No Nimas, pude ver, ontem, o filme mais horripilante a que alguma vez assisti. E a escolha do adjectivo é deliberada. Não é um filme verdadeiramente assustador. O que assusta, sim, direi mais, não é aquele psicopata, interpretado com maestria por Matt Dillon, mas a mente que estará detrás de um argumento tão doentio, tão monstruoso. Falo-lhes de Lars von Trier, que já tem alguns filmes no rol de estórias polémicas, tanto quanto ele.
Eu junto-me ao coro de pessoas que vomitaram na sala de cinema. Em sentido figurado, claro. A violência gráfica é tremenda, explícita. Não houve qualquer intenção de nos poupar aos horrores daquela mortandade lúdica, própria de um serial-killer. Como fui avisado, e bem, para ter cuidado com os spoilers, não poderei aventar mui mais. Posso dizer-lhes que há lugar, também, ao mundo sobrenatural, que não controlamos e que nunca chegamos a saber se é imaginado, quando Jack, o terrível assassino em série, dialoga com uma entidade que, no meu caso, pelo menos, julgamos ser um psicanalista ou psiquiatra. Percebemos, sobretudo no final, que talvez não seja bem assim. O diálogo que se estabelece entre ambos envolve conversas de teor filosófico-artístico, como se Verge, o velho homem, procurasse compreender as motivações de Jack.
Preparem-se para cenas de uma enorme violência, como referi. Quiseram fazer com que entrássemos no modus operandi de um sujeito completamente amoral, perturbado, padecendo de TOC. Matt Dillon foi incrível, estrondoso mesmo, como verão, porque o papel lhe assentou como uma luva. A caracterização está excelente. Depois, claro, há toda a arte do actor em si, que incorpora impecavelmente aquele sujeito, verdadeira encarnação do mal, tal a ausência de remorsos e de empatia com os outros.
O curioso é que Lars von Trier, talvez brincando com a percepção que terceiros, incluindo Cannes, têm de si, junta o Hit the road Jack, do Ray Charles, aos créditos finais, quando estamos completamente extenuados, sem reacção, pela experiência macabra. Até na fotografia se pressente essa vontade de elevar tudo aquilo - na falta de melhor palavra - à arte.
The House That Jack Built é uma ode ao pior da natureza humana, aos assomos mais sádicos e cruéis, sem subterfúgios, sem suavizações, sem piedade.
O curioso é que Lars von Trier, talvez brincando com a percepção que terceiros, incluindo Cannes, têm de si, junta o Hit the road Jack, do Ray Charles, aos créditos finais, quando estamos completamente extenuados, sem reacção, pela experiência macabra. Até na fotografia se pressente essa vontade de elevar tudo aquilo - na falta de melhor palavra - à arte.
The House That Jack Built é uma ode ao pior da natureza humana, aos assomos mais sádicos e cruéis, sem subterfúgios, sem suavizações, sem piedade.
Basta-me acordar de manhã e ver algumas crueldades do Ser Humano, os filmes são um produto muitas vezes baseados em factos reais...
ResponderEliminarDe facto há seres humanos tão maus, que o diabo senta-se para tirar notas e aprender alguma coisa eheheheheheheh
Abraço amigo
Teve piada. (risos)
Eliminarum abraço.