Um livro, qualquer que ele seja, é bem mais do que um amigo. É um companheiro de todas e em todas as horas. É uma fonte inesgotável de cultura e sabedoria. Cultura, porque esta não se limita aos saberes científicos, mas também aos culturais; sabedoria, porque todo o livro contém um ensinamento válido, uma palavra adequada, uma história que poderá inspirar a vida de quem a lê. Ler é aprender com os professores mais experientes que existem. É derrubar barreiras físicas, atingindo lugares imaginários cujas fronteiras poderão ser facilmente ultrapassadas. Quem lê tem uma outra perspectiva sobre a vida e sobre o uso das palavras. Abre os nossos horizontes, estimulando a nossa criatividade e o nosso espírito crítico.
Os hábitos de leitura são essenciais desde a mais tenra idade. O pai e a mãe sempre estimularam em mim o gosto pela leitura e pelo sabor inconfundível dos livros. Cresci rodeado de livros. Os avós têm uma biblioteca significativamente grande na sua casa do Alentejo. Nas férias grandes, costumava passar horas na biblioteca, desvendando novos segredos, descobrindo novas histórias que influenciaram toda a minha vida. Enquanto isso, os primos brincavam descontraidamente lá fora. Eu era assim, irresistivelmente único. A mãe não gostava que eu passasse tantas horas a ler, mas a verdade é que também adorava brincar com os primos, por isso, sempre conjuguei as leituras com as brincadeiras normais de qualquer criança. Tudo o que sei devo-o aos livros. E se é verdade que aprendo imenso a estudar, nas aulas e com os programas escolares, os meus conhecimentos mais profundos foram adquiridos com as minhas leituras. Por vezes, algumas pessoas perguntam-me o que vejo de tão importante num livro. A verdade, por mais estranha que possa parecer, é que vejo todo um mundo inserido em cada página, em cada linha. À medida que vou lendo, vou criando imagens cerebrais que em tudo se assemelham à realidade.
Em Portugal, não existem hábitos enraizados de leitura. As pessoas não gostam. Os livros são preteridos à televisão, ao futebol, às novelas, no fundo, à cultura de massas. A essa cultura de plástico que se dissolve facilmente numa mistura de mediocridade intelectual. É assim o país real, salvo bastantes excepções, felizmente. Da minha parte, procuro rodear-me de pessoas que se distinguem pela diferença, no entanto, tenho amigos que não gostam de ler e abominam tudo o que é arte ou cultura. É transversal. O mau gosto afecta as sociedades desde a classe baixa à classe alta. Digamos, é a doença nacional.
Os livros são veículos de informação e cultura. São eles os mestres que nos tornam diferentes e especiais. Ao lermos, viajamos na corrente da nossa imaginação, visitando países longínquos e irreais. Vamos nos aperfeiçoando a cada página, a cada parágrafo, a cada linha, a cada palavra...
A pergunta que se impõe é a seguinte: Quais os livros que mais me marcaram e quais os meus hábitos de leitura? Não sou preconceituoso em relação às minhas leituras. Posso ler qualquer livro. Porém, é evidente que tenho uma preferência pelos clássicos e pela literatura contemporânea, nomeadamente anglo-saxónica, russa e francesa. Os livros que mais me marcaram... Bom, foram imensos. Vou eleger dois. Dois totalmente distintos, mostrando que consigo ler literatura light. Gostei imenso de 1984, do George Orwell, que li com dezasseis anos; também gostei do livro Os Sinais do Medo, da Ana Zanatti. Como podem constatar, são obras opostas, mas que merecem todo o meu respeito.
Há um encanto em qualquer livro que seja escrito com carinho e dedicação. E esse dom não escolhe nacionalidades, épocas ou estilos. Não existem livros melhores ou piores: existem livros. Ao lermos, criamos e reinventamos a nossa vida a cada instante. Construímos os nossos sonhos a cada pilar de fantasia e sabedoria que a leitura nos oferece.
A leitura é um acto que nos eleva a outros mundos. Quando se põe a imaginação a trabalhar, podemos ir a qualquer lado com um bom Livro.
ResponderEliminarMas, é um vício que sai caro, pois os livros cada vez estão com preços muito elevados e em tempos de crise, tenta-se cortar no indispensável.
Bjs
Obrigado :D
ResponderEliminarAhah, não há problema é só preciso ler :p
Há subgeneros de metal que também não consigo ouvir xD
ResponderEliminarEu quando era jovem li muito livro; posso dizer que devorei livros...
ResponderEliminarDepois, amoleci um pouco os meus hábitos de leitura.
Mais tarde, quando os jornais e revistas começaram a ser demasiado grandes, com imensos suplementos, dei por mim a ler a imprensa (não, eu não lia só as "gordas") e quase abandonei os livros.
De há uns meses a esta parte deixei de ler jornais, só alguma coisa on line, e retomei o hábito de ler.
E que bem me está a saber: nos últimos meses li mais, muito mais do que nos últimos anos; e vou continuar...
É pena que a maior parte das pessoas não goste de ler. O livro eleva-nos a um patamar de pura imaginação.
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