Já vem sendo um clássico. Desde 2015 que, no último dia do ano, faço um balanço do mesmo, particularmente naquilo que ao blogue implica. Dois mil e vinte (2020), venho-o dizendo, foi extremamente positivo. No blogue, inclusive. Deixou de ser um espaço que me escravizava, como por ainda por aí se vê. Há quem publique por publicar, só para dizer "estou sempre aqui", e isso nunca me fez sentido. Ainda assim, sentia a necessidade, que continuo a sentir, embora menos, de partilhar todos os meus momentos e o que pensava. Este ano que agora finda, ao ter sido o ano da minha emancipação pessoal, ajudou a que o blogue fosse exactamente aquilo que ele deve ser: uma plataforma de complemento, de publicações reflectidas, mais cuidadas e meticulosas. Teria de recuar doze anos, a 2008, para chegar ao ponto em que publiquei ainda menos do que em 2020. A título de curiosidade, 2019, em contrapartida, foi o ano em que mais publiquei desde 2012. O mês de Outubro desse ano (2019) foi aquele em que mais publiquei de sempre, desde que o blogue existe. Teria de voltar a Julho de 2010 para encontrar um mês (quase) tão concorrido. Fait-divers.
Vamos então, para não perdermos mais tempo, dar início à sequência cronológica deste ano nos seus principais acontecimentos.
Janeiro começou logo a dia 6 com uma crónica sobre o Presidente dos EUA, Donald Trump. Dois dias depois, achei por bem ir a Espanha e à solução governativa alcançada, em tudo semelhante à portuguesa de 2015. Portugal começa a assistir a uma criminalidade violenta atípica, e esse mesmo foi o tema da crónica de dia 15.
No dia 17, iniciou-se um ciclo de visitas que me levou desde logo ao Convento de Cristo, ao Castelo dos Templários e ao Museu do Fósforo, em Tomar.
Em Fevereiro, mas ainda relativo a Janeiro (dia 20), publiquei, no dia 1, a visita a Azenhas do Mar e respectiva revisita ao Palácio da Pena. No dia 2 de Fevereiro, publiquei sobre a visita de 21 de Janeiro a Cascais (praia, marina, Museu do Mar, Museu Paula Rego e Boca do Inferno), o mesmo dia do meu primeiro concerto para ver Madonna na Madame X Tour. No dia 4, sobre o dia 22 de Janeiro, dei conta da visita, adiada vezes sem conta, ao Jardim Zoológico de Lisboa e, no dia seguinte, a 5, publiquei sobre a visita de dia 23 de Janeiro a Óbidos e ao Mosteiro de Alcobaça. No dia 8, escrevi sobre a visita de dia 24 ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha). Pelo meio, surgiram-me os Óscares (a propósito, teremos filmes para premiar no ano que vem?). Quase a terminar, no dia 12 relembrei a visita de dia 25 de Janeiro ao Santuário de Fátima e ao Centro Histórico de Ourém e, para concluir o ciclo, no dia 14 publiquei acerca do último itinerário de dia 26 a Évora (centro histórico, Sé de Évora e Museu de Arte Sacra e Igreja de São Francisco, vulgo Capela dos Ossos). Ao longo dessa agitada semana, comprei vários livros, e falei deles aqui. Antes de sair de Portugal, discorri sobre a eutanásia, sucintamente, remetendo quase todas as considerações para uma anterior publicação de 2016.
Março arruma-se facilmente. Publiquei apenas duas vezes, a 18 e a 24: a 18, justificando, por assim dizer, o silêncio de semanas (começávamos a sentir os efeitos da COVID e achei por bem deixar algumas palavras); a 24, dando início às minhas impressões sobre Espanha (Ourense, mais especificamente).
Em Abril, seguiram-se essas impressões, desta feita a Santiago de Compostela. O Diesel entrou nas nossas vidas a meio do mês das chuvas (a propósito, está aqui ao meu lado, deitado no escritório, enquanto escrevo).
Maio trouxe a efeméride da puberdade do blogue -12 anos-, com o XII Aniversário. No dia 5, assinalou-se o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa instituído pela UNESCO. Para finalizar, mais um olhar sobre Portugal e os seus apregoados, mas mentirosos, brandos costumes.
Em Junho, as redes sociais, o quinto poder, popularizaram a onda das "vidas negras importam", o que me levou a fazer uma comparação entre o racismo estrutural norte-americano e o português. A amena Primavera trouxe também a vontade de desbravar a Galiza selvagem e a fluvial. Foi aqui, na Galiza, que me banhei tão cedo no ano (em Maio), numa barragem, e, mais tarde, numa praia fluvial.
Julho trouxe-me mais vezes ao blogue. Logo no dia 2, fiz uma pequena análise ao histerismo social causado por André Ventura. Cinco dias depois, creio que tive a primeira reflexão sobre os tempos que vivemos de pandemia. Conheci Allariz, uma vila galega que aconselho. Assinalei o centenário do nascimento de Amália Rodrigues. Falei-lhes de Sylvester, um nome da disco que se perdeu precocemente, e ainda destaquei os cinquentas anos da morte de Oliveira Salazar.
No pico do Verão, em Agosto, retornei a Portugal para visitar a minha mãe, que não via há meio ano, e passei uma semana no Algarve. No blogue, apenas fiz menção aos duzentos anos da Revolução Liberal de 1820.
Em Setembro, dei o meu parecer, por assim dizer, à segunda obra de Haruki Murakami que li, Kafka à beira-mar, e tornei abordar a situação criada pelo vírus, desta vez no medo que levantou junto das populações.
Entretanto, em Outubro, dei por terminado outro livro, Memórias de Adriano, que há dez anos decorava uma das minhas estantes. A meio do mês, dei conta das vantagens e desvantagens, porventura, de se adoptar um animal. Estive em Bilbao. O Miguel morreu há um ano.
Na falta de cinemas, que aqui não os temos, passei a acompanhar séries, e houve uma que me prendeu a atenção da 1ª à 7ª temporadas (e ainda não vi a 8ª e a 9ª porque não estão disponíveis na Amazon Prime). Falo-lhes de American Horror Story. Tivemos, pelo meio, as renhidas eleições nos EUA. Deixei um relato sobre a minha experiência com o transtorno obsessivo-compulsivo.
A quadra natalícia deste ano trouxe neve pela primeira vez. Mostrei-lhes as fotos lhe tirei e à minha decoração de Natal. Fatidicamente, a violência de alguma polícia portuguesa continua a ser notícia.
As considerações do final ficaram no começo. Resta-me agradecer a todos os que passam por aqui. Espero que, no próximo ano, possamos continuar a trocar impressões sobre este e aquele assunto. Tudo o que escrevesse agora só iria alongar a publicação, que não necessita de todo de palavras vãs. Está suficientemente preenchida.
Imagino que a maioria fique por casa à meia-noite. Eu sairei. Não de festas, mas sairei. Curioso. Muito curioso. Tal como o ano...
Deixem lá. São pensamentos aleatórios, em voz alta. Vemo-nos por aí. Um excelente 2021!
A vermelho, as hiperligações para os artigos correspondentes. Clicando sobre cada uma, serão redireccionados automaticamente.