3 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte II).


   A Sinagoga de Dohány fica no bairro judeu. São outros dois locais que merecem uma visita atenta e demorada. No caso da sinagoga, é muito especial. É a segunda maior sinagoga do mundo e a maior da Europa. Como referi, situa-se no bairro judeu, que ainda hoje preserva as marcas dos bombardeamentos durante a invasão da Hungria, em 1944. Esta sinagoga reúne traços curiosos na sua arquitectura, daí que desperte o interesse de judeus oriundos de várias partes do mundo. Não é uma sinagoga comum. Tem características das igrejas católicas e uma forte inspiração andaluza. Damo-nos conta dessas influências só ao observá-la. Em todo o caso, se optarem pela visita guiada, como nós (há-as em vários idiomas durante todo o dia), dir-lhes-ão isto e muito mais.


Budapeste ainda tem os caricatos trolleys, que eu me recordo de ver no Porto, nos idos anos 90


   Outro dado interessante é que no terreno da sinagoga estão sepultados, em valas comuns, corpos de vítimas do nazismo. Nenhuma sinagoga encerra em si sepultamentos, à excepção desta, que esteve prestes a ser destruída pelos nazis. Não o foi, mas viu-se fortemente afectada na sua estrutura durante os bombardeamentos. Alguns dos corpos foram identificados, outros nem tanto. Nos seus jardins encontrarão ainda um memorial às vítimas dos alemães, incluindo do corpo diplomático. Constam nomes portugueses e espanhóis.


A Ponte da Liberdade, da que muitos húngaros ainda não gozam, infelizmente


   À tarde, seguimos no nosso passeio pela cidade. Passámos pela Basílica de Santo Estêvão, pela Ponte da Liberdade e pelo mercado da cidade. Não são locais de interesse que estejam perto entre si, mas o percurso faz-se a pé, para quem goste de caminhar, ou então poderão optar pelo transporte público de Budapeste, que como lhes disse na publicação anterior, é rápido e eficaz. Num país com um nível de vida (ainda) inferior ao português, e que portanto julgamos com menos meios, estão dotados de bons autocarros e de um metro que funciona muito bem. Budapeste é, assim me pareceu, uma cidade que, sendo capital de Estado, não é excessivamente grande. Percorremo-la bem.


Uma praça com elementos que imediatamente nos reportam à arte do leste europeu 


   Começando a anoitecer, passámos pelas imediações do Castelo Vajdahunyad, que fica logo atrás de uma das praças mais emblemáticas da cidade, a Praça dos Heróis (Hösök tere, em húngaro). É um espaço lindíssimo decorado com estátuas dos monarcas húngaros.

Todas as fotos foram captadas por mim. Uso sob permissão.

2 comentários:

  1. Em história, em arquitectura, e em arte no geral, é um local a visitar. Pena é, a gritante falta de direitos humanos (principalmente LGBTI+) que por ali existente. Mas o que fazer? É algo que tem de partir de dentro e não de fora.

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    1. Horrível, e a Polónia é igual. Entretanto, quando conheces os húngaros percebes o porquê de Viktor Orbán governar. Eles são horríveis. Ahah A cidade é lindíssima, mas o feitio deles deixa muito a desejar.

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