Não estava em Cascais desde inícios de 2015. Há algum tempo que queria voltar para explorar mais da vila-cidade dos arredores de Lisboa que, pelos tempos, tem acolhido diversas personalidades nacionais e internacionais de destaque na cena pública e nas artes. Aquando da minha primeira visita, fugaz, explorei apenas um pouco da marina.
Desta vez, começámos pela praia, que não é excepcional e dá para tirar algumas fotos.
Seguiu-se-lhe a marina, que actualmente tem uma roda-gigante, e eu lá fui desafiado para me meter nela! A minha primeira experiência. Deu algumas cinco ou seis voltas. A primeira foi de meter medo. Ao final, já só queria mais e mais.
Adorei a roda. |
Tinha em vista visitar o Museu Paulo Rego. Impôs-se entrar primeiro no Museu do Mar, que fica em caminho, acabando por visitar ambos.
Um belíssimo projecto de Souto Moura, de 2009 (Casa das Histórias Paula Rego) |
O Museu do Mar acolhe um importante contributo do estudo da oceanografia portuguesa. Entre espécies marítimas e alguma história, é um espaço para ser apreciado com calma. Claro está, dedica uma grande parte a Dom Carlos, o nosso Rei-oceanógrafo, uma das individualidades que mais contribuíram para o estudo dos nossos mares e das suas espécies. O museu tem uma particularidade: sendo Cascais uma vila historicamente ligada à pesca, é-nos dado a conhecer o dia a dia dos cascalenses que por décadas se dedicaram à tão nobre (e socialmente malvista) actividade piscatória. Das vestimentas aos bordões das mulheres dos pescadores, as tradicionais peixeiras, conseguimos fazer um percurso pelo quotidiano sofrido e imprevisível daquelas gentes.
O Museu do Mar |
O Museu Paula Rego foi uma decepção. Talvez eu não esteja à altura da genialidade da pintora, mas realmente não me apaixonou. Achei a sua obra decrépita, tenebrosa e demasiadamente sexualizada. É a sua visão sobre o que vê e a rodeia. Não fiquei fã e de longe prefiro Vieira da Silva. Quanto ao espaço, sim, é amplo, luminoso e digno de acolher as suas telas, esboços e desenhos.
Um quase-tríptico. |
A Boca do Inferno era outro dos locais que andei anos a adiar conhecer. As formas que o oceano esculpiu naquelas rochas tornam aquele pequeno (e cobiçado) recanto num destino quase obrigatório a quem se aventura pelo concelho de Cascais. Só não gostei realmente da quantidade de turistas (maioritariamente brasileiros) que se pavoneavam por lá, mais preocupados com a foto para a rede social do que em desfrutar do cenário visual.
A boca que nos conduz a um inferno visual (e sonoro, quando é caso disso) |
O regresso a Lisboa não permitiu mais do que um jantar próximo do Coliseu dos Recreios, já a fila chegava ao Rossio. Madonna cancelara o espectáculo de dia 19, o último antes "do meu", e o medo que repetisse o feito assombrou um pouco o roteiro de Cascais, devo dizê-lo (viria a cancelar também o de dia 22, e cheguei a conjecturar esse dia...).
As portas do coliseu abriram-se antes das 20h30. Depressa nos pusemos lá dentro, após, claro, passar pela vistoria de segurança e "empacotar" o telemóvel num estojo selado. Madonna justificou a medida (a proibição de tirar fotos) com a vontade de tornar os seus espectáculos num momento mais intimista com o público.
Tive direito a cachecol e tudo, ah pois! |
Demorou mais de uma hora e meia para se apresentar em palco, deixando as pessoas impacientes, e nem a espera e a ausência de fotos beliscaram o resultado final. Se dores tinha, escondeu-as bem. Foi o meu primeiro concerto de Madonna, não tendo por isso termo de comparação. Senti falta, sim, de mais dos seus velhos êxitos. Com excepção de Frozen (com uma dança lindíssima e dedicada à mãe, por Lourdes Maria), Vogue e Like a Prayer, essencialmente promoveu as músicas do seu último álbum (gosto muito de Medellín, como se sabe). Madonna cantou morna com Dino Santiago, pronunciou algumas palavras em português e até, vejam só, passou pelo meio do público (sempre rodeada pelos seus seguranças). Pelo meio, lá leiloou uma foto aparentemente mais comprometedora - não sei se aquilo não terá sido tudo encenado - e conversou com uma fã do público.
É uma diva, sabemo-lo. Madonna é Madonna. Tem quase 62 anos, a idade da minha mãe. Nem sempre nos lembramos disso. Não cantou mal e esforçou-se para ser o que ela, no fundo, é: uma performer. O coliseu esteve à altura do que queria: foi um espectáculo mais reservado, quando comparado ao aparato das grandes arenas. Como li por aí, ao estilo Broadway.
Quarta-feira seria mais pacata e virada para a Natureza.
Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou com a minha câmara Canon. Uso sob permissão.
Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou com a minha câmara Canon. Uso sob permissão.
Estás um don´t stop :)
ResponderEliminarTu também. :)
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