O amor é o sentimento mais nobre que pode existir. Não custa nada, a nada nos obriga e não está sujeito a qualquer tipo de constrangimento. O amor, quando puro, é o sentimento mais belo que pode existir. Quando falo em amor, refiro-me àquele sentimento que une as pessoas em torno de uma empatia e carinho mútuos. Não falo do amor carnal, físico, sexuado. Essa é outra forma de amar. Porém, a palavra «amor» é quase sempre associada a essa vertente do «amar». Está errado. Podemos - e devemos - amar os nossos amigos, os nossos familiares e até as pessoas com as quais não temos grande afinidade. O amor deve ser extensível a todos, negando o ódio, a discriminação, a intolerância e o rancor. Não obstante, o mal está enraizado no Homem. Mais facilmente fazemos o mal ao bem. E o bem é tão mais fácil de fazer...
Na minha vida, tenho visto pessoas que praticam o bem apenas com vista a uma salvação divina; vejo pessoas que praticam o bem porque gostam de fazer o bem, de forma desinteressada. São pessoas que têm amor para dar. Vejo pessoas indiferentes ao bem e ao mal. São hipócritas. Demasiadamente cobardes para fazerem o mal, no entanto, negligenciam todo o bem que poderiam fazer. Por último, vejo pessoas que só sabem praticar o mal. Pessoas onde o amor não tem lugar. Pessoas que vivem e saboreiam cada sofrimento alheio, regozijando-se com a infelicidade que atormenta os que as rodeiam.
Eu sempre procurei fazer o bem. Tento dar um pouquinho de mim a todos que me solicitam uma palavra e um conforto. Não custa nada. No fundo, ficamos todos a ganhar. Há uma contrapartida em alegria e em generosidade que é impossível de quantificar.
Lembro-me de um dia, há quatro anos, em que ao regressar a casa, da parte da tarde, vi uma senhora a chorar. Estava sentada no passeio com uma fotografia nas mãos. Era uma senhora de idade, mais tarde soube que tinha sessenta e nove anos. Tinha acabado de chegar do cemitério. O seu marido falecera. Aproximei-me dela e perguntei-lhe o motivo de estar tão triste. Contou-me tudo. Não tinha filhos, logo não tinha netos nem nenhuma descendência directa. Restava-lhe uma irmã, no Norte, que ainda era mais velha. Chorou abraçada a mim. Dei-lhe o meu número de telemóvel, caso precisasse de alguma coisa. Nunca mais a vi. Ligou-me uma ou duas vezes para falarmos, uma das quais estava em aulas, o que me levou a perder uma aula deliciosa de Economia. Pouco me importei. Como disse o Camões, outros valores mais altos se «alevantam». Hoje em dia, sei que está num lar da terceira idade. Disse-me que, provavelmente, iria de livre vontade para uma instituição. Não suportava a solidão. Aprendi muito com ela e ficava muito feliz, uma vez que sabia que o meu amor era uma fonte de esperança e força. Sentia que ela ficava melhor.
Num mundo em que o sexo, o álcool, o materialismo e tudo o que o excessivo está em voga, eu prezo muito por escapar a essa tendência. Existem coisas muito mais importantes para fazer. Talvez por nunca me ter faltado nada, não olho de lado para quem nada tem. As pessoas não são o que têm de material; são aquilo que guardam em si.
Amar. Amar todos e amar ainda mais alguém. Há sempre um pedacinho para dar a quem pede. Haja vontade e amor dentro de nós.
É por seres assim, por acreditares nesse Amor às pessoas, aos seres e ...às coisas, que gosto muito de ti, mesmo sem te conhecer.
ResponderEliminarAbraço.
É totalmente recíproco, Pinguim.
ResponderEliminarAbraço. :)
De todos os fantásticos textos que li até agora, este é um dos que me vai marcar...
ResponderEliminarEstou a adorar conhecer-te através da escrita.
Estou a adorar aprender contigo.
Estou a adorar dar voz a mil e uma emoções que tinha e tenho presas cá dentro, porque a mim, já diz a canção: "words don't come easy".
Bem ajas por existires!
Beijinho e abraço ^^
Hórus, muito obrigado pelas tuas palavras. :)
ResponderEliminarAbraço grande! *