Conta-me como foi o teu passado. Conta-me pormenores da tua infância, dos momentos que mais gostas, dos teus pratos favoritos, da música que aprecias. Conta-me coisas e coisinhas de ti, detalhes de um nada que é tudo e de um mundo por descobrir.
Conta-me, também, como me abraçarias com os teus braços lânguidos e esguios enquanto eu adormecia no sabor do teu colo. Conta-me como me protegerias do mundo e mantinhas inalcançáveis os nossos sentimentos mais profundos.
Não me mantenhas nesse estado iniludível. Disfarça o que queres e diz-me o que quero e não temo ouvir. Conta-me as carícias imperfeitas que te fizeram, os pedidos insensatos ao ouvido, as súplicas de uma paixão efémera. Conta-me essas aventuras que viveste antes de mim, os beijos dados num pedaço fugaz de coisa nenhuma, mero subterfúgio de uma vida inútil. Mantém-me preso às tuas palavras, ao som desse desejo que teima em não se revelar.
Conta-me as horas vividas em que não estava. Faz-me pertencer a esse passado que quero, ao desejo de pertencer-te mais e mais até atingirmos o presente. Insere-me nessas recordações, transformando-me num pouco de ti associado à tua vida.
Conta-me, por fim, o segredo das tuas palavras inoperantes, a nobreza desse discurso escorrido e desse olhar que é Ares e ternura, filho da maresia forte e do vento calmo. Conta-me os meandros desse poder do teu abraço seguro, das tuas mãos frias e do teu olhar que faz florescer o ânimo, deixando a dolência para trás em caminhos esquecidos.
Conta-me como foste. Dir-te-ei quem serás.
Conta-me como não fomos. Mostrar-te-ei quem seremos.
É tão compensador vir aqui, caramba!
ResponderEliminarDe muitos blogs que apareceram nos últimos tempos na blogosfera e quase todos de gente bastante nova, a maior parte fala de "coisinhas" sem importância para a maior parte das pessoas (ginásios,conversas entre amigos, gostos particulares, etc).
Aqui, e pese embora, tu e eu estejamos em pólos muito diferenciados - prefiro esta palavra do que opostos -, eu adoro ler-te.
Tens uma sensibilidade única, és de uma sinceridade rara, assumes os teus pequenos defeitos com uma naturalidade desconcertante e tens uma cultura muito acima da média.
E, escreves deliciosamente bem, como este magnífico texto o demonstra.
Parabéns; para seres perfeito (isto é muito subjectivo,eu sei), só falta que te entendas com o R. Ehehehehe...
Mark, dá-me o número do R. se faz favor. Temos de ter uma conversa séria
ResponderEliminarNão passo por aqui muitas vezes - não tantas quanto poderia!...
ResponderEliminarHoje, onde me encontro, está frio. Pelo que dizem no rádio, neva não muito longe.
Não sei se já escreveste alguma coisa semelhante ao que acabei de ler. As palavras - ou será o silêncio? - soam como música, como se Ares e ternura não pudessem ser outra coisa a não ser sinónimos.
...E, de súbito, a manhã tornou-se límpa. Transparente!
Sim, ele que te conte tudo isso :).
ResponderEliminarO comentário do pinguim abrange muitos blogs, imagino muito bloguista a ficar ofendido e a invejar o teu XD.
Amei Mark!
ResponderEliminarAliás, amo e venero por completo o teu blog!
<3
Oh *.* um querido és tu Mark!
ResponderEliminarAdoro estes teus textos mark. este é muito lindo. e concordo ali com o pinguim. eu não sou muito ligado a isto dos blogs porque o tempo também não me deixa ler com atenção tudo e navegar como deve ser por aqui. mas o teu blog prendeu-me desde o início pela beleza dos textos e por seres "saudavelmente" diferente da larga maioria. É muito muito bom seres assim xD e desculpa lá o testamento mas foi do <3
ResponderEliminarabc
Serei sempre a tua fiel seguidora. Venho cá sempre que posso.
ResponderEliminarPelo que vejo na foto, tens um cabelo lindo!!