3 de dezembro de 2019

Lisboa abraça o Natal.


   Ontem ao final da tarde, fui até ao centro da cidade ver a iluminação de Natal. Sabem que gosto imenso da quadra, pelo brilho, pelo espírito, pela doçaria. É algo meio infantil da minha parte, eu sei, e há dias comentava já-não-sei-com-quem: os reveses ainda não me tiraram o gosto pelo Natal.

  Desci a Avenida Almirante Reis em direcção à Praça da Figueira. Segui caminho pela Rua do Carmo, Almeida Garret e cheguei à Praça de Luís de Camões. Na sexta, fiz outro percurso, começando no Marquês, Avenida da Liberdade, Rossio e Terreiro do Paço.


Martim Moniz


  A minha primeira impressão, na sexta, não foi das melhores. Exceptuando a árvore gigante do Terreiro do Paço que tem sempre graça, embora seja muito igual às de anos anteriores, a Avenida da Liberdade está menos brilhante. No ano passado, se bem se recordam, foi decorada com um género de luzes que pendiam dos ramos. Luzes brancas. Este ano, tem umas bolas douradas e prateadas. Está escura. O Rossio está exactamente igual, com o Teatro Dona Maria II imaculadamente decorado, mas a árvore é igual à de 2018. 

Praça de Luís de Camões


   O passeio de ontem salvou um pouco a imagem que já tinha formado sobre os esforços do executivo de Medina na iluminação de Natal (ele que promete mais um sem-número de obras públicas para a requalificação da zona ribeirinha, quiçá tendo em vista esconder os verdadeiros problemas da cidade: gentrificação, especulação imobiliária ao nível das principais metrópoles do planeta, um custo de vida insuportável, caos nos transportes públicos e uma malha urbana devoluta e, em muitos casos, em risco de colapso). 
  A Almirante Reis está melhor do que a Avenida da Liberdade. A Praça do Chile tem uns ornamentos engraçados nas árvores. Não subindo a Morais Soares, deu para ver que está interessante, para compensar a penumbra na Praça da Figueira. Contudo, do que gostei mais foi da bola gigante na Praça de Luís de Camões. De enormes proporções, tem duas entradas para que possamos aceder ao seu interior, no mesmo esquema aplicado à árvore.


Terreiro do Paço


    Calcorrear Lisboa para apreciar as suas luzes de Natal, ao som de clássicos musicais natalícios, vem sendo um costume meu. Deixo-lhes algumas fotos por mim captadas.

8 comentários:

  1. E quando o ambiente é tão falado, é quando mais se gasta para produzir electricidade para iluminar as cidades para as criancinhas (e adultos) apreciarem. Está bonito o nosso futuro.

    Agora a sério, já não é a minha época favorita, mas tenho que reconhecer que as cidades esforçam-se para manter uma tradição e tentar unir as pessoas. Agradecem os comerciantes (alguns) e a companhia da electricidade. rsrsrs

    Abraço e se não considerares muito cedo, desejo de boas festas!

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    1. Sei que envolve um enorme gasto de energia, mas em todas as capitais fazem o mesmo. Londres, Madrid etc.

      E ajuda ao comércio, claro. Ajuda a despertar o espírito.

      Um abraço. Para o resto ainda é cedo. :)

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  2. Eu, gaiato, quando viajava até Lourenço Marques, sentia uma atração, como todas as crianças sentem, julgo, por todas as iluminações de rua.
    Depois, chegado a Lisboa, já espigadote, fiquei deslumbrado pelas iluminações, sobretudo as natalícias.
    E os reclamos publicitários, tão populares na altura, hoje nem por isso, faziam as minhas delícias.

    No entanto, em criança, e durante todo o ano, habitava em localidades longe de todo este frenesim luminoso, aliás, nem eletricidade havia, a não ser duas horas diárias, à hora de jantar, quando o gerador resolvia não amuar e, nesse caso, recusava-se mesmo a trabalhar, ficava perfeitamente de boca aberta perante tamanho deslumbre.
    O enorme rádio ainda a válvulas, e que demorava um tempão a aquecer, funcionava ligado a uma bateria de carro, e o "Teatro em Sua Casa", nas noites de quinta feira (creio eu), era o momento em que a minha mãe se recreava, e eu adormecia, deitado na minha rede esticada entre dois postes da varanda rodeada e protegida com rede mosquiteira.
    Mal sabia eu que, cinquenta anos mais tarde, iria preferir não ter iluminação pública, e que pedi encarecidamente à Câmara da localidade onde tenho a casa no Alentejo (com formulário próprio e tudo, que a burocracia é tão válida nos grandes centros como no local onde "Judas perdeu as calças"), que pelo "amor da santa" me desligasse a lâmpada gigante e intrusa com que enfeitaram o poste que existe à frente da minha casa.
    A Câmara, com certeza a esfregar as mãos de contente, e eu também (!), lá retirou a lâmpada ... e hoje consigo ver todas as estrelas do firmamento, a Via Láctea, Vénus, as Ursas com a Polar, Orion e as três Marias, Cassiopeia e sei lá quantas constelações de que não sei nem o nome ... até o que não vejo me encanta!!!!
    Neste momento, continua a agradar-me esta manifestação, mas reconheço que é um desperdício. Não me desloco de propósito, porque passo a visa no meio delas, mas que é atraente, lá isso confesso que é.
    Deve ser a criança que parece habitar lá num sítio muito recôndito, mas mesmo já a anos-luz de distância, dentro do meu ser.
    Uma boa semana
    Manel

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    1. Olá, Manel.

      Ter uma lâmpada perto de casa é terrível. No prédio onde habito, há uma luz de um poste de iluminação relativamente perto. No Verão, o Manel não imagina a quantidade de mosquitos que pululam por lá, incluindo as indesejadas melgas. Mal podemos abrir uma janela de noite. Também é verdade que a relativa proximidade ao Tejo atrai a "mosquitada".

      O Natal desperta em nós aquela criança, não é? E é tão bom quando assim é. Não nos devemos sentir mal por isso. Mau seria se vivêssemos indiferentes às luzinhas, às músicas, a tudo.

      O meu pai também me contava muito acerca dos anos em que viveu em Moçambique. Luz, apenas na cidade, em Lourenço Marques. Quando ia para a Matola (imagino que se escreva assim) com o meu avô, não havia nada. Creio que nem luz eléctrica.

      Uma continuação de boa semana. Fria semana.

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  3. Ver se passo lá no fim de semana

    Abraço amigo

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  4. Incrível a decoração de Natal.
    Boa semana!

    Até mais, Emerson Garcia

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    1. Ainda bem que gostou. :)

      Até mais, e boa semana.

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