21 de outubro de 2025
Catequese.
15 de outubro de 2025
Desmotivado.
7 de outubro de 2025
Braga.
No fim-de-semana passado estive em Braga, pela primeira vez, e adorei a cidade.
Não admira que seja a cidade dos padres, como se costuma dizer.
Tem uma igreja em cada esquina.
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| A Sé de Braga |
Pareceu-me ser uma cidade jovem, dinâmica, bastante povoada, com imenso para ver.
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| Jardim de Santa Bárbara |
No sábado explorámo-la: o centro histórico, a Sé (onde repousam os pais de Dom Afonso Henriques), algumas capelas, e um extraordinário jardim (de Santa Bárbara).
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| Túmulo de Dona Teresa de Leão |
O domingo, reservámo-lo para o Santuário do Bom Jesus (não podia faltar) e para o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro (a 2 km do primeiro).
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| Santuário do Bom Jesus do Monte |
Se não conhecem Braga, aproveitem, que merece a pena.
30 de setembro de 2025
O Elevador da Glória.
18 de setembro de 2025
As férias.
26 de agosto de 2025
Os alfaiates da democracia.
Em Lisboa, o Palácio Ratton não costura vestidos, mas corta leis. Com tesoura invisível e linha jurídica, os senhores da toga ajustam a bainha da República. E, tal como um alfaiate que decide que o cliente fica melhor sem mangas, podem devolver ao Parlamento uma lei cuidadosamente cosida… agora reduzida a trapos.
Nos Estados Unidos, este ofício é velho. Lá, nove alfaiates supremos, vitalícios e bem pagos, reparam há muito tempo que a Constituição é um tecido elástico: estica quando convém, encolhe quando muda o vento. Um dia cabe um direito ao aborto; noutro, já não. É a magia da interpretação, essa arte discreta de mudar o mundo sem sujar as mãos de votos.
Portugal sempre teve menos paciência para estas alfaiatarias. Mas o veto à lei dos estrangeiros mostrou que também por cá se faz alta-costura política. A maioria parlamentar quis alargar a roupa da cidadania; os juízes apertaram-na. Tecnicamente, a peça tinha defeito. Politicamente, foi um ajuste que alterou o modelo inteiro.
Chamam a isto judicialização da política; quando a passadeira do poder passa pela sala de audiências. É um desfile peculiar: os deputados são modelos de ocasião, desfilam com as suas leis novas, e no fim os juízes decidem se o corte está dentro das tendências constitucionais.
A democracia veste-se de preto e jura que é apenas guarda-roupa. Mas quando os alfaiates começam a ditar a moda, é caso para perguntar: quem manda, afinal? O povo que escolhe os tecidos ou os juízes que decidem se a saia é demasiado curta?
21 de agosto de 2025
Incêndios.
11 de agosto de 2025
Praias Fluviais.
2 de agosto de 2025
Guimarães.
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| Belíssimo castelo |
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| O vibrante centro histórico |
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| Dom Afonso Henriques, 1° Rei de Portugal |
21 de julho de 2025
A caça ao mouro.
5 de julho de 2025
Diogo Jota & André Silva.
Diogo Jota era um nome conhecido de todos nós. Internacional português, figura incontornável da Selecção Nacional e do Liverpool, vivia o auge da sua carreira desportiva, um daqueles raros momentos em que o talento, o esforço e a oportunidade se encontram e brilham. Casado há apenas duas semanas, vivia também o melhor período da sua vida pessoal, ao lado da mulher com quem teve três filhos, todos eles pequenos: um menino de quatro anos, outro de dois, e uma bebé de apenas oito meses. Agora, essa mulher fica sozinha, com a responsabilidade de criar os seus filhos e a dor insuportável de uma perda sem nome. Porque perder o amor da nossa vida assim, de repente, é algo para o qual ninguém está preparado. Eram namorados desde adolescentes.
André Silva, o irmão, jogava no Penafiel. Menos conhecido, mas com igual paixão pelo futebol. Também ele via a vida pela frente, também ele com sonhos, com família, com planos. E agora também ele parte, tragicamente, ao lado do irmão com quem partilhou a infância, o sangue, os afectos e, tristemente, a morte.
Os pais de Diogo e André ficam sem filhos. Tinham apenas aqueles dois. Imaginar essa dor é impossível. É uma ferida que não cicatriza, uma ausência que grita, um silêncio que vai acompanhar o resto dos seus dias. Nada pode preparar uma mãe ou um pai para sepultar os dois filhos ao mesmo tempo.
Estamos perante uma perda imensa. Uma família destruída. Um país em choque. Uma estrada que leva duas vidas que ainda tinham tanto por viver. E nós, que cá ficamos, tentamos encontrar sentido numa tragédia que não faz sentido nenhum. Ironia das ironias, os dois irmãos perderam a vida numa localidade que não fica assim tão longe de onde eu moro: Sanabria, aqui ao lado, na província de Zamora. Conheço a auto-estrada onde se deu o fatídico acidente. Passo por lá várias vezes.
Que Diogo e André descansem em paz. E que os seus nomes fiquem para sempre ligados não apenas ao talento que mostraram em campo, mas à beleza da sua ligação fraterna e à brutalidade da injustiça que os levou.
26 de junho de 2025
50 anos de independência, e eu penso no meu pai.
O meu pai nasceu em Moçambique. Filho de portugueses, sim, mas moçambicano no coração, no carácter, na alma. Sempre me falou daquela terra com uma luz nos olhos que nunca vi em mais lado nenhum. Dizia, muitas vezes, que amava Moçambique mais do que amava Portugal. E eu acredito que era verdade.
Foi lá que ele cresceu, aprendeu a correr pelas matas, sentiu o calor do mundo pela primeira vez; que descobriu os cheiros, os sons, as cores que moldaram o seu espírito. Foi lá que ele aprendeu o valor da amizade, da partilha, da luta, da dignidade. Moçambique não era só o lugar onde ele nasceu: era o lugar onde ele se tornou quem era.
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| O meu pai, ao centro, em Moçambique |
Lembro-me de como se emocionava sempre que ouvia música moçambicana, de como falava da Ilha de Moçambique, de Lourenço Marques, da Beira, de Inhambane, da praia, das pessoas, da mistura, da liberdade que sentia nos tempos da juventude. Dizia-me que Moçambique lhe tinha dado tudo. Que não havia no mundo terra mais bela. E que, apesar de o sangue ser português, o coração era moçambicano.
Hoje, se fosse vivo, estaria feliz. Orgulhoso. Talvez até emocionado. Porque ver Moçambique celebrar 50 anos de independência seria para ele uma vitória, uma confirmação daquilo que sempre sentiu: que aquela terra tem direito à sua voz, ao seu destino, ao seu lugar no mundo.
Neste 25 de Junho de 2025, celebro também por ele.
18 de junho de 2025
The Emancipation of Mimi, vinte anos depois.
Faz agora vinte anos que Mariah Carey lançou The Emancipation of Mimi, um dos álbuns mais marcantes da sua carreira -e, sem que ela o soubesse, também da minha vida.
Era 2005. No calendário, um Verão escaldante; no coração, uma inquietação difícil de nomear. Tinha 19 anos e começava a perceber que a vida não era tão protegida como julgava. Foi o ano em que os meus pais, até aí aparentemente estáveis, começaram a dar-se mal. O ambiente em casa tornava-se tenso, pesado, um silêncio que gritava por dentro. No ano seguinte, a separação seria inevitável.
No meio desse desconforto íntimo, The Emancipation of Mimi apareceu como um raio de luz. Eu passava tardes inteiras colado à rádio, com os dedos cruzados, à espera de ouvir It’s Like That e We Belong Together -os dois grandes êxitos daquele Verão. Era quase um ritual: o rádio ligado, o volume no máximo, e eu a tentar esquecer o infortúnio da minha existência e o vazio. Cada vez que a voz da Mariah ecoava, sentia uma espécie de abraço. Um conforto.
O álbum marcou não só o meu Verão, mas também o regresso triunfante de Mariah Carey. Depois do fracasso duplo de Glitter (2001), tanto o filme como o disco, e de Charmbracelet (2002), que também não teve o impacto esperado, muitos pensaram que o tempo dela tinha passado. Mas em 2005, ela renasceu. Com The Emancipation of Mimi, mostrou ao mundo que ainda tinha muito para dar, com uma voz renovada, uma presença mais madura e uma vulnerabilidade que tocava fundo.
Esse renascimento artístico coincidiu, de forma quase simbólica, com a minha necessidade de encontrar esperança no meio do caos. O título do álbum, A Emancipação de Mimi, parecia falar também da minha tentativa de libertação, de encontrar força dentro de mim quando tudo à volta desabava.
Hoje, vinte anos depois, olho para esse álbum não apenas como um marco da pop, mas como uma tábua de salvação. Há músicas que são mais do que canções: são memórias, abrigo, capítulos da nossa história. We Belong Together ainda me emociona. Ainda me lembro do silêncio do meu quarto, da solidão, e daquela melodia que dizia tudo o que eu não conseguia dizer. É um esboço da minha emancipação, a possível naquele momento, que estava prestes a começar, com o início de um novo ciclo.
30 de maio de 2025
Cada um com o seu ritmo.
Há dias em que dou por mim a pensar nisto: quase todos os meus colegas da faculdade já estão casados. Muitos com filhos. E eu? Também estou casado, é certo, e feliz, muito feliz. Os filhos, decidimos que não. Não sentimos esse apelo, esse chamamento. E está tudo bem.
Sempre fui ligeiramente fora de tempo. Desde miúdo que o noto. O meu ritmo nunca foi o dos outros, e durante muito tempo achei que havia qualquer coisa de errado comigo por causa disso. Agora vejo que não. Simplesmente, a vida tem mesmo muitos caminhos, e nem todos passam pelo mesmo sítio.
Não temos de nos espelhar nos outros. Não temos de seguir os passos que nos dizem que são os certos. A verdade é que cada um de nós tem o seu tempo, os seus desejos, a sua forma de chegar às coisas. Eu tenho vindo a conquistar o que acredito merecer, ao meu ritmo e à minha maneira. A minha casa. O meu marido. Os meus animais. Comecei a conduzir talvez tarde, porém, quando me senti preparado e maduro para o fazer. Pouco a pouco, tudo vai acontecendo.
A felicidade não obedece a um único modelo. O que existe é o que nos faz sentido. E isso basta. Não preciso de viver como os outros para saber que a minha vida é minha.
E se às vezes me sinto fora do compasso, não faz mal. Talvez esteja apenas a dançar outra música. Uma mais minha. E nessa música, com o tempo certo dos dias bons e das noites tranquilas, e dos dias menos bons e das noites agitadas, eu vou sendo -devagarinho- aquilo que sempre sonhei ser: eu, em paz com o que conquistei, seja pouco ou muito. Que me seja suficiente.
25 de maio de 2025
22 de maio de 2025
Bichas… (parte 6 - bichas que gostei de conhecer).
19 de maio de 2025
Uma expressiva viragem política.
As eleições legislativas de ontem marcaram uma viragem incontornável no panorama político português. Pela primeira vez, o CHEGA conquistou um espaço significativo no parlamento, tornando-se muito provavelmente a segunda força mais votada. As peças do jogo mudaram. Há, desde ontem, um antes e um depois; um novo actor na cena política, capaz de influenciar determinantemente políticas e decisões.
A ascensão do CHEGA não surgiu do nada. É o reflexo de uma frustração profunda e prolongada de uma parte do povo português que se sente esquecida pelas políticas do sistema tradicional. Durante anos, PS e PSD lideraram discursos que se tornaram distantes da realidade concreta: salários baixos, insegurança, serviços públicos que falham e uma sensação crescente de impunidade nas esferas do poder. A estrondosa derrota do PS e dos partidos à sua esquerda não deve ser lida como um simples “revés eleitoral”, mas sim como um sinal claro de que a paciência dos cidadãos se esgotou. Os portugueses não acompanham os discursos fúteis e muitas vezes hipócritas de partidos como o LIVRE, o PAN ou mesmo o BE. As suas bandeiras não são o foco das preocupações do cidadão comum, que está-se marimbando para a Palestina ou para a Ucrânia, ou até mesmo para as energias “verdes”. As pessoas querem trabalho, dignidade salarial, bons serviços públicos, paz e segurança.
Mas a leitura do descontentamento não pode ficar apenas pela esquerda. Também o PSD, no último governo, teve oportunidades concretas de reformar o país, e falhou. Na área da saúde, por exemplo, os problemas crónicos mantiveram-se ou agravaram-se: listas de espera intermináveis, falta de profissionais no SNS, encerramentos parciais de urgências e um sentimento de abandono nas regiões do interior. Para muitos eleitores, não há diferença entre promessas que não se cumprem à esquerda… ou à direita.
É neste vazio de respostas eficazes que o CHEGA cresce. Para muitos, surge como a única voz que fala sem rodeios, que denuncia o que está mal, e que desafia a complacência das elites partidárias. É um partido corajoso, que não teme enfrentar o que considera ser prejudicial para o país, como a imigração descontrolada, a doutrinação das nossas crianças na ideologia woke LGBT ou ainda, para citar outro exemplo, o atentado aos nossos valores cristãos e tradicionais, onde se insere a família.
O desafio está agora em saber escutar este novo eleitorado, e não com medo, mas com inteligência. E com a responsabilidade de fazer da política um espaço de soluções, e não apenas de trincheiras ideológicas.
14 de maio de 2025
Bichas… (parte 5 - a bicha adolescente tardia).
13 de maio de 2025
O jardim.
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| Pouco a pouco, porque Roma e Pavia não se fizeram num dia |
11 de maio de 2025
Gaza.
8 de maio de 2025
Leão XIV.
Com a eleição de Robert Francis Prevost como Papa -agora com o nome de Leão XIV- algumas feridas voltam a abrir-se. Feridas antigas, que muitos de nós carregamos em silêncio. Porque isto não é apenas a escolha de um novo líder religioso. É a escolha de alguém que, pelas suas palavras e atitudes passadas, deixou claro que vê a nossa existência -a das pessoas homossexuais- como algo em contradição com o Evangelho.
Em 2012, Prevost expressou preocupação com a “vida homossexual” e com as chamadas “famílias alternativas” formadas por casais do mesmo sexo. Falava como se o nosso amor fosse uma ameaça, como se fosse errado, ilegítimo, quase um desvio moral.
Agora é Papa. E embora alguns esperassem que seguisse o caminho mais acolhedor de Francisco, tudo indica que Leão XIV representa uma reafirmação da rigidez doutrinal. O medo de mudar. O medo de ver o outro como legítimo.
Como homem gay e crente, confesso que isto me dói. Porque continuo a sonhar com uma Igreja que acolha de verdade, que não nos tolere “apesar de”, mas que nos celebre “com tudo o que somos”. Não espero milagres. Mas ainda espero gestos. Palavras. Sinais de que também nós temos lugar à mesa.
Talvez o maior desafio não esteja apenas em Roma, mas em nós próprios: em continuarmos a acreditar no amor, mesmo quando nos fecham a porta. Em vivermos com dignidade, mesmo sem reconhecimento. Em falarmos, mesmo quando parece que ninguém nos quer ouvir.
7 de maio de 2025
XVII Aniversário.
3 de maio de 2025
Bichas… (parte 4 - a bicha bicho).
30 de abril de 2025
Apagão.
27 de abril de 2025
25 de Abril de 1975.
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| Jamais se voltou a ver uma adesão às urnas como a 25/04/1975 |
21 de abril de 2025
Adeus, querido Papa Francisco.
17 de abril de 2025
Dad or Son?
15 de abril de 2025
Paris VIII (Saint-Chapelle et Conciergerie e Panteão Nacional).
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| Se tivesse um pouquinho menos de gente… |
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| O Panteão Nacional francês |
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| Túmulo de Voltaire |
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| Eu adoro comprar livros, e encontrei boas surpresas |






















