25 de janeiro de 2016

As Presidenciais (V) - A análise ao acto eleitoral.


   Quase numa capacidade premonitória, previ que este seria o último artigo dedicado às eleições presidenciais propriamente ditas, sem prejuízo de algumas análises posteriores aos desafios que o novo Presidente da República terá pela frente e à sua actuação. Em todo o caso, a actual publicação sela o capítulo que de certo modo dediquei ao acto eleitoral que hoje finda.

       Em primeiro lugar, uma retratação pública: afirmei que a eleição seria disputada por Marcelo Rebelo de Sousa, António Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, subestimando os demais candidatos. Marisa Matias, a candidata do Bloco de Esquerda, obteve um resultado expressivo, ficando em terceiro lugar. O mesmo para Tino de Rans, que em alguns distritos superou Maria de Belém, uma das candidatas do PS, e Edgar Silva, o candidato do PCP. Posso ser obstinado nas minhas convicções e na sua defesa, mas sou o suficiente humilde para reconhecer quando erro. E errei.

       Vamos aos acontecimentos que marcaram o dia de ontem. Ao cair da noite, constatei que a sede de campanha do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, deu lugar a um palco improvisado na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde familiares, amigos e apoiantes o esperavam. Como referi aquando de uma entrevista sua na referida instituição de ensino superior, não gostei. Aprendi, desde cedo, que devemos dar à política o que é da política, e ao direito o que é do direito. O átrio de uma faculdade, com a história da Faculdade de Direito, transformado em palco eleitoral é cenário dantesco que, decerto, gerará opiniões díspares.

       A abstenção foi elevadíssima, vindo ao encontro das expectativas: há, com efeito, um divórcio dos cidadãos com a política, no geral, e com as eleições presidenciais, em particular. Exceptuando nas reeleições presidenciais, onde, tendencialmente, a afluência às urnas é menor, nunca tivemos um índice tão elevado de abstenção. Foi, uma vez mais, a indisputável vencedora.

        Algumas ilações que podemos inferir no imediato: o mapa do país evidencia que o Professor Marcelo ganhou em todos os distritos. Foi eleito à primeira volta, o que lhe dá uma incontestável legitimidade. O PS não teve um candidato ao qual pudesse dar o seu veemente apoio, o que prejudicou o partido no acto eleitoral presidencial. As eleições presidenciais são mais das pessoas do que dos partidos, mas os partidos políticos acabam por se envolver. Sampaio da Nóvoa falhou no seu propósito: disputar com Marcelo Rebelo de Sousa uma segunda volta. Ficou, ainda assim, com um resultado superior ao de Manuel Alegre nas últimas presidenciais. Maria de Belém teve um resultado catastrófico. Edgar Silva pode juntar-se à dirigente socialista, tendo perdido em bastiões históricos do PCP, como Beja. O momento é propício, aliás, para que o PCP retire algumas leituras políticas deste mau resultado. Ao que se deverá. Eu poderia aventar uma possibilidade, mas deixo o mesmo ao critério dos comunistas. Foi o pior resultado do PCP numas presidenciais. O Bloco de Esquerda manteve o suporte já vindo das legislativas. Obteve um bom resultado. Marisa Matias, tão depreciada, inclusive por mim, colocou-se ao lado de Sampaio da Nóvoa. Mérito da candidata, do seu partido, claro está, e algum demérito dos candidatos do espectro político do PS, certamente. Uma palavra para Tino de Rans: em alguns distritos, como o Porto, nomeadamente, ficou acima de Maria de Belém e de Edgar Silva. No cômputo final, ficou em sexto lugar, seguindo-se a Edgar Silva por umas décimas. Edgar Silva logrou um segundo lugar na Região Autónoma da Madeira, sua terra natal.

          Assisti aos discursos políticos. Maria de Belém antecipou-se e assumiu a derrota, felicitando, eu diria que precocemente, atendendo à hora, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Edgar Silva, por seu lado, teve alguma dificuldade em personalizar em si o mau resultado do PCP. Falou vagamente nas eleições. Considero a sua intervenção muito vaga, imprecisa. Marisa Matias foi recebida entusiasticamente na sua sede de campanha, o Coliseu do Porto. Fez sucessivas referências ao resultado que colheu para o Bloco de Esquerda, afirmando-o, definitivamente, como uma das forças políticas dominantes do momento.
       Gostei do discurso do Professor Sampaio da Nóvoa. Moderado, realista, esclarecedor. Eu diria até humilde. Recusa fazer um aproveitamento político dos votos que ascendem a mais de um milhão e sessenta mil. Disse, peremptoriamente, que voltará à sua actividade anterior à vida política, não prescindindo da intervenção cívica pontual, que sempre demonstrou, nas suas palavras.

           A noite não terminaria, contudo, sem as reacções dos líderes partidários. De uma ou de outra forma, todos felicitaram o Presidente eleito (não empossado, todavia). Notei algum desconforto em António Costa, naturalmente, e em Pedro Passos Coelho. Saliente-se que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa não era o candidato de Pedro Passos Coelho. O líder do PSD não teve outra alternativa senão apoiar o Professor, na sequência da dificuldade de qualquer outra figura da área política do PSD em avançar.

          O Professor (antes de António de Costa, curiosamente...) fez o tão aguardado discurso da noite. Uma exposição de consensos. Após repetir a velha fórmula, que remonta a Mário Soares, de querer que a sua Presidência seja a de todos os portugueses, o Professor mostra-se capaz de gerar pontes, diálogos, de pacificar a sociedade portuguesa. Existindo para colaborar e trabalhar em prol do país, na recuperação. Palavras de esperança e de confiança no futuro.
            Não esperaria nada mais do que o bom senso que revelou no discurso da vitória. Não me desapontou.

          O Professor Marcelo Rebelo de Sousa tomará posse em Março. Como constitucionalista, acredito que cumprirá escrupulosamente a Lei Fundamental. Não deixará de ser quem é - cada um terá o seu estilo pessoal. Um pequeno facto que gostaria de salientar: mencionou o Papa Francisco. Não registei um tom excessivamente programático nas suas palavras, considerando, não obstante, que o pendor conservador estará presente no mandato. Confio que o discurso de tomada de posse desvende algumas linhas orientadoras do que serão os próximos cinco anos desta recém-eleita Presidência.

29 comentários:

  1. A imprensa por aqui deu um bom destaque sobre as eleições legislativas aí em Portugal e também agora sobre a presidencial.
    É incrível como esta onda de conservadorismo assola o planeta. Mas enfim. Muitas vezes podemos nos surpreender.

    Beijão

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    1. Curioso. :) Bom saber que deram destaque por aí.

      Pois é. Espero que Marcelo Rebelo de Sousa nos surpreenda. Pelo lado bom.

      um abraço, amigo.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. O meu capital de esperanças com Marcelo é bem maior do que com Cavaco, cujas expectativas, minhas, eram inexistentes.

      Vetou, efectivamente. Mas como bem referiu, a Assembleia pode confirmar os diplomas vetados. Exige-se uma mobilização superior dos deputados, é certo.

      Sim. Conquanto seja conservador, Marcelo será mais receptivo a aceitar outras realidades do que Cavaco. É muito prematuro, insensato, eu diria, avançar com prognósticos.

      O BE (Bloco de Esquerda) obteve um bom resultado. Confirmou a tendência vinda das legislativas.

      Obrigado. Cuide-se também. :)

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  2. Penso que o novo Presidente, ao contrário de Cavaco, será mesmo Presidente de todos os Portugueses. Isso é refrescante. A referência ao Papa Francisco num discurso que busca a regeneração da unidade nacional é bastante inteligente. Gostei do discurso.

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    1. Eu considerei a referência ao Papa Francisco enquanto uma demonstração de cunho pessoal. Não sei se conseguirá a regeneração da unidade nacional. Haverá quem não se reveja. Agradará à parcela mais conservadora e religiosa do eleitorado que o elegeu.

      Acredito que seja um Presidente abrangente. Carecemos de uma Presidência que refaça o elo perdido, com Cavaco Silva, entre os cidadãos e o Presidente.

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    2. Existe certamente uma parcela do eleitorado que não se revê, mas não deixa de ser curioso que ele recolheu votos de todos os sectores políticos, inclusive da esquerda mais radical. Talvez seja um indicador de confiança.

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    3. Sem dúvida. O Professor conquistou votos do norte a sul, de novos e velhos, desempregados e empregados, ricos e pobres.

      Percebo o que queres dizer. Pela sua abrangência, será, de facto, «o Presidente de todos os portugueses».

      Tens razão.

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  3. O meu comentário ao teus comentários:

    Concordo com o terceiro parágrafo. Não sei se foi um espaço improvisado, custa-me a crêr, mas achei de mau gosto. Trata-se de um edifício público com deveres de ensino e não uma casa de espectáculos.

    Quanto ao quarto parágrafo acho que está na altura de se mudar o sistema eleitoral, acho que o voto devia ser obrigatório. Afinal, o povo para ter direitos tem que ter deveres também. Talvez o sistema brasileiro seja o mais interessante, dos 16 aos 18 e após os 80 anos o voto é facultativo, e para os restantes é obrigatório. Faltar a um acto eleitoral tem efeitos penalizadores para os eleitores.

    Não acho que o António Costa ficou a perder, bem pelo contrário. Pelas qualidades que referiste do professor será sem sombra de dúvida a sorte do Primeiro-Ministro.

    Quanto ao PCP, acho que escolher um candidato estrangeiro (fora do continente) não foi nem nunca será boa solução.

    Quanto aos restantes a grande surpresa está no calceteiro de Rans (embora a candidata do BE também tenha algo de surpreendente), que ficou à frente de todos os candidatos independentes (já sei o que vais dizer, a verdade é que os cinco primeiros tiveram apoios partidários).

    Espero que pelo menos até às autárquicas, já em 2017, não hajam surpresas eleitorais, embora eu ache isso possível (maioria na AR??? veremos). Cada acto eleitoral é uma despesa para o país e já bastam as outras, as despesas envenenadas (banca).

    Obrigado por mais um maravilhoso texto.

    PS: O resultado da Maria de Belém não foi surpresa, logo não a subestimaste, esqueceste foi que o povo às vezes é brincalhão.

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    1. O Professor afirmou que sim, que o discurso de vitória ter lugar na Faculdade de Direito deve-se a razões sentimentais; por ter sido docente naquela casa por mais de quarenta anos. Compreendo, mas não consigo deixar de observar um certo oportunismo político. Fosse que candidato fosse, tenha-se em atenção. Não gosto de ver uma faculdade adaptada a sedes de campanha (muito embora a sede oficial de campanha do Senhor Professor estivesse em Belém, quase como uma cortina de fumo).

      Nunca defendi o voto obrigatório. Não sei até que ponto teria cabimento no nosso quadro constitucional. Bom, países civilizados o têm, como a Áustria. Atendendo à propensão que se vem verificando de um aumento progressivo da abstenção, não afasto, de todo, a hipótese. Com uma pequena multa associada, simbólica. Por que não?

      António Costa não ficará a perder. Mas é desconfortável. Claro que com Maria de Belém, por exemplo, seria imensamente pior.

      És demais! Ai um madeirense é estrangeiro? :'D Só tu.

      Eu não fiquei assim tão surpreso com o resultado obtido pelo Tino. Como referi na penúltima publicação, adivinhava uma votação significativa no candidato de Rans, por parte dos descontentes com o sistema. Aliás, ainda que a abstenção tenha sido elevadíssima, acredito que algumas pessoas se mobilizaram para votar no Tino.

      Não quero fazer futurologia, no entanto desconfio de uma viragem no PCP. O Partido Comunista não há-de ser indiferente ao resultado que obteve e ao que o BE alcançou. Algum impacto terá até no suporte que dá ao Governo minoritário do PS.

      Eu não disse que subestimei Maria de Belém; subestimei, isso sim, Marisa Matias e os demais candidatos. :) Bom, em minha defesa tenho a acrescentar um factor que me escapou no artigo: quando referi que o acto eleitoral seria disputado apenas por MRS, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, não tive em conta, e nem poderia, o caso das subvenções vitalícias, que provocou uma certa desconfiança na candidatura da ex-Presidente do PS, minando-a.

      Eu é que agradeço a tua participação. Muitíssimo obrigado. :)

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  4. O melhor candidato sobre todos os aspectos: preparação académica, experiência, maturidade, elegância, inteligência... O povo preferiu dar o voto a quem conhece e não fazer experimentalismo.
    E com certeza o Professor Marcelo Rebelo de Sousa será melhor do que Cavaco Silva. Um homem à altura do cargo. Teve o meu voto e terá sempre o meu apoio.

    Cumprimentos.

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    1. Não é difícil ser melhor do que Cavaco Silva.

      Acredite, fico feliz pelo Senhor Professor. Ganhou, e ganhou bem. O povo, inequivocamente, o elegeu.

      Daqui a uns anos dir-lhe-ei o que julgo acerca do seu mandato. Deixemos o tempo passar.

      Cumprimentos.

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  5. Adorei este teu texto :)

    Grande abraço amigo mark

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    1. O importante, acima de tudo, é que tenha sido minimamente esclarecedor. :)

      um abraço grande, amigo.

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    2. foi e muito esclarecedor :D como só tu sabes escrever e dizer :)

      grande abraço

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    3. Oh, muito obrigado, Francisco. Que lisonjeio. Simpatia tua. :)

      um abraço, amigo.

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    1. Não tens que agradecer... :) Gosto sempre de ler as tuas análises. Posso nem sempre concordar (e ainda bem, senão seria uma chatice), mas são sempre ponderadas e bem escritas. :)

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    2. É isso que defendo: é na saudável discordância que reside o interesse. :)

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  7. Já todos disseram e expressaram o que pretendia dizer, pelo que direi apenas: ora aqui está uma excelente sintetização da noite eleitoral. :)
    Abraço :)

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    1. Obrigado, Mikel. Entretanto, mais do que sintetizar a noite eleitoral, pretendi expor a minha percepção do que aconteceu na noite de domingo. Há uma vertente muito pessoal que procuro não descurar.

      um abraço. :)

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  8. Ganhou, mas não ganhou com o meu voto lol Sobre o PCP... bom, se o BE continuar em sentido ascendente, o PCP se não se modernizar e deixar os radicalismos de lado... não sei. Estão muito presentes nos sindicatos e nas autarquias locais... mas isso será também até um dia.

    Parabéns pelo texto. Magnifico.

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    1. O PCP estimula uma proximidade com as populações, daí a sua presença vincada no poder local.

      O BE tem um discurso diferente, mobiliza o eleitorado mais jovem, que, de certo modo, repudia algum do passado do PCP, nomeadamente a vertente doutrinária, estalinista, e as suas tentativas de impor em Portugal um regime autoritário de extrema-esquerda.

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  9. Bem, não me vou por aqui a defender o PCP, senão vêm chover picaretas para cima de mim... LOL
    Mas, na minha opinião (certezas só com câmaras nas cabines de voto), o eleitorado do PCP virou-se para Sampaio da Nóvoa. Este é uma personalidade querida no PCP, ainda que não o apoie diretamente. Sempre pensei que a candidatura do Edgar iria ser retirada a favor de Sampaio da Nóvoa. E creio que o objetivo inicial era mesmo esse. Só acabou por não o ser porque Maria de Belém se espalhou ao comprido com a história das subvenções vitalícias. Caso eles andassem taco-a-taco, ES iria concerteza retirar a candidatura, para que uma segunda volta fosse com Sampaio da Nóvoa e não Maria de Belém.
    O principal mau resultado que leio da noite foi o facto de não existir segunda volta. Independentemente do resto, essa para mim foi a catástrofe da noite.

    (devo ter de ir elaborar umas notas sobre as presidências, que depois partilho contigo por email :P).

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    1. Horatius, defende o que queiras. Ninguém te atacará no meu blogue por isso, até porque não consentiria. Aqui, se tanto, garanto-te que todos podem expressar o que querem.

      Até Marcelo Rebelo de Sousa roubou eleitorado ao PCP. O Professor é demasiado popular e querido. E agora, arriscando-me a levar uma picareta de ti (heheheh), creio que o PCP vem numa tendência decrescente. Talvez fosse tempo de Jerónimo ceder o seu lugar. O PCP precisa de sangue jovem, de ideias novas, menos "bafientas". Caso contrário, arrisca-se a resultados cada vez mais catastróficos.

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    2. Mark, o PCP tem o grupo parlamentar mais jovem (ou tinha, não sei se agora não será o do Bloco). Mas tem muitos deputados na casa dos 30's e dos 40's. Aliás, acima de 50 só tinha na passada legislatura o Jerónimo, o Francisco Lopes e o António Filipe. Teve nas Europeias os dois primeiros nomes abaixo dos 40. Achas que não é um partido "normal", em termos de faixas etárias? (não digo jovem, porque acho que é de todas as idades)Agora compreendo uma coisa: o que passa na TV é sempre o velhote com a bandeira no comício. A mim nunca me viste na TV, mas olha que eu também lá estou. As câmaras é que não gostam de mim xD

      Também não esta numa tendência decrescente. Nas últimas legislativas a CDU aumentou o nr de votos, percentagem e mandatos, tendência que vem dos últimos atos eleitorais. Isto é decrescer?

      Agora, não se pode é comparar Legislativas a Presidenciais. Há muita gente que vota CDU, mas em presidências não vota no candidato do PCP. Sempre foi assim, e sempre será. sobre o desaire desta feita, já comentei acima...

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    3. Sim, o PCP tem jovens no seu grupo parlamentar, mas a sua liderança é obsoleta. Os seus ideais não conquistam tanto eleitorado. Está a ser ultrapassado pelo BE no eleitorado jovem, e as gerações tradicionalmente comunistas estão a morrer.

      A CDU aumentou, mas o BE ultrapassou-a. O PCP, se compararmos aos nossos primórdios constitucionais, em que tinha um sólido eleitorado, vem perdendo peso político. É um facto. O PCP perde peso social. O PCP ganhou face a 2011, mas perdeu face a 2009. Se recuares aos anos 70 e 80, verás a tendência decrescente, pautada, pontualmente, por uma eleição com um melhor resultado.

      Horatius, ninguém de bom senso compara Legislativas a Presidenciais. Até Marisa Matias ultrapassou Edgar Silva. Em todos os partidos há gente que vota tradicionalmente no seu partido e que nas Presidenciais não o faz, mas o eleitorado do PCP é conhecido por ser fiel. No mínimo curioso, para não dizer estranho, que até em Beja (!) o PCP tenha ficado aquém de todas as expectativas.

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    4. p.s.: Face a 2009, perdeu em votos. Ganhou em mandatos e em percentagem, sim. Ainda assim, a tendência, desde 1975, é manifestamente decrescente.

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