Teria uns nove, dez anos. A minha (bis)avó pedira-me um rosário em Fátima, e lembro-me de lho levar. Vinha dentro de uma caixinha de plástico, sobreposto num pequeno pedaço de algodão cor-de-rosa. Agora, na loja do Santuário, os artigos são vendidos em massa. Os rosários estão dispostos verticalmente. Enfiam-nos dentro de um pedaço de papel, inserimos a nota na ranhura e o troco sai. Um negócio, ao fim e ao cabo. Evidentemente que não foi a pequena escultura de Maria feita em série e os dois rosários que comprei o que me levou a Fátima.
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Pormenor da Basílica |
Quis regressar ao Santuário para ver o que sentiria. Estava pouca gente no recinto e na basílica. Infelizmente, senti o consumismo, desde logo, e a coabitação pacífica entre a fé, por um lado, e o turismo, pelo outro. Vivem em sintonia. Um não perturba o outro. Pelo menos foi a sensação com que fiquei. Estive na Capelinha das Aparições, à hora da missa, e na basílica. Nesta, defronte dos túmulos dos três primos, Lúcia, Jacinta e Francisco (e não Francisca e Jacinto, como por vezes me engano). Não me demorei muito em Fátima (aliás, na Cova da Iria, que Fátima propriamente dita fica bem mais afastada, e soube-o na direcção a Ourém, através do taxista).
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A Basílica de Nossa Senhora do Rosário |
À saída do Santuário, apanhámos um táxi e fizemos os cerca de 12/15 quilómetros que nos levaram até ao centro histórico de Ourém, ou Cidade Velha, que em si é um núcleo museológico a céu aberto. Se forem tão-somente pelo castelo, lamento dizer-lhes que está em restauro. Verão apenas as antigas muralhas com andaimes. É uma estrutura defensiva mui antiga, já existente no século XII, que, segundo uma simpática moradora que conhecemos na Galeria Medieval da antiga Casa da Câmara, precisava realmente de obras.
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Um “museu” a céu aberto |
As ruelas parecem conduzir-nos a um lugarejo do interior do país. São quase (ou são) caminhos de animais. Um lugar verdejante, com uma bonita fonte num discreto jardim.
A Igreja Matriz será logo o primeiro monumento com que nos deparamos. É bonita, efectivamente, mas a sua relíquia está uns degraus abaixo: a cripta com o túmulo do 4º Conde de Ourém.
Como a fome chamava por nós, prescindimos da famosa ginjinha, é certo, mas deliciámo-nos com umas tostas-mistas (que só pecaram pelo diminuto tamanho) num espaço pitoresco do centro histórico. Seria, aliás, o queijo que marcaria o percurso gastronómico do dia, que à noite optámos por algumas pizzas na Pizzaria Lisboa de José Avillez, já na capital.
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No mínimo, um espaço original |
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Divina, com a massa fininha, mesmo como gosto (e como devem ser confeccionadas...) |
No derradeiro dia, domingo, o Alentejo.
Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone ou a minha câmara Canon. Uso sob permissão.
Conheço e amo este local. Magnífico!
ResponderEliminarParagem obrigatória para qualquer brasileiro. Todos os que conheço, brasileiros, me falam de Fátima.
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