Em Agosto último, tive a oportunidade de escrever um artigo sobre a mulher, numa perspectiva histórica e num enquadramento jurídico. Poderão, querendo, consultá-lo aqui. Remeterei para lá, nesse sentido, todo e qualquer aprofundamento que se pretenda obter nesta matéria, nos respectivos domínios.
O dia de hoje é assinalado pela Comunicação Social, percorrendo as redes sociais. As pessoas terão consciência do que está em causa? Evocando a mulher, não se pretende apenas prestar uma homenagem à sua singularidade enquanto mãe e ser inegavelmente sensível e ponderado (em comparação com o homem). Este dia pretende, e daí o seu carácter internacional, alertar para as desigualdades e para as discriminações que persistem em países cujos ordenamentos jurídicos não contemplam a igualdade material e formal entre o homem e a mulher. E são muitos.
Ser mulher, actualmente, em determinados Estados, implica passar-se por processos vexatórios, por mutilações, por atentados à honra e à dignidade. Implica, também, estar-se sujeita à alçada do pai, primeiramente, e do marido, pela vida fora, não tendo qualquer autonomia, como consequência da impossibilidade de estudar e de trabalhar; herdar menos do que os homens; não gozar de quaisquer direitos políticos e de cidadania; ter a sua vida permanentemente ameaçada, valendo, inclusive, esta menos do que a do homem.
No Ocidente democrático, ao abrigo da legislação, começando pelas leis fundamentais e terminando nas leis extravagantes, a mulher é formalmente igual ao homem. Está protegida de quaisquer ameaças à sua integridade física e moral. Ainda assim, no contexto laboral, sabemos que as mulheres auferem menos do que os homens pelo mesmo trabalho e que a precariedade aumenta quando estamos perante uma mulher. Que são assediadas no seu local de trabalho. Que no quotidiano são censuradas por adoptarem comportamentos tidos como tipicamente masculinos. A igualdade está ainda longe de ser plenamente atingida.
O Dia Internacional da Mulher continuará a fazer sentido. Por todos estes motivos o assinalamos. Muito há a fazer por forma a que possamos dizer, sem equívocos, que a discriminação em função do género foi liminarmente eliminada.
Gosto muito da tua forma de escrita :)
ResponderEliminarGrande abraço amigo
Obrigado, amigo.
Eliminarum grande abraço.
faz sentido em termos internacionais. Especificamente no nosso pais, havendo ainda muitas desigualdades, se calhar já não se justifica, não sei...
ResponderEliminarCuriosamente também o vejo mais num contexto internacional, e numa primeira abordagem ao meu artigo isso é perceptível.
EliminarEu acho que ainda continua a fazer sentido e acho que muita gente ainda não percebeu o que se comemora, dado que nas redes sociais so e ve bombons e jantares ;)
ResponderEliminarExacto. Tal qual referi.
EliminarPerfeito Mark ...
ResponderEliminarObrigado, amigo.
Eliminarmal li o teu título e pensei na abordagem que acabaste por fazer. certíssima, continua a fazer sentido, e não só lá fora. quantas mulheres já foram assassinadas por companheiros nos últimos anos? uma barbárie, não se compreende. e ainda existe diferença salarial, ainda existe a política de despedir grávidas, numa vaga para um emprego e com 2 candidatos com perfis semelhantes, a maioria ainda escolhe o homem; como ainda existem lugares tipo "menina não entra (mas cão sim)" e por aí fora.
ResponderEliminareste dia faz todo o sentido, todos os dias.
bjs.
Sem dúvida. Na prática laboral, pese embora toda a protecção, as mulheres continuam a ser discriminadas.
EliminarA violência doméstica, e em particular a violência sobre as mulheres, é um flagelo. Nenhuma campanha se revelou eficaz, suficiente.
São milénios de discriminação. Ainda assim, muito se tem feito. As mentalidades vão acompanhando, uns passos atrás.
um beijinho.
Gostei do texto. Foi uma leitura do nosso tempo e da sociedade que se vai transformando numa igualdade de direitos e deveres, de respeito e de oportunidades.
ResponderEliminarSabemos que em muitos países não se regem pelos nossos princípios, mas também aí as mulheres vão tomando consciência da sua força sendo diariamente vencidas e humilhadas pelos políticos e religiosos fanáticos.
O mundo carece de várias primaveras para as mulheres. Aguardemos. Elas chegarão, eu confio. :)
EliminarO papel da mulher na sociedade difere de país para país, talvez possamos falar em alguns casos, em termos continentais, se bem que a desigualdade é tanta a vários níveis que haverá sempre alguma coisa a "apontar". É o que se tem de momento.
ResponderEliminarComo disseste, haverá sempre algo que deixámos por fazer, aqui referindo-me somente ao caso português. Pelo mundo, enfim. Ainda ontem soube que uma mulher, oriunda da Índia, morreu por ter sido violentada.
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