Resolveram organizar uma festa de despedida, ou deveríamos chamar de finalistas? Nunca gostei deste tipo de iniciativas. Em primeiro lugar, uma festa pressupõe a comemoração de algo e eu nada tenho para comemorar. Em segundo lugar, ao festejar a minha conclusão do secundário, parece que foi um feito extraordinário, difícil e, por isso, merece ser devidamente celebrado. Para mim, estes três anos não tiveram nada de especial. Não tive a mínima dificuldade ultrapassada que mereça, por esse facto, ser festejada.
Eu gosto de organizar as minhas próprias festas. À partida, e devido à minha personalidade, detesto tudo o que envolva um grande número de pessoas. Não se coaduna comigo o facto de fazer o que todos fazem. Faço aquilo que quero e gosto. Geralmente, abdico de coisas só pelo simples motivo de serem escolhidas ou ambicionadas por todos. Tenho uma aversão a tudo o que é popular e cobiçado de uma maneira geral. E também não gosto da forma em que estas festas estão organizadas. Música, diplomas, conversas, diálogos e danças... Por exemplo, em relação à dança: eu odeio estereótipos. Por que razão eu terei de dançar com uma colega quando não quero? Detesto pegar na mão da menina e convidá-la para dançar. Eu gosto que peguem na minha mão e que me convidem para dançar. Assumo que gosto de ser o centro das atenções nestes eventos e que fico tremendamente ofendido quando não o sou. No entanto, ser-me-ia muito fácil roubar as atenções para a minha pessoa, mas não o irei fazer. Deixem-nos brilhar ao menos uma vez.
Vou apenas por uma questão de respeito às minhas professoras. Gosto imenso delas, são umas queridas. Mas não irei dançar de forma alguma. Danço com quem quero e quando quero. E não estou minimamente disposto a dançar com meninas só porque «é bonito e é assim que deve ser». Menino sou eu e não faço disso cartão de visita. Estou arrependido de não ter convidado um amigo para ir comigo. Adorava dançar com ele em frente a todos. Seria o máximo. Imagino as expressões de revolta e admiração. Adoro chocar sempre mais um pouquinho.
Já estou a ver a mancha de igualdade que irei encontrar. As mesmas convenções e os mesmos protocolos oficiais. Tudo em nome dos bons costumes. Gosto dos bons costumes no que diz respeito à etiqueta e à educação. Cumpro na íntegra esses requisitos. Mas as normas heterossexistas abomino veementemente.
Bom, cumpra-se esta tarefa devido ao meu bom nome. Já dei a minha palavra. Porém, serei fiel a mim próprio. A minha honra e personalidade não estão sujeitas a estas convenções seguidistas.
É irresistível esse espelho que nos reflecte, não é?!... Ainda que não passe de um fio de água mais ou menos preguiçoso.
ResponderEliminarUm dia, lá mais para a frente, talvez esses desafios deixem de ser tão importantes assim. Para quê perder tempo com festas que acabam por nos transformar numa espécie de alienígenas militantes?
Um dia acabamos por compreender que não temos necessidade de espelhos que reflictam o nosso briho, Ele está lá e, ter consciência dele, vai acabar por ser suficiente.
Está fabuloso como sempre Mark! não tenho palavras =,)
ResponderEliminarÉs de onde?
ResponderEliminarSó uma coisinha. Podes ter as tuas preferencias em com quem queres estar, mas não estarás a ser um pouco ígoista? Sei que o mundo português é bem homofobico e descriminador e acho que as pessoas devem ser felizes à maneira delas. Por ai percebo a tua revolta. Muitos decerto que já to perguntaram, mas agora sou eu que quero uma resposta tua.
ResponderEliminarPerfeito!!!!!
ResponderEliminarQuando li este post, lembrei-me logo da cena que anexo em link. Parece que estava a rever este episódio que encerrou o final da primeira temporada. Ora vê lá:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=J013iLyNRrk
Respondendo a tua mensagem:
ResponderEliminarA série teve cinco temporadas, já terminou, mas nunca chegou a passar em Portugal (se não estou em erro). Mas ainda se encontra por aí.
Quanto ao baile, isso não é mais do que uma convenção neo-moderna que agora criaram para imitar os States...
Podem chamar-lhe uma passagem, um ritual ou o que quiserem, mas quem tem ambições de futuro, será sempre mais um acontecimento de continuidade. Não marca nada de especial, senão o mérito individual de cada um.
Felizmente, há uns anos nem sequer se falava disso. Faziam-se jantares, pura e simplesmente, e comentava-se o presente e o futuro.