É raro ir de metro para a faculdade. A mãe leva-me de carro, ou a Ana, ou mesmo eu, que me meto no carro e vou. Porém, esta última hipótese é a mais rara devido aos problemas em estacionar o veículo e à camada de nervos que apanho quando sou eu a conduzir no meio de filas de trânsito infernais. Para além de todas estas modalidades, por vezes vou de táxi ou metro. Odeio. O metro, de manhã, é a coisa mais horrorosa que já vi. Vai apinhado de gente. As pessoas não têm o mínimo civismo. Vêem que não entra nem mais uma alma, mas mesmo assim enfiam-se até o ar ficar irrespirável de tanta compressão no diafragma. Já para não falar das pisadelas, dos empurrões, etc. É uma saga! Agora, imaginem-me a mim no meio daquilo...
Hoje foi um desses dias. Apanhei o metro e nem foi dos piores dias. Estava, digamos, aceitável em termos numéricos. Claro que lugar para sentar é melhor esquecer... Fui em pé, como de costume sempre que vou de metro, de preferência bem encostado à porta que não se abre. Aconteceu-me algo que nunca esperei. Um homem, novo, entrou na estação seguinte com uma rapariga e ficaram perto de mim a conversar. Tinha tão mau hálito que eu ia morrendo. Eu estava precisamente no meio dos dois. A sua boca era enorme e tinha os dentes feios, amarelos e com um aspeto nojento. Cheirava tão mal, mas tão mal da boca, que eu juro: fiquei agoniado. Tive de baixar a cabeça e afastá-la para o lado esquerdo. No entanto, continuava a sentir aquele cheiro fétido a entrar pelas minhas narinas e a revolver o meu café da manhã. Estava impossibilitado de me mover porque, entretanto, foram entrando mais passageiros. Quando saí, aquela coisa mal-cheirosa ainda lá ficou. O homem morreu por dentro e não deu por isso!...
Pensam que acabou? Era bom... Saí da carruagem e dirigi-me para a saída. Senti um vulto atrás de mim, mas, como é natural, não dei importância. Continuei a sentir aquela estranha presença e, quando olhei para trás, constatei que um indiano me seguia desde a saída do metro. Quando viu que olhei para ele, mexeu no pénis, por cima das calças. SIM, É VERDADE! Entrei em choque e acelerei o passo. O indiano também acelerou e quando passou por mim, disse: "Bô diá...", naquele português mal falado e piscou-me o olho. Cheirava mal, àquele cheiro deles. Para quem não sabe, Lisboa está cheia de indianos. Não lhe respondi e continuei a andar. Entrei num café, pedi uma bica, esperei cinco minutos e quando saí ele estava à minha espera!!! Continuei a andar e ele atrás de mim. Continuei e voltei a acelerar o passo quando, de repente, estão dois polícias bem lá à frente. SALVO! O indiano não sabia português, mas adivinhou a minha intenção. Virou e seguiu caminho.
Que raio de dia. Sinto-me enojado. As minhas colegas até repararam que eu não estava bem. Claro que não lhes contei o sucedido. Morreria de vergonha. Já me aconteceu ser assediado por africanos e indianos, mas nunca desta forma explícita. Quem me manda a mim sair assim por essas ruas fora? Misturar-me desta maneira absurda, sujeitando-me a situações destas. Qualquer dia violam-me!
Já contei à mãe o sucedido e querem saber o resultado? Acabaram-se os metros. Agora, quando não puder de outra forma, vou de táxi.
Detesto misturas.
Coitado do pequeno, não pode andar de metro korror!!!!
ResponderEliminarLogo vi que isso ia dar coisa, o melhor mesmo é não te aventurares mais!
ResponderEliminarO metro é uma Saga, mesmo o do Porto!! Felizmente também já não preciso de o usar. Cheguei a falar de pelo menos duas aventuras peculiares lá no meu blog.
ResponderEliminarhttp://psimentos.blogspot.com/2010/03/comer-no-metro.html
e
http://psimentos.blogspot.com/2008/04/idadesabedoria.html
Felizmente nunca fui vitima directa de nenhum ser da sociedade, nem ao nível que descreveste nem a nível de assaltos, gosto de pensar que a minha estatura física desencoraja o pessoal ahahahahha.
Bem pelo menos não tens de levar mais com isso. Por acaso quando estou em Lisboa e tenho de usar o Metro tem sido tranquilo!!
Abraços.
É a Primavera Mark, é só a Primavera
ResponderEliminarComo eu te compreendo... felizmente já me safei dos transportes públicos... Agora só carro!!! Nem mesmo taxi, por vezes é onde ha odores mais estranhos.
ResponderEliminarenfim...
ResponderEliminarTive que me rir, não leves a mal...
ResponderEliminarÉs único.
Força :)
ResponderEliminarEstamos sempre a aprender.
Um abraço.
"O homem morreu por dentro e não deu por isso!..." AhAhAh se calhar morreu mesmo!
ResponderEliminarBom, passaste cá um dia Mark!
Foi a primeira vez que passei neste blog, pois agora infiltrou-se-me o bichinho da blogosfera e ando à pesquisa, e fiquei surpreendidíssimo pela positiva com o conteúdo!
ResponderEliminarParabéns, tens um dom rapaz! Atrevo-me a dizer que o modo como escreves é contagiante, e dá vontade de ler mais e mais :)
Algumas das tuas palavras são hilariantes!
Abraço, e de certeza que vou passar por cá mais vezes ;)
Mark: não me vais levar a mal e eu percebo e respeito a tua opinião. Mas a vida é isso mesmo: imperfeições. O mundo não é perfeito. E é dessa vivência e experiência que eu acho que tenho crescido... Fingir que a vida de uma carruagem de metro não existe, não é solução...
ResponderEliminarUm abraço.
Do que gosto menos no Metro é o facto das pessoas terem de levantar os braços para se agarrarem para não cair! Escusado será dizer porquê!
ResponderEliminarMark, estas experiências ajudam-nos a crescer. Não leves a mal, mas viver numa "bolha Actimel" (passo a publicidade!) não nos prepara para a vida adulta!
Abraço,
Ikki
Bem, tu tens azar. Assédio no metro foi coisa que nunca me aconteceu, pelo menos que eu me tenha apercebido.
ResponderEliminarQuando vim para Lisboa para a faculdade houve uma tentativa de assalto, mas eu pisguei-me a tempo.
Normalmente não gosto muito de andar de metro, prefiro o autocarro, mas o metro tem a vantagem da rapidez. Actualmente já quase não o uso, é bunnycar (ou a pé) para todo o lado, mas por vezes dou por mim a pensar que tenho saudades de andar de transportes públicos (sou louco, eu sei!)