14 de abril de 2021

Diesel, um ano depois.

 

    Foi há exactamente um ano que adoptámos o Diesel. Adoptámo-lo eu e o meu marido. Foi uma decisão ponderada, conjunta, tomada em virtude de, pela primeira vez, ter autonomia para poder decidir acolher um animal. Sempre o quis, sempre mo foi negado por razões atinentes à minha saúde, à asma. E eu, já aqui em Espanha, ignorando a minha condição de doente crónico, adoptei-o, que comprar um animal, com tantos que há por aí a necessitar de amor e cuidados, estava fora de questão.

   Quisemo-lo porque o nosso apartamento tem o espaço necessário para um animal do seu porte, pequeno-médio, e sobretudo porque moramos numa vila pequena, com o meu marido fora bastante tempo, no centro de saúde onde é médico. É uma vila pequenina, sim, atrás do sol posto, mas bonita, bem frequentada, com todos os serviços e comércios necessários, contrariamente àquilo que propagam alguns comentários desinformados que apenas se justificam na inveja e mesquinhez. Quando nos expomos nas redes sociais, menos ou mais, estamos sempre sujeitos à inveja e maledicência de pessoas frustradas com a sua vida. 

    O Diesel veio completar a família que ambos decidimos constituir, e veio no momento certo, quando também nós nos acostumávamos ao meio.



    Acostumámo-nos ao Diesel e ele a nós, à nossa forma de estar. Era um cão bastante mais agitado. Com o tempo, tranquilizou-se, fez-se à casa e a nós, e hoje em dia está plenamente integrado. Faz-me imensa companhia. Foi, de certa forma, um teste à minha responsabilidade. Recordo-me de a minha mãe se inquietar quando lhe comuniquei a adopção do Diesel, temendo eventualmente que não estivesse apto a cuidar de um animal. Depressa levá-lo à rua, cuidar da sua higiene e alimentação se tornou parte da minha rotina, dos meus afazeres diários. O Diesel apenas me trouxe alegria, ânimo, carinho. Hoje em dia, parece que o tenho comigo desde sempre.

   O seu passado não terá sido fácil. Foi recolhido das ruas. Estava doente, afligido por parasitas e bactérias. Veio para a nossa casa, que é a sua, na primeira vaga da pandemia. Está um cão bonito, feliz, que faz as delícias dos nossos vizinhos e de toda a vila. Este dia é meramente uma data simbólica. O dia em que a nossa vida mudou. Para sempre. A nossa e a sua.

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