«As pessoas são más. Mesmo quando bem intencionadas, acabam por fazer o mal.»
Golpe de Sol é como um daqueles bolos de pastelaria de aspecto apetitoso, mas que, quando provado, desilude no sabor. O filme tem tido uma ampla publicidade. É pena que a propaganda não corresponda com a qualidade. A par de ser demasiado extenso, a narrativa repete-se. Ao fim e ao cabo, só os vemos da piscina para o quarto, "e vamos para a praia ou andar a cavalo", numa sucessão de frases feitas e diálogos totalmente fúteis.
Vicente Alves do Ó quis criar ali um argumento aliciante, com um chalé branco, requintado e asséptico como pano de fundo. Quatro jovens que se vêem confrontados com um passado mal encerrado. O problema é que se perdeu na própria claustrofobia da narrativa, a menos que a intenção tenha sido a de criar um filme tão vazio como aquelas personagens, que são um reflexo da adolescência tardia com efeitos ainda aos 40 anos, idade de todas as decisões.
Esteticamente, e para quem gosta, o filme vale pelos corpos desnudados e atléticos. É como uma brisa de final de Verão. Passa por nós, refresca e deixa pouco. David, o omnipresente David, que nunca chegamos a saber quem é, talvez viesse dar um outro fôlego à história, que o final é tão decepcionante quanto o início e o desenvolvimento. A preocupação e a superficialidade daquelas personagens não combinam. Eles esforçam-se por parecer preocupados, mas eu não acreditei muito neles. O incêndio como metáfora da tragédia que se abateria naquela casa também não funcionou. Um filme totalmente esquecível.
Excelente análise.
ResponderEliminarParabéns!
Infelizmente, ainda não vi.
Abraço.
Obrigado, mas olha que não perdes muito…
EliminarUm abraço.