13 de fevereiro de 2011

Casa da Avó


Hoje fui almoçar a casa da avó. Aqueles típicos almoços de domingo (o que vale é que são apenas de quinze em quinze dias). Eu vou a casa da avó durante a semana, mas os almoços são enfadonhos.
Depois do almoço, da parte da tarde, fui um pouco até ao jardim da avó. É um jardim extenso. Devido ao frio, fui para uma parte coberta do jardim. A avó adora flores, logo, teve a ideia (peregrina...) de mandar construir uma pequena estufa. Ela diverte-se a fazer aquelas coisas quando não está na sua vida social, ou seja, almoços com os amigos, lá as festas deles, viagens, etc. Ora, há uma parte do jardim, perto de um gradeamento, que dá para visualizar a casa do seu vizinho. Digamos que tem uma boa vista. O vizinho da avó é um homem de meia-idade, casado e com dois filhos. Um deles deve (digo deve porque não tenho qualquer intimidade ou relação próxima com ele) ter sensivelmente a minha idade e tem o hábito de jogar à bola com uns amigos faça chuva ou sol. Claro, quando chove pouco. Hoje observei-o mais. Ele é muito engraçado. É assim para o atlético. É alto e tem aquelas pernas de jogador.
Quando cheguei ao jardim, vi que estava a dar uns toques na bola. Vestia aquele equipamento desportivo dos jogadores. Tentei não olhar fixamente para ele, mas a um dado momento, ele apercebeu-se de que eu estava a observá-lo. Já é um hábito aos domingos. Ele já reparou nisso, certamente. Aliás, sempre que vou a casa da avó, passo pelo jardim para ver se o vejo. Pela primeira vez, acenou-me com a mão e deu-me as «boas tardes». Correspondi, claro e, embora não seja de meter conversa, perguntei-lhe se não tinha frio para estar a jogar futebol e, ainda por cima, num tempo chuvoso. Lá se desenvolveu a conversa e só a partir de certa altura me apercebi que estava a beber um ice tea pela palhinha.
"O que é que o rapaz estará a pensar de mim?"
Ficámos assim na conversa até que chegaram uns amigos dele (os do costume) para jogarem futebol. Como constatou que eu continuava a vê-los, perguntou-me se queria jogar com eles.
"Wtf?, eu, jogar à bola?"
Agradeci e respondi que não. Senti-me meio ridículo e voltei para dentro de casa. A avó estava a falar com a mãe e os tios. Quando a apanhei sozinha, resolvi questioná-la sobre o vizinho. Disse-me coisas que eu já sabia, nomeadamente que ele comprou a casa há dois ou três anos (a avó é demais; então e eu não me recordava dos vizinhos antigos?) e que trabalhava ali e blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá... Quando a avó viu a minha cara de tédio, perguntou-me:
-"Queres saber do filho, não é verdade?"
Eu creio que o disse aqui no blogue, no ano passado, num dos meus posts. A avó é uma mulher de uma enorme sensibilidade, compreensão e amizade. É uma senhora em todas as acepções da palavra. Somos mais do que avó e neto: somos amigos. E tenho uma relação com esta avó que não tenho com a outra. Por todos estes motivos, a avó sabe coisas sobre mim que eu próprio não sabia quando ainda não tinha idade para as compreender. Perceberam? Sei que sim. ;)
À frente. Disse-me que, afinal, é mais velho do que eu dois anos, estuda Engenharia, não tem namorada (que ela saiba), conduz e é extremamente simpático. Resumindo: disse-me tudo o que sabia. E disse-me mais uma coisa: que o vê várias vezes a dar toques na bola sozinho. E depois perguntou-me o óbvio: porque é que não falo com ele?
Vou tentar. Ele diz-me qualquer coisa e aquilo com o R. não desenvolve. Vou ver se amanhã, depois da porcaria da faculdade, passo por casa da avó e o vejo. E agora tenho a avó como aliada. :)
Bem sei, bem sei, isto é algo obtuso e nem sei se o rapaz namora com uma rapariga. Ele é um estranho para mim, completamente. Chega a parecer ridículo, mas nada tenho a perder. Sei lá, gostava de falar com ele. É legítimo, não é?
Afinal, tudo começa de alguma forma. :)

8 comentários:

  1. Tens muita sorte em ter uma avó assim.
    E sim, é legitimo quereres falar com ele ;)

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  2. Fazes tu bem :P. Grande avó a tua ;).

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  3. Francisco, tenho, imensa! E agradeço tanto. A avó materna já tem a sua idade, mas é tão compreensiva. Conhece-me bem.
    E, sim, vou tentar. (:



    Luso: Sim, adoro-a. (:

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  4. Oi querido!

    Perdoe a minha ausência da blogosfera, mas estou numa fase louca de trabalho e estudo...assim q as coisas normalizarem eu voltarei para prestigiar seu lindo blog, tá?!


    bjoxxxxxxxxxxx no coração!

    Ah! tem um presentinho q eu ganhei do qual quero compartilhar com vc...

    Depois passa lá para pegá-lo, pois eu ganhei de todo o coração de uma grande amiga e quero repassá-lo para vc...

    Bjoxxxxxxxxxxxxxxxx

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  5. Ok, Diogo, assim o farei. (:

    Obrigado pelas palavras. ^^

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  6. oh *.*
    que lindo, realmente o amor é magnífico...
    :)

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  7. Essa avó é fantástica.

    É natural falares com o rapaz, vejo isso mais como fazer mais um amigo do que outra coisa. Claro que tudo começa por aí, mas fazer 'simplesmente' (entre aspas porque não é redutor) amigos também é muito bom.

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