Aristides de Sousa Mendes esteve décadas na penumbra até ser reabilitado já na democracia. Salazar devotou-o à miséria absoluta, jamais lhe perdoando o acto de desobediência, ao mesmo tempo que o ex-cônsul recebia todos os louvores e honras póstumas em Israel.
O diplomata foi um dos poucos heróis que Portugal teve no século XX. Com prejuízo pessoal, o que ainda se torna mais raro, sem qualquer aproveitamento, colocou-se em risco, pagou com o ostracismo e a pobreza e salvou vidas. Milhares. Milhares que beneficiaram dos seus vistos e conseguiram escapar aos campos de concentração e extermínio nazis. Não há homenagens suficientes que se possam prestar a alguém assim. É de um humanismo, altruísmo e espírito de solidariedade ímpares.
Hoje, finalmente, o Panteão Nacional recebe-o junto a vários dos seus grandes (alguns estão a mais, mas isso é tema de outra conversa). Os despojos continuarão na sua terra natal, por vontade expressa da família, mas o cenotáfio e as inscrições estarão lá, para sempre, de forma a que nenhuma geração se esqueça da grandeza de Aristides de Sousa Mendes.
Grande Homem que o senhor foi mas muito poucos falam dele
ResponderEliminarEu creio que se vai falando.
EliminarFoi bem merecido, para este português de exceção.
ResponderEliminarClaro que irá fazer companhia a algumas pessoas que o não mereciam, foram decisões consideradas políticamente corretas na altura, mas que creio que não fariam sentido em contextos diferentes.
Uma situação de exceção, como o Panteão, deveria ser para isso mesmo, pessoas consideradas, apoliticamente, de exceção, e não para qualquer "gato pingado" que alguma franja da população com peso político achou por bem ali colocar.
É o mal das "democracias" pouco representativas, e que granjeiam apoio por serem intervenientes em determinado contexto político, e porque isso também lhes dá votos.
Essas franjas agitam-se, em detrimento das maiorias que não têm qualquer reação nem vontade de se manifestar "contra a maré", e acabam por andar a reboque das decisões erradas, baseadas nos votos que granjeiam as decisões de alguns poucos que, em determinado período temporal, têm algum peso político, e disso querem usufruir.
Mas independentemente disto tudo, fez-se justiça a este homem que particularmente admiro, e que não tem sido esquecido, e ainda bem.
Cumprimentos
Manel
Olá, Manel.
EliminarSim. Falamos da mesma pessoa. Como o Manel diz, e bem, foi para lá trasladado devido ao contexto político. Mais incoerente ainda é terem juntado no mesmo espaço duas pessoas que não poderiam estar mais nos antípodas do outro. Enfim.
Sousa Mendes foi um homem que tomou uma sábia decisão: ficou conhecido como herói. Outros houve que nem como heróis, nem como maus da fita: caíram no manto espesso do esquecimento.
Cumprimentos, e obrigado por me acompanhar.