Esta semana começam as avaliações, ou seja, os testes. E começam todos uns perto dos outros. Parece que os professores combinaram as datas. Eu não estou muito preocupado até porque tenho estudado bastante. Numa das cadeiras, estivemos a estudar vários filósofos, tanto do período greco-romano, quanto dos períodos medieval, moderno (liberal) e mesmo contemporâneo. Grande parte desses filósofos já eram do meu conhecimento, devido ao facto de eu ter passado longas horas da minha vida na biblioteca da casa da avó. O avô, até mais do que a avó, tem um nível de sapiência e cultura admirável. Nomes como Sócrates, Platão, Maquiavel, Locke, Rosseau, Montesquieu, entre muitos, não são novos para mim. Li Do Contrato Social de Rosseau e O Princípe de Maquiavel, por exemplo, com apenas doze, treze anos, logo, à partida, levo uma vantagem acidental sobre os meus colegas. Estes detalhes também em muito influenciaram a minha personalidade e, por consequência, a minha forma de olhar o mundo e até de escrever. Parece simbólico mas é um facto. A avó desesperou quando li O Capital de Karl Marx. Pensou, naturalmente, que o neto virasse um perigoso activista de extrema-esquerda. Teve sorte. :)
É claro que sinto um friozinho na barriga ao sentir o peso da responsabilidade a aproximar-se. Dizem, nomeadamente os actores, que esse frio os acompanha até à última peça, mesmo que a estreia tenha acontecido há mais de cinquenta anos. É inevitável.
Todavia, eu gosto de aprender, de saber cada vez mais. Creio que é uma - talvez mesmo a melhor - qualidade que tenho. A vontade inesgotável de saber mais. Utilizo a liberdade que tenho para aprender. Outros utilizarão essa mesma liberdade para as suas aventuras, devaneios e loucuras sadias. Eu não. Mesmo em tempos lúdicos, os livros acompanham-me para onde for.
Hoje não vi o R.. Provavelmente faltou devido ao feriado ou preferiu economizar as energias para o teste. Não lhe enviei nenhuma mensagem. Não quis. Mais uma vez, agi segundo a minha liberdade. E ela disse-me para não o fazer. Talvez a liberdade dele lhe tenha dito o mesmo. Contudo, a tarde de estudo continua válida e dir-lhe-ei as minhas ideias logo que o veja. Sinto que ele necessita e, sem qualquer intenção, cá estarei para o ajudar. Já vou ganhando fama de inteligente por lá, mas isso é outro assunto. :)
Daqui a uns anos olharei para tudo com carinho.
Pode ser que olhemos para tudo com carinho.
ui, um passo de cada vez amigo. Esses pés bem assentes na terra
ResponderEliminarBoa sorte para os testes!
ResponderEliminarHummm... admiro a tua capacidade de ler, infelizmente na minha família nunca houve um biblioteca pessoal tão bem recheada como a da tua avó! :)
ResponderEliminarabc
O Capital de Marx?!? Só de pensar já sinto o início de uma reacção alérgica. Ao menos não foste nessa lavagem cerebral.
ResponderEliminar“The inherent vice of capitalism is the unequal sharing of blessings; the inherent virtue of socialism is the equal sharing of miseries.” – Winston Churchill
Boa sorte para os testes :D
Ler o Príncipe com 13 anos ou o Contrato Social, não considero eu um sinal especial. Não são livros para essa idade e podem deformar o caracter.Do Mesmo modo que não se lê o Manifesto do Partido Comunista aos 7 anos na escola primária. A ideia que Maquiavel pode ter criado na tua mentalidade de pré adolescente certamente não terá sido das melhores. A forma como afirmas isso, dá um ar dandy sobre os desggraçados incultos dos teus colegas. Com 13 anos, experimentam-se outras coisas. Vadia-se, fuma-se, charra-se etc.
ResponderEliminarCoisas que aos 45 já não se fazem. Acabou-se o tempo.
Li o Principe a primeira vez com 20 anos. Reli a versão Europa América, com os comentários de Napoleão. E toda Ciencia Politica de Maquiavel - do qual é ele o pai - vai no sentido de na Politica não haver ética, matar-se o inimigo etc.
Para uma criança de 13 anos....... acho os livros da Isabel Alçada mais apropriados
Speedy: Estão assentes. :)
ResponderEliminarO meu reflexo: Muito obrigado! :)
Sete: Eu adoro ler. É uma das minhas grandes paixões. :) Abraço.
Francisco: Churchill era, sem dúvida alguma, sensato e ponderado. :) O Capital também me provocou uma reacção dessas. Não foi só a ti. :)
Abraço sentido.
Sôfrego: Concordo contigo, mas que culpa tenho eu de não gostar de livros do género "Uma Aventura"? :) Nunca me seduziram. Esqueci-me de referir que o meio em que vivi era - e é - essencialmente adulto. Logo, moldou a minha personalidade. Mas vê uma coisa: o facto de lermos certos autores não significa que concordemos com eles. É evidente que não concordo com Maquiavel, mas gostei e não me arrependo de conhecer as suas teses. Conhecer não ocupa lugar. :)
As minhas leituras não tiveram uma influência negativa, não obstante a tenra idade. O olhar crítico foi dominante, bem como a razão e o humanismo. :)
És uma pessoa autodidacta em que a cultura não te foi imposta, mas sim procurada por gosto.
ResponderEliminarE tens os pés assentes na terra!
Duas qualidades, na minha maneira de ser, que irão fazer alguém, um dia, muito feliz.
Pinguim: Obrigado pelas tuas palavras sempre tão generosas e afáveis. És um amor de pessoa. :)
ResponderEliminarAbraço.