28 de outubro de 2021

Crise Política.


      A crise que a não-aprovação do Orçamento do Estado para o ano vindouro gerou entre as instituições e os órgãos de soberania aproximou-me de novo da política portuguesa, a ponto de ontem ter sintonizado a minha aplicação da NOS no MacBook, que depois liguei à televisão, acompanhando a emissão da votação na generalidade que se deu no hemiciclo. Como sabemos, o OE foi rejeitado pela maioria dos deputados, com votos contra de praticamente todos os grupos parlamentares. Era uma decisão esperada e anunciada.

    A novidade desta crise, que tivemos muitas nestas décadas de democracia, é que jamais um OE deixou de ser aprovado (quando o comentei com o M., fez-me chegar de que aqui em Espanha tal nunca ocorrera; os partidos negoceiam até se chegar a um entendimento que permita a viabilização). É um inédito. Por outro lado, o Presidente da República afirmou publicamente que dissolveria a Assembleia da República, no uso de uma das suas competências, se o OE fosse chumbado. Adivinhava-se o cenário de eleições antecipadas, quando tão-pouco sabemos se saímos da crise provocada pela pandemia.

    Houve, através dos tempos, inúmeras dissoluções da Assembleia da República. Também agora poderá haver algumas novidades resultantes da conjuntura social e política. É que as sondagens, que valem o que valem, não parecem indicar uma predisposição do eleitorado a escolher uma solução diferente àquela a que o Presidente agora se opõe; trocando por miúdos, se o povo, nas eleições, vota num governo do PS, Marcelo Rebelo de Sousa sai desautorizado pelos anos de mandato que lhe restam, e são praticamente cinco. Imagine-se o que será um cenário de cinco anos de um governo fraco, com uma extrema-direita pujante e um presidente desautorizado. 

   Seguramente que Marcelo Rebelo de Sousa o previu, como bom estratega que é, que se antecipa às jogadas e está sempre um passo à frente dos adversários, se bem que confesso que não sei o que motivou a sua decisão. Não acredito que dê o dito por não dito, passo a expressão. A boa nova é que, nas legislativas, parece que posso votar por via postal, estando recenseado no estrangeiro.

1 comentário:

  1. Marcelo avisou a esquerda fez birra e creio que já se arrependeram ehehehehehe

    ResponderEliminar