17 de fevereiro de 2022

Despertaram para um problema social e cultural.


   Eu tenho sido, nas minhas redes, das vozes mais activas das que conheço que se manifestam sobre o flagelo social e cultural que é a violência doméstica, machista e sexista. Em Espanha, inclusive, fazem uma distinção, que em Portugal não se faz, entre violência doméstica e de género, e posso-lhes dizer que a sociedade espanhola está bastante mais atenta às situações de violência infelizmente tão comuns em países do sul da Europa, católicos, que passaram por ditaduras conservadoras. Nesse sentido, quando vejo que há uma multidão que se insurge quando sabe de casos mediáticos, revolta-me. Durante uns dias, não se fala doutra coisa, até que sabemos de mais uma mulher agredida, abusada sexualmente, mutilada, assassinada, incrementando umas estatísticas vergonhosas com as quais, aparentemente, convivemos bem.

   O caso em concreto não me merece comentários. Não vejo trash tv, nem em Espanha, o que se dirá de Portugal. Recebo ecos do que se passa em Portugal uma vez que subscrevo jornais digitais portugueses. Continuo a ser português e a interessar-me pelo meu país. Não sei se agrediu, se não agrediu, vi umas imagens deploráveis, e o que me ocorre dizer é o seguinte: que se persigam, de uma vez por todas, os agressores, os que convivem bem com o machismo e a submissão da mulher ao homem; o sexismo encapotado que continua a julgar os comportamentos da mulher, o que faz, com quem vive, quantos parceiros tem, o que veste. É necessário corrigir condutas, todos os dias, educando, denunciando, abordando o fenómeno. Uma voz que se levanta de tempos a tempos é uma voz que compactua nos períodos de silêncio.

2 comentários:

  1. No fundo, no fundo acaba por ser um problema cultural, que precisa mesmo de ser resolvido através da educação das pessoas. Mas isso é tudo muito complicado de fazer, porque quase ninguém está disposto a isso, porque "sempre foi assim" e "porque cada um é livre de fazer o que quiser".

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    1. É… até se dizia que “entre marido e mulher não se mete a colher”.

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