23 de fevereiro de 2024

Da avó de Mortágua aos filhos de Tavares.


   A política é uma actividade suja, de confronto, de traições. Todos os actos eleitorais são marcados por episódios novelescos que nada têm que ver com política e pouco interessam aos cidadãos. Neste que agora se avizinha, já os há também. Não são novidade - quem não se lembra, algures por 2005, quando Santana Lopes disse que José Sócrates preferia “outros colos”, aludindo a uma suposta homossexualidade do socialista?

    Quando entrei em Direito, em 2010, no dia em que fiz a matrícula havia, no átrio da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, várias banquinhas, como as de feira, das diversas forças políticas, procurando seduzir-nos, ao caloiros, com a filiação neste ou naquele partido. Eu ignorei, rejeitando o conselho do meu pai que me dizia para me meter na política, que tinha o “futuro garantido”. Oportunismo, talvez; realidade, certamente. A política, muito mais do que a defesa do melhor para a colectividade, é um trampolim pessoal. Vale mais do que um curso superior.

    A desilusão não é de agora; acentuou-se agora. Não votarei em branco porque não confio, mas é a vontade que tenho. O boletim está ali, à espera que o ponha no correio e o envie para Portugal. A cruz lá irá, meio a contragosto. É um acto automático, sem nenhum valor, sem nenhuma crença, nem no futuro de Portugal e ainda menos, muito menos, nos políticos.

2 comentários:

  1. Infelizmente é o que há e o que temos
    Cada um olha para o seu umbigo e tentar roubar o máximo que pode
    Abraço amigo

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    1. É assim também numa escala mais pequena. Cada qual pensa em si e no que pode levar. Em quem tem poder, a situação é ainda pior.

      Um abraço,
      Mark

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