1 de fevereiro de 2020

Dia 2 - Azenhas do Mar e Palácio da Pena (Sintra).


  Prosseguindo no programa previamente delineado, segunda-feira, dia 20, levou-me da parte da manhã a Azenhas do Mar, uma localidade do concelho de Sintra, em Colares, muito conhecida nos roteiros turísticos pela sua bela paisagem da encosta escarpada virada para o Atlântico. Um local bonito que não conhecia, e que se tornou um verdadeiro miradouro sobre arribas.


Uma vista bonita


   Pela tarde, revisitei o Palácio da Pena. Visitei-o pela primeira vez em Dezembro de 2017, num dia muito húmido, com uma neblina densa, tão densa que mal me deu para apreciar a sua beleza, daí que tenha querido voltar. Bom, não que Janeiro seja um garante de dia soalheiro. Arriscando assim mesmo, fui presenteado com um sol agradável.


Parece saído de um conto de fadas


   O Palácio da Pena foi mandado construir por Dom Fernando II, o segundo marido de Dona Maria II, que o legou em testamento à sua segunda mulher, tendo sido posteriormente adquirido pelo Estado através da compra efectuada por Dom Carlos. Por lá passaram todos os casais régios até ao último Rei de Portugal, Dom Manuel II. Dona Amélia procedeu a mudanças significativas nos seus cómodos e na decoração.


O jogo de cores quentes


   Construído no novecentista estilo romântico, esta visita compensou pelas cores garridas, de que pude finalmente desfrutar, mas menos do que a anterior pela quantidade de espaços inacessíveis. A afluência de turistas não surpreende porque é esperada.


Um monstro marinho


    O interior do palácio, quanto a mim, merecia um cuidado acrescido. Achei tudo muito envelhecido; as paredes carcomidas, com humidade, a precisar de medidas de conservação. As fotos estão proibidas no interior. A Pena é mais uma vítima do desleixo e da incúria nacionais com o património.


     Com pouco tempo, andámos ainda pelos jardins, regressando ao anoitecer, depois de um simpático jantar no centro de Sintra.


Todas as fotos foram captadas pelo meu iPhone ou pela minha câmara Canon. Uso sob permissão.

4 comentários:

  1. Gosto imenso deste palácio que esteve em risco de se perder, caso a segunda mulher de D. Fernando, Elise Hensler, feita Condessa de Edla, não concordasse com a aquisição proposta pelo estado nos finais do século XIX.
    Confesso que até sentia alguma estima, quando fui informado, e li igualmente posteriormente alguns documentos privados, que a senhora, sendo uma mulher culta, também tinha aproveitado este casamento para compor a sua fortuna pessoal. Desiludiu-me um pouco o facto, mas também considero que outra pessoa qualquer talvez fizesse algo semelhante também, tanto mais que, na altura era algo comum a existência destas senhoras, no entanto não foi tão perniciosa e danosa como a harpia Nevada Stoody Hayes, que casou, também morganaticamente, com o último Duque do Porto, o príncipe D. Afonso, e que se envolveu litigiosamente com Portugal e a Casa de Bragança para obter a porção da respetiva herança, o que aliás conseguiu, e lá foi ela com um sem número de peças preciosas da nossa história a caminho da Florida. Lá ficaram, só foi possível reaver uma ou outra peça após a sua morte.
    Fernando II, primo e contemporâneo de Luís II da Baviera, rei louco, deverá ter comungado com este último o gosto pela arquitetura e pelos revivalismos. Serviu-se de um engenheiro de minas que tinha vindo para Portugal nos primeiros anos do século XIX, o Barão von Eschwege, em detrimento do arquiteto da Casa Real, Possidónio da Silva, para produzir este edifício prodigioso.
    É verdade que é uma amálgama de estilos, mas casam relativamente bem, e não destoam em demasiado, se bem que a porção que mais admiro é sem qualquer dúvida a porção quinhentista e hieronimita do núcleo conventual, onde, na capela, se pode ver uma das obras mais deslumbrantes da escultura da época,com caraterísticas renascentistas, atribuído a Chanterenne, o altar em mármore e alabastro que, por autêntico milagre, conseguiu chegar até aos nossos dias, apesar do abandono a que esteve votado este edifício durante muitos anos.
    Quanto à mata, é uma jóia preciosa onde me gosto de perder muitas vezes.
    Dias bem passados, é o que lhe desejo
    Manel

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    1. Olá, Manel.

      É bem certo: uma amálgama de estilos e cores. Um conjunto desordenado que compõe este resultado final: um belíssimo palácio. Por dentro, decepciona.

      Em relação ao casamento de Dom Fernando II com a Condessa de Edla, o de ter sido morganaticamente começava a ficar na moda. O caso mais famoso será o de Eduardo VIII com Wallis Simpson. Isso não me incomoda tanto, embora, e sendo republicano, considere que o mínimo que um futuro monarca deve fazer é encontrar uma esposa que esteja à sua altura e à altura do cargo, mesmo que isso vá contra a sua escolha pessoal (ou contra o amor, como lhe queira chamar) já que tão-pouco tem legitimidade popular. Sou muito pouco romântico. Veja-se o caso dos actuais monarcas constitucionais europeus. Em Espanha, é flagrante com Letícia, uma mulher manifestamente impreparada para a posição que tem.

      No caso da Condessa de Edla, choca-me bem mais a atitude do rei, que casou de novo, devo dizer-lhe. Dona Maria II, ela sim rainha por direito, morre a parir um filho seu, e ainda arranja outra.

      Para não me afastar mais, que as conversas são como as cerejas, ficou-me por conhecer, uma vez mais, o palacete, ou chalé, da condessa, que se insere nos jardins, ou mata. À terceira, espero, será de vez.

      Cumprimentos, e obrigado. Uma boa continuação de semana.

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