É impressão minha ou é comum que morra muita gente conhecida nos dias seguintes ao Natal? Desculpem, foi um pensamento em voz alta. Desta vez, Odete Santos, a histórica militante e deputada do PCP. Independentemente de ideologias políticas, eu admirava Odete Santos pela sua determinação e coragem. Era uma mulher carismática, quiçá a mais carismática das deputadas portuguesas junto a Natália Correia. Enquanto jovem, lutou contra o Estado Novo; defendeu, como advogada, e de forma gratuita, gente necessitada, e já no plano pessoal, em 1988, foi atingida por uma tragédia horrível: a morte do seu filho, Mário, de 16 anos, vítima de acidente de mota. Nada a dobrou. É daquelas pessoas que não deixam ninguém indiferente.
Odete Santos estava afastada dos holofotes há muito tempo. Há tempos lembrei-me dela, e recordo-me de ter pensado, quase em jeito de vaticínio, “qualquer dia é o seu dia” (isto é mesmo certo). Chegou ontem, aos 82 anos, depois de uma vida repleta de batalhas políticas e desafios.
Paz à sua alma
ResponderEliminarAbraço amigo