3 de janeiro de 2020

Era uma vez em... Hollywood.


    Na altura, não fui ver este filme ao cinema. Esperei que estivesse disponível no videoclube da minha operadora de tv a cabo.

      Não vejo motivo algum para tamanho acolhimento junto da crítica. Mais, não vejo qualquer obra-prima de Tarantino aqui. Vejo, isso sim, uma procura por ser original, ao querer mostrar-nos os bastidores de uma Hollywood nem sempre cor-de-rosa que ficou lá pelos anos 60, com a interpretação multifacetada de Leonardo DiCaprio, sobretudo, que Brad Pitt foi quase duas vezes duplo: de 'Rick', a personagem de Leo, e do próprio. DiCaprio que vem mais uma vez mostrar tudo aquilo de que é capaz. A afirmação da sua personagem, o orgulho quando as cenas lhe correm bem (que o filme assenta numa narrativa dentro de outra), concorre com o próprio ego do actor, que esteve como peixe na água. Deu-se ao luxo de exibir a sua arte, com confiança e até com uma pontinha de arrogância. I'm the ***king best.




      Houve quem lhe chamasse um filme fetichista. É-o, efectivamente, na atenção que dá à mulher, aos seus pé, à pilosidade da hippie; à amizade masculina, aos carros, à masculinidade. Acima de tudo, este Era uma vez em… Hollywood é uma ode à sétima arte, e Tarantino preocupou-se mais em explorar várias vertentes do cinema, nos planos, na fotografia, no desempenho dos actores, no contexto histórico (o assassinato de Sharon Tate pelos Manson), do que em contar-nos uma história bonitinha e linear. Procurou, talvez no meio do marasmo, agradar àquele público menos óbvio e mais contundente nas críticas. Acontece que o filme, que é um experimentalismo, torna-se profundamente entediante. É um filme de massas sem pretensões de o ser. Tarantino quis surpreender.

    É um filme que se ama ou odeia. Eu odiei-o, claro está, no entanto, neste caso, apercebo-me de engenho e genialidade. Talvez eu não esteja à altura da arte de Tarantino. É mais confortável supô-lo do que ter como certo de que os grandes também erram, mesmo quando pensam que têm uma masterpiece em mãos.

4 comentários:

  1. Olá, eu acho que se eu assistir a esse filme, provavelmente não vou gostar.


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  2. A proposta é interessante. Fiquei me perguntando se nesse filme não tem sangue?! Se não tiver, é de surpreender.

    Bom fim de semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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    Respostas
    1. Tem mais violência, sobretudo.

      Bom fim-de-semana!

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