19 de novembro de 2010

Nós


De certeza que alguns de vocês querem saber o que tem acontecido entre mim e o R. Bom, tenho-vos a dizer que nada. Creio mesmo que tem existido algum afastamento da parte dele. Talvez eu tenha criado expectativas demais. Talvez. A verdade é que eu também não avanço porque não faz parte da minha natureza. Detesto andar atrás, conquistar, etc. Gosto que me façam, não gosto de o fazer. E uma vez que ele não o faz, eu não farei, mas de certeza absoluta.
Tem dias que já não se senta perto de onde eu estou. Fica mais atrás. Acredito que ele pense exactamente o mesmo de mim. Eu pouco olho para ele propositadamente. Não quero que pense que lhe dou importância. Quando ele já lá está, sou eu que me sento longe dele. Ainda mais longe do que ele quando eu já lá estou. Mudo mesmo de bancada ou avanço e recuo umas boas filas, tanto no auditório como nas salas.
Ontem, no meio de uma aula, saí para estudar mais um pouco. O auditório estava cheio. Fui para o banheiro da faculdade estudar, dentro das cabines individuais. Eu estudo nos locais mais imprevisíveis. Gosto de falar enquanto estudo, de forma a memorizar os conteúdos. Como faço figuras tristes a estudar, vou para o banheiro para ninguém me ver. Ahahahah.
Regressei para a aula seguinte. Uma colega disse-me que o professor não tinha gostado da minha saída. Que estranho. Então, disse-me que, passados alguns minutos, houve um outro rapaz que saiu, o que levou o professor a dizer que «uma indisposição é normal, duas já é demais....».
Adivinhem quem saiu? Sim.
A minha faculdade tem inúmeros banheiros. Fui para o mais distante. Um que fica mesmo escondido, para estar à vontade. Quando saí, dei com ele a andar por ali... Isto não quer dizer nada, claro, mas então saiu porquê? E logo a seguir a mim.
A verdade é que o meu coração bate à sua presença e sinto que não lhe sou indiferente. Estamos num verdadeiro impasse. Tento manter-me o mais normal possível quando estou perto dele, o que não é possível integralmente. Acho que somos diferentes demais. Há diferenças inultrapassáveis. Teria de me modificar e ele teria, naturalmente, de se modificar também. Chego à conclusão de que devo manter-me mais dentro do meu círculo. Há pessoas interessantíssimas com as quais não tenho um relacionamento próximo porque, simplesmente, rejeitava um contacto directo. Refiro-me a algumas pessoas que têm interesse em mim, mas que eu, porque não me agradam, não dava importância. Há uns quantos.
Para concluir, ontem recebi um diploma por Mérito e Excelência de melhor aluno do 12º ano, atribuído pelo colégio onde estudei. Só os melhores alunos o receberam. Foi uma honra e uma cerimónia agradável. Não gosto de o dizer - pensam logo que sou presunçoso - mas não é qualquer um que tira 20 a tudo no 3º Período do 12º ano... Sabem, no fundo, ser inteligente tem as suas contrapartidas. Pensamos mais do que devíamos. A minha cabeça nunca pára. Está constantemente em raciocínio pleno, exceptuando quando durmo. Sempre fui hiperactivo. Surgem-me mil ideias ao mesmo tempo. Muitas vezes, a minha mão (a escrever) não acompanha o meu intelecto.
Gostava de ser burro.
Vivem bem melhor...

13 comentários:

  1. E não é possível um meio-termo? Não te aproximares tanto mas também não te afastares assim?

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  2. Congrats genius! Lol. É a minha primeira vez no blog e já percebi que há uma longa história com este R.
    Olha, been there, done that. Agora que acabaste o 12º e estás na universidade (certo?) tens todo um mundo de oportunidades e possibilidades. Boa sorte e começa a por essa hiperactividade em prática, ehehe xD

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  3. afastares-te pode ter dois resultados: o primeiro, ele afasta-se também; o segundo, espécie de psicologia inversa, ele avança. Mas se ele é assim "tão hetero" como dizes, e colocando a possibilidade de que podes ser o primeiro dele, nunca se aproximará sem uma rede de segurança.

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  4. tente não se esconder demais, se esconder é temer, não se aproxime tanto, não corra atrás, mas esteja "ali" em algum lugar. ( eu fiz isso em uma situação parecida. e funcionou) espero estar ajudando.
    bgsmil ;*

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  5. Hi there, Parakedista! ;)
    Que nome engraçado, gostei. :) Sim, estou na universidade e ainda ando à procura desse mundo de oportunidades e possibilidades.
    Obrigado pelo "genius" e pelas palavras.

    Lots of Love. ^^


    Speedy, acho que ele é... olha, nem sei. Deve ser um bi-hetero (isso existe, Mark?) ou algo do género. :S Mas tens razão quanto às duas hipóteses.

    Tainá, ajudaste imenso. Creio que é isso. Não "dar bola", mas estar sempre por perto. Obrigado. :)
    Beijinho.

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  6. Sabes, eu sou carneiro, e não consigo viver numa dúvida permanente; sendo assim, vou para a frente do touro, e posso dizer-te que nunca me arrependi.
    Muitas vezes depende mais da forma como se aborda o assunto, do que da próprio assunto.
    Resumindo, eu já tinha poso as "cartas na mesa".

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  7. Pinguim, no fundo, tenho medo de pôr as cartas em cima da mesa e afastá-lo para sempre...

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  8. @Mark: não posso deixar de tocar no assunto do estudo na casa de banho! Ahahah! Há mais algum lugar insólito?! :)

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  9. Mark, sei o que vai nesse coraçãozinho :) Gostava de te poder ajudar mas depois de tantos conselhos acho que não posso dizer nada mais de útil. No fundo, deves fazer o que é melhor para ti, e isso só tu é que sabes. Força.
    Um abraço

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  10. Blog Liker, há alguns lugares estranhos onde estudo. Olha, desde os banheiros, até ao chão do escritório da mãe, jardins públicos... :) Tenho de estar à vontade. :)

    Francisco, ainda bem que me compreendes. Se já passaste por isto, deves saber como é difícil.
    Os nossos "amores" são tão mais complicados...
    Obrigado pelo teu carinho.
    Um abraço. :)

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  11. Mark, acho que é exatamente por pensares tanto e não seres burro que ainda estás neste impasse. Só não percebo é onde é que foste buscar as ideias do penultimo parágrafo. Quando gostamos de alguém, quando essa pessoa nos atrai, estamos dispostos a mudar. Não esperes uma pessoa feita à tua medida, porque tu também não és feito à medida para ninguém, todos nós temos detalhes que nos tornam únicos, que atraem (ou afastam) o outro. Não acredito em diferenças inultrapassáveis, pelo menos para uma pessoa inteligente como tu tens mostrado ser (conclusão óbvia, muito antes do teu diploma de mérito (os meus parabéns, ;-). Como podes pensar em relacionar-te (afectivamente) com pessoas que não te agradam? Não acho (opinião pessoal, como tudo o que eu escrevo) que esse seja o caminho da felicidade e da completude(?).

    Acho que o R saiu da sala para ir falar contigo, ou apenas para saber porque tinhas saído. Acho que o R talvez esteja num processo de aceitação, de dúvida ou de receio. Acho que ele foi evidente que poderia ter algum interesse na cena que descreves no post "Doce Sabor", como resposta à tua provocação. E acho que tu mereces mais do que pessoas que não te agradam. E não te proibas a ti próprio de ser surpreendido. ;-)

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  12. Coelhito, obrigado pelas tuas palavras. O teu comentário é tão verdadeiro que nada há a comentar ou a acrescentar.
    Apenas digo que estou com receio de avançar abertamente.
    Também quero acreditar que ele saiu por mim, mas terá saído por esse motivo? Também quero acreditar que ele gosta de mim, mas gostará? Não sei se terei coragem para o descobrir. Sabes, há uns anos, eu não tinha a mínima vergonha de descobrir o que queria. Avançava sem receios. O tempo mudou-me um pouco. Tenho saudades da minha postura mais verdadeira para comigo.
    Obrigado, mais uma vez, pela tua franqueza e opinião muito útil.

    Lots of Love. ^^

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