Na terça-feira, estive na Gulbenkian, no concerto de homenagem aos cinquenta anos da direcção de coro da fundação pelo maestro Michel Corboz. Foi precisamente a 17 de Dezembro de 1969 que o suiço se tornou Maestro-Titular do Coro Gulbenkian, com um programa de luxo: Monteverdi e Bach. Hoje, o maestro tem 85 anos, já está debilitado, mas ainda continua a fazer música. Claro está que esteve presente neste concerto em sua homenagem, tendo sido, inclusivamente, chamado ao palco para dirigir Jesu, meine Freude de Bach, o seu compositor favorito.
Imediatamente antes do concerto propriamente dito e depois do pequeno discurso de quinze minutos da Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, pudemos assistir a um pequeno documentário de quarenta e três minutos sobre o percurso de Michel Corboz na Gulbenkian, incluindo testemunhos de pessoas que com o ilustre maestro trabalharam ao longo destes cinquenta anos, particularmente os coralistas. Chamou-se "A música é bela, os aeroportos são tristes", em palavras do próprio Corboz, que considera a "a voz humana o instrumento mais natural e aquele que está directamente ligado às emoções".
O Coro Gulbenkian, com antigos e actuais coralistas, interpretou Monteverdi, o Magnificat de Francisco António de Almeida, duas canções tradicionais portuguesas, Ó limão, verde limão e Vira do Minho, o O ma joie (Salmo 121) e, como referido acima, o motete de Bach dirigido por Michel Corboz. Gostei imenso das canções tradicionais portuguesas entoadas em coro. Se dúvidas houve acerca da beleza do folclore português, elas dissiparam-se nas vozes de coralistas de música clássica.
Já sabem que lhes deixo algumas fotos e um pequeno registo em vídeo.
Dias antes, um leitor assíduo do meu blogue, e agora amigo, o Manel, e é assim que se identifica nos comentários que tão gentilmente aqui deixa, propusera-me um jantar por Lisboa. Em anos anteriores, tenho convidado o Manel para os jantares de Natal que organizo, e o Manel, por não se sentir à vontade entre muitos, sempre declinou os meus convites. Este ano, antecipou-se, e sabendo de antemão que me negara a organizar um jantar, pelos motivos que expus numa publicação recente, achou por bem que eu merecia ter o meu jantar de Natal, discreto, sem algazarras.
O Manel fez-me prometer que não o diria, mas vocês já sabem que a hipocrisia não faz muito o meu estilo: foi o melhor jantar de Natal de todos. Com duas pessoas, é certo, e mais não fizeram falta. Houve tempo para conversar, para degustar, para sorrir e até para se falar dos aspectos menos positivos da vida e da experiência bloguística. E houve um presente que o Manel me deu. Um livro de Isabel Allende, de quem nunca li nem comprei nada. O Manel teve uma certeira intuição, que há muito ando com vontade de ler a autora chilena. Pela primeira vez neste tipo de encontros senti verdadeira honestidade, amabilidade e franqueza.
Resta-me agradecer ao Manel, desta vez publicamente, aquelas horas tão bem passadas, o convite, a companhia e o presente, que adorei.
Já sabem que lhes deixo algumas fotos e um pequeno registo em vídeo.
Dias antes, um leitor assíduo do meu blogue, e agora amigo, o Manel, e é assim que se identifica nos comentários que tão gentilmente aqui deixa, propusera-me um jantar por Lisboa. Em anos anteriores, tenho convidado o Manel para os jantares de Natal que organizo, e o Manel, por não se sentir à vontade entre muitos, sempre declinou os meus convites. Este ano, antecipou-se, e sabendo de antemão que me negara a organizar um jantar, pelos motivos que expus numa publicação recente, achou por bem que eu merecia ter o meu jantar de Natal, discreto, sem algazarras.
O Manel fez-me prometer que não o diria, mas vocês já sabem que a hipocrisia não faz muito o meu estilo: foi o melhor jantar de Natal de todos. Com duas pessoas, é certo, e mais não fizeram falta. Houve tempo para conversar, para degustar, para sorrir e até para se falar dos aspectos menos positivos da vida e da experiência bloguística. E houve um presente que o Manel me deu. Um livro de Isabel Allende, de quem nunca li nem comprei nada. O Manel teve uma certeira intuição, que há muito ando com vontade de ler a autora chilena. Pela primeira vez neste tipo de encontros senti verdadeira honestidade, amabilidade e franqueza.
Resta-me agradecer ao Manel, desta vez publicamente, aquelas horas tão bem passadas, o convite, a companhia e o presente, que adorei.
Ainda bem que se sentiu bem, eu também, o encontro foi como o que se poderia sentir com um amigo que já se conhece de há muito tempo (e eu já o "conheço" desde há cinco anos atrás!).
ResponderEliminarIntuía que as coisas iriam passar-se de forma tranquila e com dois dedos de conversa saborosa à mistura, porque acreditava que seríamos os dois bons conversadores.
Quando com muita gente, tendo a fechar-me dentro de mim mesmo e fico algo mudo, mas, em grupo restrito, fico eloquente e creio que falo até em demasia, tal como escrevo ... também em demasia ... já sei o que me vai dizer, já sei, mas sinto sempre algum receio de aborrecer com uma conversa de homem que já está na parte final da vida.
No entanto, quando com companheiro à altura, como foi o caso, é sempre um prazer partilhar memórias, discutir o presente comum e tratar de futuros que se pretendem com uma continuação da partilha que tem vindo a fazer connosco.
Gostei da primeira parte do seu post. Apesar de não conhecer Michel Corboz, fiquei curioso sobre a forma como interpretaria Bach, um dos meus compositores de eleição. Aliás, música para mim, no presente, estende-se quase exclusivamente aos compositores barrocos, que admiro profundamente e oiço sem cessar. Não termina nos barrocos, mas preenche-se quase na totalidade com eles.
Um bem-haja e como terei de viajar, deixo-lhe os desejos de uma época natalícia agradável na companhia dos seus e umas entradas que, espero, sejam o melhor possível, pois bem o merece.
Até breve e, mais uma vez, desejos de um tempo bem passado
Manel
Olá, Manel.
EliminarEstá agora na parte final da vida! Está aí para as curvas!
Foi realmente muito, muito bom. Obrigado, uma vez mais. Faça uma boa viagem e tenha umas excelentes festas. Ainda falamos através de outro meio.
Um até já!