Pudesse eu não ter laços
nem limites
Ó vida de mil faces
transbordantes
Para poder responder
aos teus convites
Suspensos na surpresa
dos instantes.
in Poesia (1944)
Por tudo aquilo que o seu labor poético trouxe a Portugal, particularmente na nossa história recente, política e literária, Sophia é um dos poucos nomes inigualáveis e incontornáveis. O mar, sempre presente na sua poesia, simbolizava a liberdade, a sua e a dos portugueses; a liberdade em que acreditava e pela qual se bateu sempre.
Não à conhecia, e descobri em postqagem recente da amiga Majo Dutra. Encantei-me com ela. Magnífica.
ResponderEliminarBela homenagem.
Beijão
Uma das nossas maiores poetisas (ou poetas, como ela gostava de ser conhecida).
EliminarUm beijinho.
Acabei de ler há pouco tempo a sua biografia, creio que a primeira, escrita por Isabel Nery e publicada pela Esfera dos Livros, e devo confessar que, após a leitura, ela perdeu muito da fantasia e aura com que eu a tinha rodeado no meu panteão.
ResponderEliminarRetirei uma lição que, aliás, já sabia, mas que, confesso, tenho tendência a esquecer: não devo proceder à deificação das pessoas, e que elas são de carne osso, e com pés de barro.
Claro que não deixo de continuar a ter admiração pela escritora, mas não tanto pela pessoa, e ainda bem, pois é bom saber que as pessoas são como todas as outras, e que não é possível colocá-las a viver em Olimpos, como os portugueses (e não só) têm sempre alguma tendência a fazer, sobretudo depois de mortas.
Concedo que foi uma das figuras importantes das nossas letras, no entanto teve caraterísticas humanas, que nem sempre foram lisonjeiras.
Não obstante, orgulha-me saber que foi portuguesa, como gosto de saber que Mª Helena Vieira da Silva também o foi, e que Paula Rego ainda o é, apesar de ter trabalhado fora do país durante praticamente toda a sua vida, como aconteceu igualmente com a Vieira da Silva.
Há muitas outras mulheres que admiro igualmente, Mª Filomena Mónica é outra delas, e que me dá grande prazer com o que escreve.
Um bom final de semana
Manel
A Sophia, embora tenha sido poeta / poetisa com palavras simples, era uma senhora sofisticada. A simplicidade da sua obra levou-a até às classes populares, que hoje a admiram, mas também se diga que muita da sua popularidade se deve à militância anti-Estado Novo. O seu posicionamento político elevou-a ao pedestal de reconhecimento, quase como uma heroína da Terceira República. Tivesse sido salazarista e outro "galo cantaria"...
EliminarDesculpe a resposta tão tardia!
Uma boa semana, Manel.