quase nenhuma imperfeição. Na face, já foi mais lisinha e macia antes da maldita barba, mas enfim...
Por volta dos meus quinze, dezasseis anos, usei lentes de contacto verdes. Sabem, eu tenho um cabelo denso, daqueles mesmo bons, o que é raro no sexo masculino. Então, mudava de corte, estilo, várias vezes ao ano. Um dia, resolvi pintá-lo de castanho claro. E, para combinar, comprei umas lentes verdes. Convencer a mãe foi o cabo dos trabalhos, mas após muita insistência da minha parte lá deixou... Estava uma brasa, deixem-me que vos diga. Ainda sou, mas naquela altura... Humm... Ahahahahah. :D
Curiosamente, não vi o Avatar. Estranho, não é? Devo ser dos poucos seres humanos à face da Terra que não viu o filme, mas não vi. Estive para ir ver várias vezes mas, por motivos alheios à minha vontade, nunca se proporcionou.
Podia, podia, mas nunca tive notas escolares más. É mesmo motivo de vergonha em Portugal. Ahahahahah. Sempre fui um bom aluno, mais fraquito na Matemática e nas Ciências (Geografia, Ciências Naturais, etc), todavia, safava-me. Nas outras não é preciso falar... :)
Não sou muito viajado, com muita pena da minha parte. Por esse motivo, não conheço o Minho, assim como não conheço Trás-os-Montes, as Beiras, os Açores, a Madeira, etc. Só conheço o Alentejo, o Algarve (vou para lá todos os anos), o Porto (Douro). Bom, já passei por muitas zonas, mas conhecer, conhecer...
A minha adolescência foi pródiga em insólitos e sexualidade à flor da pele, talvez muito influenciado pelo álbum Stripped da Christina Aguilera (que devorava incansavelmente!). Por isso, usei t-shirts curtas que mostravam o umbigo. Sempre tive uma barriga lisinha, sem aquelas coisas horrorosas (pêlos, ahahah) e sem gorduras. Não as levava para o colégio e, acreditem, provocava reacções diversas nas pessoas. Umas achavam estranho (os avós, tios, etc, iam morrendo...), outras olhavam e outros gostavam, muito... :P Hoje, devido ao facto de ser mais velho, tenho vergonha de as usar. Se eu tivesse quinze anos, muita coisa era diferente. Era tão atrevido! Memoirs... :)
Para terminar, de facto, é-me difícil dizer a palavra «amo-te». Não por um qualquer problema de dicção, mas sim porque o seu conteúdo obriga-nos a um uso ponderado.... :)
Bom, e ficaram a saber mais sobre mim. Muito mais haveria a dizer, mas as hipóteses eram só dez.
Gostei do jogo.

24 de novembro de 2010

Desafio

Recebi um desafio proposto pelo Speedy e achei que é relevante e engraçado, uma vez que existem alguns factos sobre mim que são desconhecidos do grande público. Muito bem, o desafio consiste no seguinte: publicar dez factos sobre a pessoa, sendo que três deles são falsos. Cá vão dez (na verdade, sete) factos sobre mim. Descubram os três que estão errados.

1. Tenho uma quinta no Alentejo;
2. Não como carne vermelha há alguns anos;
3. Já fiquei preso num elevador durante uma hora;
4. Tenho uma cicatriz no corpo;
5. Já usei lentes de contacto verdes;
6. Não vi o Avatar;
7. Já tive notas escolares más;
8. Conheço o Minho;
9. Usei t-shirts curtas que mostravam o umbigo;
10. É-me difícil dizer a palavra «amo-te»;

São estas as hipóteses e relembro, mais uma vez, que três são falsas. Não passo o desafio especificamente a alguém. Faça-o quem assim o entender. :)

22 de novembro de 2010

Uma e Uma Vez Mais


Uma e uma vez mais surgiste-me no pensamento nocturno. Desejei não sonhar contigo, não sentir a tua presença no meu descanso. Contudo, os meus desejos acordados não exprimem as minhas vontades reais. Esta noite voltei a sonhar contigo. E sonhei que me tomavas nos teus braços e me levavas para dentro do teu mundo secreto. Sonhei que pegavas na minha mão e orientavas o meu caminho. A luz silenciosa do meu quarto propicia a invasão perpetrada dos meus desejos na minha mente que oscila entre o inocente e o selvagem. Durmo, assim, qual anjo amistoso, segundo o que me contam. Está na altura de substituir o meu ursinho gigante por ti.
Mais uma vez lançaste o teu olhar mundano sobre a minha pele alva e delicada. Mais uma vez senti o aroma do teu corpo distante sob a roupa. Mais uma vez senti a tua atitude rebelde em mim. Mais uma vez disfarcei o que sinto. Mais uma vez falei o que não queria, exprimi o que não acredito, olhei para o infinito.
Mais um dia que passou sem te beijar. Mais um dia que vivi sem te amar. Mais um dia que não te abracei, não te vivi, mas te sonhei.

19 de novembro de 2010

Nós


De certeza que alguns de vocês querem saber o que tem acontecido entre mim e o R. Bom, tenho-vos a dizer que nada. Creio mesmo que tem existido algum afastamento da parte dele. Talvez eu tenha criado expectativas demais. Talvez. A verdade é que eu também não avanço porque não faz parte da minha natureza. Detesto andar atrás, conquistar, etc. Gosto que me façam, não gosto de o fazer. E uma vez que ele não o faz, eu não farei, mas de certeza absoluta.
Tem dias que já não se senta perto de onde eu estou. Fica mais atrás. Acredito que ele pense exactamente o mesmo de mim. Eu pouco olho para ele propositadamente. Não quero que pense que lhe dou importância. Quando ele já lá está, sou eu que me sento longe dele. Ainda mais longe do que ele quando eu já lá estou. Mudo mesmo de bancada ou avanço e recuo umas boas filas, tanto no auditório como nas salas.
Ontem, no meio de uma aula, saí para estudar mais um pouco. O auditório estava cheio. Fui para o banheiro da faculdade estudar, dentro das cabines individuais. Eu estudo nos locais mais imprevisíveis. Gosto de falar enquanto estudo, de forma a memorizar os conteúdos. Como faço figuras tristes a estudar, vou para o banheiro para ninguém me ver. Ahahahah.
Regressei para a aula seguinte. Uma colega disse-me que o professor não tinha gostado da minha saída. Que estranho. Então, disse-me que, passados alguns minutos, houve um outro rapaz que saiu, o que levou o professor a dizer que «uma indisposição é normal, duas já é demais....».
Adivinhem quem saiu? Sim.
A minha faculdade tem inúmeros banheiros. Fui para o mais distante. Um que fica mesmo escondido, para estar à vontade. Quando saí, dei com ele a andar por ali... Isto não quer dizer nada, claro, mas então saiu porquê? E logo a seguir a mim.
A verdade é que o meu coração bate à sua presença e sinto que não lhe sou indiferente. Estamos num verdadeiro impasse. Tento manter-me o mais normal possível quando estou perto dele, o que não é possível integralmente. Acho que somos diferentes demais. Há diferenças inultrapassáveis. Teria de me modificar e ele teria, naturalmente, de se modificar também. Chego à conclusão de que devo manter-me mais dentro do meu círculo. Há pessoas interessantíssimas com as quais não tenho um relacionamento próximo porque, simplesmente, rejeitava um contacto directo. Refiro-me a algumas pessoas que têm interesse em mim, mas que eu, porque não me agradam, não dava importância. Há uns quantos.
Para concluir, ontem recebi um diploma por Mérito e Excelência de melhor aluno do 12º ano, atribuído pelo colégio onde estudei. Só os melhores alunos o receberam. Foi uma honra e uma cerimónia agradável. Não gosto de o dizer - pensam logo que sou presunçoso - mas não é qualquer um que tira 20 a tudo no 3º Período do 12º ano... Sabem, no fundo, ser inteligente tem as suas contrapartidas. Pensamos mais do que devíamos. A minha cabeça nunca pára. Está constantemente em raciocínio pleno, exceptuando quando durmo. Sempre fui hiperactivo. Surgem-me mil ideias ao mesmo tempo. Muitas vezes, a minha mão (a escrever) não acompanha o meu intelecto.
Gostava de ser burro.
Vivem bem melhor...

16 de novembro de 2010

Obrigado, Brasil (II) :)

É com satisfação que constato que o As Aventuras de Mark atingiu mais de 2000 visitas, só do Brasil, desde o dia 23 de Agosto, data em que relatei a chegada às 1000 visitas (aqui).
Mais uma vez quero agradecer ao povo brasileiro a dedicação demonstrada a este blogue. Recebo, atentamente, comentários no blogue e até mesmo palavras de carinho através da aplicação Formspring. A minha história com o Brasil tem raízes familiares, que expus no texto de dia 23, por isso, sinto uma sensação especial por o As Aventuras de Mark ter a sua quota de seguidores atentos no outro lado do Atlântico. É importante referir que este blogue não é português: é lusófono. Assim como a língua portuguesa não é de Portugal, mas sim de todas as pessoas que a falam e de todos os países que a utilizam. O colonialismo ficou para trás, mas a língua, esse tesouro vivo, junta na mesma família Portugal, Brasil, Angola, Moçambique (terra adorada do pai), Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Princípe e o irmãozinho mais recente, mas não menos querido, Timor Lorosae. Somos a lusofonia e é esse o motivo de tantas visitas do país irmão. A língua. A nossa. A de todos.
Com a progressiva recuperação económica de África, também nos PALOP a internet desempenhará um papel decisivo.
A CPLP mantém-se unida na língua. Este blogue universaliza-se na caravela virtual do século XXI.
Obrigado, Brasil. :)

15 de novembro de 2010

A Luz da Manhã

Já sei o que é acordar de manhã com vontade de te ver. De sentir-te perto de mim, aconchegando-me o coração. Sei que estás só, com a cama fria fazendo-te companhia nas noites frias e escuras. Sei que estudas à luz do teu candeeiro de cor âmbar que cria a atmosfera mágica que me faz sonhar. Sei que vês os dias passarem sem o vislumbre de um amanhecer mais claro. Sou a tua esperança.
Oh, hoje acordei ao som da minha música preferida. O cheiro do meu perfume pelos lençóis enriquecia a atmosfera que desenhei para mim. Sorri e abracei a minha almofada. Sim, é o aperto que te queria dar, um aperto bem forte. Imagino os teus braços a envolverem o meu corpo esguio, a tua mão a acariciar a minha face rosada, o calor do teu corpo a aquecer a minha alma. Sinto a textura do teu cabelo castanho claro na minha mão, do sabor a mel da tua saliva doce na minha boca. Quero sentir o teu corpo em mim. Quero um pouco de ti em mim.
Acordei e sorri para o Simba. Ele olha-me feliz. Vejo as coisas mais bonitas.
Como será o teu acordar? Descontraído como tu, de certeza. Imagino-te enfrentando o frio da manhã de mãos tímidas nos bolsos e com a boca sobre a gola do casaco. És assim, o meu oposto necessário.
Quero-te assim, quero-te para mim. Gosto de ti.

13 de novembro de 2010

Querido Pai Natal

Lisboa, 13 de Novembro de 2010,

Querido Pai Natal,

Talvez escreva esta carta um pouco cedo demais. Todavia, o medo de que tenhas muito para fazer e de que te esqueças de mim é grande. Sei que és um velhinho muito querido mas atarefado. Deves receber milhares de milhões de cartas vindas de todo o mundo e, com o aproximar do Natal, imagino a quantidade de pedidos que chegam aí à Lapónia.
Tens sido um grande amigo durante todos estes anos, no fundo, desde que existo. Sempre tive o hábito de te escrever uma carta, todos os anos, com os meus pedidos de presentes. E tu, como sempre, correspondeste às minhas expectativas. No dia 25, lá escrevia eu uma outra carta a agradecer-te a generosidade. Recebi sempre o que queria: os meus brinquedos caros, os desejos de prosperidade e de saúde para mim e para os que me rodeiam.
Sei que tens muito trabalho e, seguramente, pedidos mais importantes do que os meus. Tens crianças pobres para consolar com um brinquedo, pessoas doentes que pedem melhoras para as suas doenças, pessoas sozinhas que precisam de um simples presente que lhes dê conforto... Eu sei. Também sei que tenho uma vida boa, felizmente, e que não necessito de te pedir mais nada. Contudo, eu sei que recebes de Deus um poder especial que te permite ler e escutar todos os pedidos. Infelizmente, para o mal da Humanidade, não tens nas tuas mãos o poder de modificar o mundo. Há coisas que não podes fazer.
Este ano, para além de alguns pedidos que, oportunamente, te enviarei numa outra carta, há um pedido em especial que te quero fazer. É um pedido mesmo muito especial. Sabes, eu estou a gostar de uma pessoa. Sim, pensarás: «São coisas que não me competem...». Tens razão. Mas o meu caso é mais especial. Sabes, não é um "gostar" daqueles fáceis de resolver. É mais complexo do que isso. Eu quero ficar com essa pessoa. E quero o seu amor como presente de Natal. Não sei se até já gostará de mim. Talvez goste. Nesse caso, faz com que as coisas tomem um bom caminho.
Intercede por mim. Sim, não te custa nada. Era o meu presente de Natal mais importante. Eu sei que nem sempre sou um menino bem comportado e bom. Por vezes, sou ruinzinho, mas acredito que darás um jeito. Até porque se eu não fosse assim, o mundo não tinha graça alguma.

Espero que recebas esta carta aí na tua casa. Tenho a certeza de que a irás ler com todo o carinho e atenção.
Um beijinho para ti, para as renas e, em especial, para o Rudolph.




Lots of Love,
Mark

12 de novembro de 2010

Como conquistar um hetero em dez passos...



Ao navegar pelo Youtube, dei por este vídeo engraçado que nos mostra como conquistar um hetero em dez simples passos. Existe aquele mito de que hetero que é hetero jamais se relacionará com um gay. Muito bem. Seria tudo fantástico se não existisse a famosa Escala de Kinsey. Para quem não conhece, esta escala permite-nos analisar o nosso grau quanto à orientação sexual. Kinsey, através dos seus estudos, provou que uma pequena minoria da população mundial é exclusivamente heterossexual. Concluindo: tudo é possível.
Por isso, se é essa a vossa situação, o vídeo deixa-nos importantes e valiosas dicas. ;)

E o rapazinho cai que nem um patinho. Ahahahahah. :)







... que também poderão, eventualmente, servir para mim. É que ainda não sei qual a sua orientação sexual...

11 de novembro de 2010

Doce Sabor

O dia começou com aulas no auditório. Eu gosto das aulas em auditório. Gosto da sensação de estar a ouvir uma pessoa mais velha e experiente a falar. Gosto, sobretudo, de aprender mais. Aprender com quem tem algo para ensinar. Aprender as matérias, mas também aprender o que é a vida real. Na faculdade, pelo menos em algumas cadeiras, aprendemos que existe uma vida que se sobrepõe e completa os programas leccionados. Aprendemos o dever de responsabilidade, ouvimos os conselhos de quem deseja que sejamos a esperança única de um país desiludido com o seu futuro. Aprendemos, por fim, que lá fora existe injustiça que é necessário combater. Lá aprendemos a teoria, a vida encarregar-se-á de nos ensinar a prática.
Estava tão concentrado no discurso do professor que não senti o R. a sentar-se ao meu lado. Apenas senti o som da cadeira móvel a baixar e de alguém que tinha acabado de chegar. Dei pela sua presença e trocámos o habitual «olá». Hoje estava sério, calado. Sentou-se confortavelmente e ficou a escutar o professor com atenção. Que estranho, pensei. Parece-me mais magro do que quando o conheci. As mangas da camisola arregaçadas para cima revelavam os seus braços morenos e vigorosos. Estava totalmente relaxado com os braços sobre a superfície de madeira enquanto eu tirava apontamentos atentamente. Ao parar, também eu me encostei para trás. Passados uns minutos, sinto o seu braço a atravessar as minhas costas, de forma a que ficou com o braço esquerdo sobre a superfície de madeira da fila imediatamente atrás da nossa. Ou seja, envolveu-me por completo. Creio que me estou a fazer entender. Parecia que queria colocar o braço sobre os meus ombros. Intimidou-me. Senti o cheiro do seu after-shave e do detergente suave da sua roupa. O seu braço é tão masculino, com algumas veias salientes e alguns pelitos castanhos claros. Eu olhava assustado para a sua cara mas ele não desviava o olhar do professor. O meu coração batia profundamente sob o efeito daqueles aromas exalados por ele. Desejei que me tocasse. As suas pernas abriam-se cada vez mais. Travei o meu ímpeto selvagem de o tocar com a mão. Olhei para e vi uma proeminência anormal. Um alto vigoroso surgia querendo sair por entre as suas calças. Uma colega sentou-se do meu lado esquerdo.
Comecei a falar com ela e simultaneamente com ele. Apercebi-me de que a vida é feita destes pequenos momentos. Mark, parvo, ele está com o braço a envolver-te sem te tocar, está ao teu lado, está a falar contigo, aproveita! Fala, brinca, ri-te, manda-lhe olhares, saboreia o momento! Para o ano ele pode já não estar e podes nunca mais o ver.
Foi o que fiz.
Levei o resto da aula a fazer tudo o que descrevi acima. Aproveitei e é tudo tão inocente. São só pequenos gestos mas eu consigo interpretar o que ele quer. Digamos que os namorados beijam-se, amam-se publicamente; ele, como não pode fazer isso, tenta demonstrar carinho por mim da forma como pode. Da forma como é aceite. É um pouco triste, eu sei, mas a vida é assim.
Ainda fomos todos (eu, ele e uma colega) à papelaria da faculdade, ao bar e até ao jardim. Vou aproveitando cada dia. Cada um é único e irrepetível. Quem conhece o amanhã? A nossa química é muda, contudo, compreensível.
Respeito-o e ele respeita-me. Gosto da sua companhia e creio que ele gosta da minha.
Retiro das suas acções todo o doce sabor de cada olhar, toque ou palavra.

9 de novembro de 2010

Ousadia


Hoje foi um dos dias em que decidi alterar um pouco o ritmo que a situação estava a levar. Este vai-que-não-vai deixou-me verdadeiramente em alerta, e se é verdade que não estou atrás de nada, não é menos verdade que quero saber o que se passa. Nesse sentido, a noite passada, enquanto estive a estudar, pensei numa forma de descobrir mais alguma coisa, ter mais alguma certeza. Conjecturei o seguinte plano: ir para a faculdade um pouco mais ousado (ainda mais...) de forma a retirar algumas conclusões...
Hoje, depois da minha rotina diária, decidi vestir algo mais provocante. Vesti uns jeans bem justos, uns novos que ainda nem tinha estreado. Ficam bem apertados ao rabito, dando um contorno delineado às nádegas. Digamos que fica proeminente... Por baixo, vesti um slip preto, curtinho, daqueles que deixam tudo por descobrir, mas atenção, não era fio dental! Para cima, estreei uma camisa justíssima e concluí com um casaco novo em tons cinzento claro. Dei um toque mais irreverente no cabelo, de forma a deixá-lo mais volumoso. Usei o corpo como arma, verdade seja dita. Teve mesmo de ser.
E lá fui, lindo e belo para a faculdade, qual pimpolho do dia. Quando cheguei ao auditório, o R. já estava sentado numa fila com um amigo. Já tinha constatado que ele fica irrequieto quando me vê. Notei que retirou o casaco do banco do lado, pensando que eu me iria sentar perto de si. Mas não o fiz. Sentei-me na fila imediatamente à frente, propositadamente para o provocar. Estava a falar com o rapaz do lado sobre futebol... Coloquei a minha mala no banco e despi o casaco.
Despi o casaco sem retirar os olhos dele. Não o fitava directamente, mas sim através do canto do olho. O casaco deslizou suavemente pelas minhas costas, revelando o meu rabito proeminente e ousado que se escondia sob as calças não menos provocantes de justas. Parte do slip surgia do nada, apertado contra a pele. Sim!, ele olhou para o meu rabito! Eu vi. Tive a prova necessária. Olhou discretamente, mas olhou. Mais: estava com as mãos sobre a mesa e, de momento, colocou uma mão em baixo... Terá ido dar um jeito a alguma coisa que se ergueu inesperadamente? Ahahahahahah. Fingi que puxava as calças para cima, mas a verdade é que puxava o slip para baixo, de forma a mostrar-lhe um pouco do rabito. Bom, isto passou-se tudo em um minuto, não obstante toda esta descrição pormenorizada. Ao sentar-me, disse-lhe «olá».
É claro que dei uma bandeira monumental. Nem quero imaginar no que o rapaz que estava ao lado dele está a pensar. O pior de mim, certamente. Valha-nos o auditório que ainda tinha poucas pessoas. :) Passou a aula toda com as habituais piadinhas. E eu, histérico, ria-me tanto que coloquei o professor a olhar para mim. Não consigo evitar: ele é um palhaço autêntico. Mas um palhaço másculo. É tão macho que nem sei o que pensar. É mesmo homem. Não tem um jeito, nem a falar, andar ou mesmo no simples acto de estar socialmente. É tão... straight...
Hoje (só se for mesmo cego) viu bem o que estava em jogo. É claro que ninguém tocou no assunto. Ele não disse uma palavra ou fez uma piada sobre o episódio das calças durante todo o dia de aulas. Nem falámos da tarde de domingo, quanto mais. Está a deixar-me confuso: se não se afasta, é porque está a gostar; porém, se não avança, é porque não quer. Deve ser masculino demais até para interiorizar que teve uma erecção comigo! Sim, aposto que teve.
Que ele não é indiferente, já eu sei. Da minha parte, está tudo feito.

8 de novembro de 2010

Tarde de Estudo


A nossa tarde de estudo correu bem. Combinámos uma hora e ele revelou uma pontualidade fantástica. No dia anterior, ontem, ainda lhe disse que iria ter ao seu encontro a um qualquer lugar que combinássemos. Ele rejeitou de imediato. Quis vir sozinho. É muito independente e, já constatei, não gosta de incomodar ninguém. Gosta, no fundo, de resolver tudo por si só. Restou-me dizer o endereço da minha casa e os transportes a apanhar. E, às quinze horas, estava à minha porta.
Convidei-o a entrar. Tentei ser o mais simples possível, o que da minha parte é difícil, convenhamos. Mal o vi, o meu coração bateu sofregamente no meu peito. Ele vestia uma t-shirt branca sob um casaco preto com capuz. Trazia a mochila da Eastpak (também tenho duas: uma preta e uma com padrões, mas já não ligo). Muito desportivo. Estava com uns jeans desbotados, como se usa e os ténis habituais, assim já meio usados mas que lhe dão um ar tão apetecível. Adoro aquele ar rebelde e descontraído. O seu cabelo é curto e está sempre despenteado. Mas é natural. E depois, ele tem um jeito: passa a mão no cabelo para ainda o colocar mais despenteado.
Recebeu-me com um «olá» simpático e com um aperto de mão. A sua mão quente e máscula apertou com força a minha mão mais delicada. Senti, mais uma vez, a sua masculinidade a tomar-me de assalto. Notei na forma dele olhar para a decoração da casa. Sentiu-se estranho, intimidado e sem jeito. Comecei a falar das aulas para o relaxar e perguntei-lhe se queria comer alguma coisa. Disse-me que talvez mais tarde e começou finalmente a sorrir, provavelmente quando lhe disse que estávamos sozinhos. Pensou, naturalmente, que estavam pessoas em casa e, conhecendo-me, teve receio de que fossem todos uns grandes queques que o achariam uma atracção. Soube interpretar esse receio legítimo e mesmo por isso não quis que o lanche/estudo fosse na casa da avó. Não pela avó, mas sim pelos acessórios (tios, primos, sobrinhos, etc). Ainda para mais num domingo!
Fomos estudar. Encaminhei-o até ao escritório da mãe. Os livros já estavam dispostos sobre a mesa. Convidei-o a sentar-se e disse-lhe:
-"R., relaxa. Estamos só nós. Fica à vontade. Fala, brinca, faz o que quiseres. Somos pessoas normais. Não te impressiones com a casa." (ri)
Não tardou e começámos a estudar, contrariamente ao que pensava. Mas estudávamos e falávamos ao mesmo tempo. As coisas fluiram naturalmente. Ficámos no lado de fora da secretária da mãe, onde estão dois cadeirões, um ao lado do outro. A um dado momento, ele aproximou a sua cadeira da minha, de forma a que ficámos juntos, debruçados sobre o livro. Sentia a sua respiração nas minhas mãos. A proximidade da sua boca colocou-me nervoso. Ele fingia uma naturalidade inexistente. Esteve perto, mas nada aconteceu. Ficámos naquele vai-que-não-vai e ainda bem. As horas passaram. Coloquei uma música suave para escutarmos. Até isso preparei. Fui buscar um álbum do Pedrinho, The Joshua Tree, dos U2, um género de música que não gosto, mas sei que é do seu agrado. Já o tinha ido buscar antes da sua chegada. O meu irmão do meio deixou cá em casa uma colecção considerável de músicas que não gosto, mas que dão sempre jeito.
Às dezassete fomos lanchar. A essa altura, ele já brincava comigo, já sorria, enfim, parecia que estava na faculdade. Sabem que mais? Gostou da decoração da mesa. Disse-lhe qualquer coisa do género:
-"Espero que gostes. Já me conheces minimamente. Faço tudo assim. Foi com carinho."
Tive a melhor das reacções. Ele brincou, lógico, principalmente com a cor dos guardanapos. Mas sei que gostou. Comeu duas fatias do bolo de chocolate, salgados e uma sandwich (não sei como se mantém magro). Perdi o protocolo. Sentei-me descontraidamente. Brincámos, rimos imenso. Foi tão divertido. Reparei em vários detalhes. Ele está sempre de pernas abertas. É mesmo homem. Ahahahah. A forma de segurar nos talheres, de mastigar, de beber o sumo... Reparei num outro detalhe: em toda a tarde, só mexeu no telemóvel uma vez. Num domingo? Provavelmente não tem namorada. E da única vez que mexeu, foi para atender uma chamada da... mãe. Fiquei ligeiramente contente.
Depois do lanche, levei-o a conhecer a casa. Subimos as escadas e  fomos ao meu quarto. Mostrei-lhe os meus cd's, os meus jogos da Playstation, os meus livros, os meus animais de pelúcia (sim, tenho muitos e bem fofos), etc. Se vissem a sua timidez ao entrar. É tão educado. Vê-lo a entrar no meu quarto foi algo indescritível. Sentámo-nos na cama e mostrei-lhe a minha colecção da Mariah. Logo à entrada, ele viu o meu quadro gigante com uma foto da Mariah que está por cima da cama e apanha grande parte da parede. Riu imenso. Fi-lo prometer que não gozaria comigo. :) Mostrei-lhe todos os cd's dela, os seus perfumes, os livros que fiz com todos os recortes de revistas e jornais que tenho e outros artigos. Disse-me que não era um género de música de que gostasse muito, mas disse que, por mim, ia tirar algumas músicas dela para ouvir. :)
O tempo passa depressa. No conto geral, estudámos mais do que eu pensei. Por volta das vinte horas (oito da noite), perguntei-lhe se queria jantar. A Ana deixa sempre algo preparado. Disse-me que estava muito bem e que era melhor ir andando devido aos transportes. Para além disso, amanhã é segunda.
Despedimo-nos à porta. Agradeceu-me a amabilidade. Foi uma despedida sentida. Custou-me um pouco. Vi-o a afastar-se com uma nostalgia estranha. Com as mãos nos bolsos e de mochila às costas, desapareceu no horizonte.
Fechei a porta. Abri talvez uma outra na minha vida.

6 de novembro de 2010

Para Amanhã...


Na sexta, combinei uma tarde de estudo com o R. para amanhã. Será em minha casa, da parte da tarde. Não podia ter escolhido uma melhor ocasião. A mãe e o marido vão a um torneio desportivo qualquer em que o meu padrasto participa.
Hoje passei o dia a cuidar dos últimos preparativos. Resolvi, como o disse há algum tempo, fazer algo simples, sem muita formalidade. Um lanche comum para uma tarde de estudo descontraída. Pedi à Ana para fazer um bolo de chocolate e comprei uns salgados e uns aperitivos. Amanhã, a Ana fará umas sandwiches para o lanche e creio que estará bem assim. Ainda pensei em servir chá, mas aposto que ele não está muito familiarizado com o hábito de tomar chá. Optei, por isso, por uns refrescos de limão e laranja, uma vez que têm estado uns dias quentes. Na mesa, escolhi um arranjo de orquídeas frescas que vou buscar a uma florista conhecida da avó e apostei numa decoração natural. Escolhi uns guardanapos de tecido amarelo, de forma a combinarem com a cor amarela-pálida das orquídeas. O serviço do lanche será um jogo bastante jovial que, por acaso, nunca foi utilizado. E pronto, será assim.
Porém, continuo a achar que exagerei nas formalidades. Ele é mesmo simples. O que hei-de fazer? Não consigo fazer nada simples. Eu nunca fui, sou ou serei uma pessoa simples. Saí à mãe. Sou arrojado, extravagante e gosto de tudo com o mínimo de requinte. O mínimo indispensável. Claro que ele estará à vontade porque eu próprio o receberei dessa forma. Sei integrar as pessoas. Também estaremos sozinhos. Dei folga à Ana.
A mãe perguntou-me o motivo de tanto protocolo. Geralmente, são os eventos que a mãe dá cá em casa que exigem um maior cuidado. Com os meus amigos, um lanchinho simpático está óptimo. Contei-lhe do meu colega e da nossa tarde de estudo. Gostou do meu interesse em ajudá-lo.
Veremos como eu me estreio nesta jornada.





PS: Espero que ele não se assuste com tanta formalidade. :)

5 de novembro de 2010

Incertezas em Dó Menor


O Homem está condenado a ser livre. Uma condenação hipotética que parte do pressuposto de uma solidão propositada. A condenação, em si, envolve um sujeito activo e passivo na busca da perfeição por via de uma sanção punitiva. O reflexo da plenitude segue de modelo para o destemido e abandonado procurar por entre vales de vida diluída uma luz, um clarão de luminescência divina. A lei positiva diz que estamos livres. Livres de agir, se pensarmos na acção como um conjunto em que contraentes asseguram, por um lado, uma supervisão paternalista; pelo outro, um objectivo espiritual do mais elevado grau de perfeição moral. A perfeição carnal foi na medida proporcional à imagem do modelo categórico desenhado e concebido já mesmo na altura da mera conjunção. Com as funcionalidades asseguradas, o caminho de trilhos estava também ele sujeito a uma concepção e a um determinismo funcional: assegurar o objectivo, mas de forma a que tudo assumisse um carácter temporal e realístico. Os dados obtidos perdem importância à luz da intervenção superior, todavia, o mérito continua, embora obscurecido por uma ordem moral significativamente maior. A ordem moral escapa ao positivismo humano, mas suponhamos um quadro em que, partindo do activo, tudo segue conforme as suas regras. O mesmo positivismo estará regrado por um conjunto jurisdicional superior, uma norma natural, o que se poderá chamar de divina.
Então, se o Homem é livre, a que se deve tamanha intervenção? Voltamos ao carácter paternalista de supervisão constante. O Homem é livre dentro de um conjunto pré-estabelecido de uma ordem superior axiologicamente conhecida. A consciência é o testemunho espiritual que determina a conduta. A Lei das Doze Tábuas humana. Um ditame à razão e à verdade como fontes de entendimento entre os homens e de aproximação ao transcendente.

3 de novembro de 2010

O que me apetecia dizer-te ao ouvido... (II)



Talvez o que te direi ao pormenor daqui a algum tempo... Quem sabe... Hoje, vontade não me faltou.



PS: Trata-se de uma das músicas de que mais gosto.
PS2: A Mimi está oficialmente grávida do seu primeiro filho, confirmando rumores persistentes da imprensa. ^^ Felicidades, Mimi!

We Belong Together - Mariah Carey

2 de novembro de 2010

Exposição de Uma Ideia Válida


Esta semana começam as avaliações, ou seja, os testes. E começam todos uns perto dos outros. Parece que os professores combinaram as datas. Eu não estou muito preocupado até porque tenho estudado bastante. Numa das cadeiras, estivemos a estudar vários filósofos, tanto do período greco-romano, quanto dos períodos medieval, moderno (liberal) e mesmo contemporâneo. Grande parte desses filósofos já eram do meu conhecimento, devido ao facto de eu ter passado longas horas da minha vida na biblioteca da casa da avó. O avô, até mais do que a avó, tem um nível de sapiência e cultura admirável. Nomes como Sócrates, Platão, Maquiavel, Locke, Rosseau, Montesquieu, entre muitos, não são novos para mim. Li Do Contrato Social de Rosseau e O Princípe de Maquiavel, por exemplo, com apenas doze, treze anos, logo, à partida, levo uma vantagem acidental sobre os meus colegas. Estes detalhes também em muito influenciaram a minha personalidade e, por consequência, a minha forma de olhar o mundo e até de escrever. Parece simbólico mas é um facto. A avó desesperou quando li O Capital de Karl Marx. Pensou, naturalmente, que o neto virasse um perigoso activista de extrema-esquerda. Teve sorte. :)
É claro que sinto um friozinho na barriga ao sentir o peso da responsabilidade a aproximar-se. Dizem, nomeadamente os actores, que esse frio os acompanha até à última peça, mesmo que a estreia tenha acontecido há mais de cinquenta anos. É inevitável.
Todavia, eu gosto de aprender, de saber cada vez mais. Creio que é uma - talvez mesmo a melhor - qualidade que tenho. A vontade inesgotável de saber mais. Utilizo a liberdade que tenho para aprender. Outros utilizarão essa mesma liberdade para as suas aventuras, devaneios e loucuras sadias. Eu não. Mesmo em tempos lúdicos, os livros acompanham-me para onde for.
Hoje não vi o R.. Provavelmente faltou devido ao feriado ou preferiu economizar as energias para o teste. Não lhe enviei nenhuma mensagem. Não quis. Mais uma vez, agi segundo a minha liberdade. E ela disse-me para não o fazer. Talvez a liberdade dele lhe tenha dito o mesmo. Contudo, a tarde de estudo continua válida e dir-lhe-ei as minhas ideias logo que o veja. Sinto que ele necessita e, sem qualquer intenção, cá estarei para o ajudar. Já vou ganhando fama de inteligente por lá, mas isso é outro assunto. :)
Daqui a uns anos olharei para tudo com carinho.
Pode ser que olhemos para tudo com carinho.

1 de novembro de 2010

Toda a Verdade


Sim, é verdade, Egas e Becas são... gays! Descobri esta foto íntima do casal a pesquisar sobre a eventual homossexualidade dos intervenientes. O Speedy tinha razão. :)
Permitam-me:
Ahahahahahahahahahahahah. :D



Extraído do blogue Cama Aberta (ver).


PS: Não resisti em publicar... O que eu ando a fazer ao meu blogue. Que nível. Lol xD Ah, perdoem a sexualidade explícita. Ahahah.