Não haverá, presumo eu, português que não tenha ficado com um semblante de estupefacção no rosto ao se dar conta dos acontecimentos dos últimos dias na Grande Lisboa. Habituámo-nos a conhecer o nosso país como um espaço plural, harmonioso, onde diversas raças e origens confluem pacificamente, meio que imunes aos ventos agrestes que nos sopram um pouco dos dois lados, da Europa e das Américas. Talvez devêssemos repensar a ideia que temos dele.
Lisboa mergulhou numa onda de terror. Forcas de segurança e imigrantes envolveram-se em confrontos - a Avenida da Liberdade, há dias, parecia uma rua do Médio Oriente. De um lado, acusações de racismo e xenofobia; do outro, a certeza de que a PSP desenvolve um trabalho notável em bairros problemáticos, enfrentando grandes dificuldades e com os seus agentes correndo inúmeros riscos - ontem mesmo soubemos de dois colhidos por um comboio, quando estavam no encalço de um suspeito.
A polícia deve ser respeitada. Quando a sua actuação transcende as competências, temos o direito de resistir. A nossa experiência poderá ajudar-nos a entender o que por ali se passou. Falamos do Bairro da Jamaica. Para quem não sabe, e há gente boa e má em todo o lado, é um bairro conhecido por albergar delinquentes, zona ligada ao tráfico de droga e a outros delitos. Não falamos exactamente de pessoas ordeiras, honestas, inseridas naquilo que será uma vivência saudável em sociedade. Quando chamada ao local, presumo que os agentes sejam recebidos com desconfiança, com atitudes hostis. Nós sabemos como as coisas se passam nesses bairros, sabemos quem lá mora e conhecemos a sua índole. As acusações de racismo e excesso de força por parte da polícia não me merecem credibilidade alguma. Em todo o caso, o uso da força está justificado em determinadas situações. Repito, a polícia deve ser respeitada e deve fazer-se respeitar.
Custa-me que uns e outros, sobretudo à esquerda, ponham em causa a integridade ética das nossas forças de segurança, contribuindo para o desrespeito e desautorização dos nossos agentes e para a descredibilização das nossas instituições. Li declarações, de gente ligada ao Bloco de Esquerda, que me deixaram indignado. De uma leviandade inadmissível em quem tem responsabilidades políticas. O que seria das nossas ruas e das nossas cidades se não houvesse agentes a patrulhá-las com afinco, conscientes do papel que desempenham. Incitar ao desrespeito pela PSP é uma conduta merecedora da mais veemente reprovação, e aqui exigia-se mais, nomeadamente do Presidente da República, que, entre telefonemas para programas de televisão e viagens com camionistas, poderia mostrar mais alguma firmeza, afinal, ele é o garante do Estado de Direito Democrático, segundo a Constituição, e estes incidentes são claramente actos que o põem em causa, bem como à nossa segurança e tranquilidade. Não senti que a classe política lhes tenha dado a atenção devida, que o assunto é sério e da maior gravidade. Arriscamo-nos a ter uma conturbada Paris, multiétnica, qual barril de pólvora, aqui mesmo, na capital.
Quando a bandeira do multiculturalismo só é hasteada na Europa - dizem que há cem mil portugueses em Angola, mas, à data de hoje, não parece que tenhamos provocado distúrbios lá - não nos admiremos que partidos mais conservadores aumentem a representatividade no parlamento. Portugal não tem uma verdadeira direita que defenda o país e os nossos interesses. É preciso que o digamos: Portugal é dos portugueses, e a estas pessoas, que não se acostumam com os nossos modos, resta sair. Não acredito que tenhamos falhado na sua inclusão, porque elas mesmas se excluem, reunindo-se em nichos, segregando-se e segregando-nos, que em grande parte das vezes nos tratam com imenso desdém - a esquerda reaccionária dirá que é a outra face da moeda, sendo certo que lutaram pela independência, e conseguiram-na, não se percebendo o porquê de não contribuírem mais para o bem-estar dos seus. Que o façam logo, que estamos perante o gérmen de algo que só terá tendência a se avolumar, para mal dos nossos pecados, que muitos de nós não os cometeram: nunca pisei em África.
Quando a bandeira do multiculturalismo só é hasteada na Europa - dizem que há cem mil portugueses em Angola, mas, à data de hoje, não parece que tenhamos provocado distúrbios lá - não nos admiremos que partidos mais conservadores aumentem a representatividade no parlamento. Portugal não tem uma verdadeira direita que defenda o país e os nossos interesses. É preciso que o digamos: Portugal é dos portugueses, e a estas pessoas, que não se acostumam com os nossos modos, resta sair. Não acredito que tenhamos falhado na sua inclusão, porque elas mesmas se excluem, reunindo-se em nichos, segregando-se e segregando-nos, que em grande parte das vezes nos tratam com imenso desdém - a esquerda reaccionária dirá que é a outra face da moeda, sendo certo que lutaram pela independência, e conseguiram-na, não se percebendo o porquê de não contribuírem mais para o bem-estar dos seus. Que o façam logo, que estamos perante o gérmen de algo que só terá tendência a se avolumar, para mal dos nossos pecados, que muitos de nós não os cometeram: nunca pisei em África.
O Gajo chama bosta à bófia e agora pede protecção policial aahahhahaahhahaahhahahahahahahahahaha
ResponderEliminarA cor é como o algodão, nunca falha ahahahhahahahahahhahahahaha
Abraço
É preciso ter lata, de facto.
Eliminarum abraço. Ehehe
De certa forma estou de acordo consigo. Mas eu não sou de fiar, pois tenho ideias um pouco extremistas e pouco equilibradas neste campo, e prefiro não expô-las. Faço, duma forma racional, por alterar a minha forma de pensar, mas o que me vem de forma primordial não abona a meu favor.
ResponderEliminarEspero que tenha tido um bom final de semana
Manel
Está como eu, caro Manel: as nossas opiniões comprometem-nos. Não se pode agradar a todos. Eheheh
EliminarSim, tive, e estou ansioso para escrever sobre a minha visita cultural de ontem!