31 de janeiro de 2025

Paris VI (Versailles e Museu d’Orsay).


   Como lhes havia dito, no primeiro dia em que estivemos às portas de Versailles, fomos surpreendidos por uma greve geral na cidade que nos garantiram que não afectaria a estrutura. Mentira. Afectou. Eu não queria sair de Paris sem ir a Versailles. Tudo aquilo -sobretudo a alguém com TOC- provocou-me alguma ansiedade. Como também sabem, levo roteiro feito, bilhetes comprados, tudo programado. Tive de fazer ajustes de última hora, cancelar algumas actividades, para poder encaixar Versailles de novo, desta vez sem o perigo de greves!


A entrada de Versailles


A famosa sala dos espelhos


    Versailles é bonito? É. Vale a pena? Creio que sim. Eu repito o que disse na publicação anterior sobre o palácio: não fiquei impressionado. A massificação também não ajuda. Não vi a imponência que esperava. Acontece. Talvez o mau tempo tão-pouco tenha ajudado.


Auto-retrato, Van Gogh (1889)


    Pela tarde, depois do almoço, fomos ao Museu d'Orsay, que merece sem dúvida alguma uma visita demorada. Muito mais pequeno que o Louvre, é igualmente requisitado. Tem obras fundamentais, como as de Van Gogh, Manet, Monet, e uma bela colecção de esculturas. Gostei muitíssimo do Museu d'Orsay, talvez mais do que do Louvre. 


A Origem do Mundo, de Courbet (1866)


   A afluência, a mim, incomoda-me muito. Sei como são estas capitais, porém, tanta gente em espaços pequenos retira-me a vontade e o encanto da experiência. E depois, como se por si só não fosse suficiente, as fotos. Eu também as tiro, mas não o faço exaustivamente, incomodando os outros.

22 de janeiro de 2025

Paris V (Torre Eiffel, Galerias Lafayette e Sacré-Coeur).


   Subir ao topo da Torre Eiffel é uma decisão que cabe a cada um. Há quem ache que vale a pena, há quem se contente com vê-la por fora e tirar a típica fotinha a partir dos melhores ângulos da cidade. Nós quisemos subir, não pelas vistas, mas sim pela experiência de explorar por dentro o famoso monumento construído provisoriamente para a Exposição Universal de 1889. Até hoje.


Copos de plástico, é certo (não nos deram outros), mas o champanhe era Moët & Chandon


    Há várias modalidades de bilhete: até ao primeiro andar, até ao segundo e, por último, ao topo, mesmo lá em cima; depois, a pé (subindo os degraus), ou de elevador. A afluência é muitíssima. Após o Louvre e Versailles, é o monumento mais visitado da cidade. Nós fomos de elevador até lá acima (o bilhete mais caro), mesmo no topo, onde tomámos uma flute de champagne que nos aqueceu o estômago, e a alma!


As famosas Galerias Lafayette


   À tarde, fomos às Galerias Lafayette. Fujam. Não se consegue caminhar lá dentro. É tanta gente. Realmente a decoração é engraçada, mas não vale a pena, a par de que só podemos estar um máximo de 5 minutos na passarela de vidro, e com bilhete reservado com antecedência. 


A basílica, iluminada


    Ao início da noite, fomos à Basílica do Sacré-Coeur, que é imensamente mais bonita por fora do que por dentro. Optámos pela visita guiada, desnecessária, porque imaginávamos que seria um género de Catedral de São Paulo (Londres). Nada mais distante da realidade. A visita guiada dispensa-se, inclusive porque a entrada na basílica é gratuita. Chovia que Deus a dava.

17 de janeiro de 2025

Paris IV (Louvre e Sena).


  No nosso quarto dia em Paris, fomos ao Louvre, inevitavelmente. O Louvre é imenso, tem mais de 35.000 obras, pelo que decidimos fazer a visita com uma guia especialista em arte -para conhecer o fundamental-, e depois, por nossa conta, explorar o que desse. É realmente assim, o que der. A minha recomendação, para quem nunca foi ao maior museu do mundo, é para que faça uma visita guiada e, a par disso, uma selecção das obras a ver, caso o/a guia falhe alguma. Foi o que eu fiz (às vezes ter TOC tem as suas vantagens).


A magnífica Vitória de Samotrácia


     Não é necessário dizer que nos levou o dia inteiro. De manhã, à primeira hora, ao final da tarde. Saí quando comecei a sentir algum esgotamento. Almoçámos por lá, naturalmente. Fica tudo dito quanto ao Louvre porque é sobejamente conhecido. Vale muito a pena. Não desaponta. O pior são as hordas de turistas. Na sala da Gioconda quase não se pode entrar. O perímetro de segurança nem sequer permite que nos aproximemos. A meu ver, há outras obras no museu mais interessantes (e menos cobiçadas).


A Torre vista do barco


    À noite, e uma vez que estávamos cansados, resolvemos ir passear de barco pelo Sena (os bilhetes foram comprados em Espanha, com dia em concreto a determinar por nós). Foi das actividades mais prazeirosas na Cidade Luz, devo confessar-lhes. Fazia muito frio, mas foi tão bonito. Percorrer o Sena, ver a cidade e os monumentos ao longo das margens, até terminar na Torre Eiffel, dignamente decorada. Um encanto. Se forem a Paris, eu aconselho o trajecto de barco, que podem -e devem- comprar com antecedência. Se vão com alguém em plano romântico, é do melhor. É apenas a minha opinião. Cada um faz o que quer.

12 de janeiro de 2025

Adiamento.


   A minha avó materna morreu no dia 1 de Janeiro deste ano. Não necessitam dar-me os pêsames. Não a via há uns vinte anos, e sinceramente não era pessoa do meu agrado. Pouco convivemos. Ela morava no Alentejo; eu, em Lisboa. Via-a na Páscoa e no Natal, e nem sempre. Não foi uma boa mãe para a minha mãe, tão-pouco foi uma boa avó comigo. Era uma mulher difícil, meio bruta, um pouco perturbada mentalmente também (creio). 

  Sucede que a sua morte veio-me baralhar as contas, passo a expressão. Como lhes disse há uns tempos, eu movi um processo judicial contra a minha avó e a minha tia. Tendo morrido a mulher agora, antes do julgamento (que entretanto foi adiado do dia 6 de Janeiro para o dia 20 de Fevereiro por sobreposição de agendas), o mais provável é que a juíza suspenda a instância até se proceder à habilitação de todos os herdeiros, isto é, mais tempo, mais dinheiro e um adiamento do julgamento, o mesmo que dizer, do veredicto que pretendo. 

   Na altura que falei deste assunto não quis entrar em detalhes, e agora também não o farei. Digo apenas que este processo nada tem que ver com heranças ou dinheiro -geralmente as pessoas movem-se por dinheiro-. É uma questão muito antiga, delicada, que na verdade competia à minha mãe ter sido tratada, mas que ela, por displicência, indiferença e desconhecimento, não tratou. Afecta-me indirectamente, tenho legitimidade, e portanto sigo eu, para obter o reconhecimento de um direito, algo que quero muito, que mexe com a minha honra e com outros direitos pessoalíssimos e dos quais não abdico. Irei até ao fim, doa a quem doer, suceda o que suceder. 

4 de janeiro de 2025

Paris III (Versailles, Revolução, Campos Elísios e Arco do Triunfo).


    No nosso terceiro dia, tínhamos programado ir ao Palácio de Versailles, um indispensável numa viagem a Paris, embora não fique exactamente em Paris, senão nos arredores da cidade, quiçá a uns 20 km. Há transportes públicos, designadamente comboio suburbano, mas, ao sabermos da greve, convocada de forma súbita, achámos melhor ir de Uber. Um trajecto que se faz muito bem e não é caro. Para azar nosso, e contrariamente àquilo que nos haviam dito (de que o Palácio não fecharia), sim, estava fechado. Deixaram-nos entrar apenas nos jardins, que também não explorámos muito devido à chuva e ao frio. Convém dizer que arriscámos ir ao Palácio sabendo da greve porque já levávamos os bilhetes comprados desde Espanha -eu planifico tudo-. 


Os famosos jardins de Versailles


     Depois do almoço, fizemos um tour pela cidade onde ocorreu a Revolução Francesa: Paris, naturalmente, mas focando-nos nos locais emblemáticos da Revolução de 1789, por exemplo, a Praça da Concórdia, onde Luís XVI e Maria Antonieta foram executados. 


A Praça da Concórdia com o imponente Obelisco de Luxor



    Terminando o tour, subimos os Campos Elísios e encerrámos o dia no Arco do Triunfo. A semelhança entre os Campos Elísios e a Avenida da Liberdade é tremenda. Os Campos Elísios são maiores, entretanto, a configuração, o  design, das avenidas é igual.


Os maravilhosos Champs-Élysées


    Foi claramente uma inspiração para os obreiros da principal avenida lisboeta. Estavam lindíssimos, decorados de Natal. A quantidade de lojas de luxo é impressionante. Ali, é possível gastar milhões de euros numa única noite.