Fico exausto com a frequência em que as emoções se repetem. Por meados de Setembro, a mesma nostalgia do regresso às aulas do primeiro ciclo: as competições para ver quem tinha a mochila mais in, o estojo mais colorido, as canetas de melhor qualidade e design. A quantidade de apetrechos que pediam aos pais, através das lista de material, chegava a ser ridícula. Nunca percebi se o intuito era estimular-nos a criatividade ou fazer os encarregados de educação gastarem rios de dinheiro em réguas, tintas da china, papéis fantasia, lápis de cera, canetas de feltro (dessas gostava)...
A alegria de voltar não existia. Os longos meses de férias grandes tornavam-nos preguiçosos e acomodados à rotina. No primeiro dia de aulas, uma birra era inevitável. Um choro de menino mimado que por nada queria ter horários a cumprir ou deveres por fazer. Depois, com a passagem dos dias, os velhos hábitos davam lugar a novos e as aulas tornavam-se parte do quotidiano.
Os anos em nada esbateram esses sentimentos. Contudo, as férias ganharam, também elas, uma monotonia impossível de ocorrer na infância, onde, por norma, tudo é divertido e sempre há algo para criar. Sou, então, envolto em desejos aparentemente contraditórios. A vida é uma contradição insanável.
Comprei o material escolar - sem - ser - para - a - escola. É para a faculdade. Muito normal. Finalmente encontrei a pasta que tanto queria - semelhante à de uma colega - o que me colocou um sorriso nos lábios pelo resto do dia. Poderei ter a arrumação que desejava, continuando a separar cuidadosamente as disciplinas. É bastante mais prático do que um dossier ou toneladas de cadernos. O estojo tem padrões discretos, pouca arrumação, mas é sóbrio. Não encontraria um que fosse mais do meu agrado. Exceptuando uma caneta com uma girafa na ponta, que me relembra uma com um hipopótamo, cujo o interior tinha água e uns corações, o resto que adquiri faz parte dos artigos mais banais. Banal também foi o meu encontro com um colega, na Staples, onde pude apreciar o seu dossier em tons bordeaux. O meu estojo, ao seu lado, personifica uma qualquer mulher embriagada que actua, com o seu corpo, no Moulin Rouge, no exacto momento em que uma beata paga a sua promessa. A sua saudação, tão formal e universitária, fez julgar-me pouco sério. Por que motivo alguém de vinte faz de conta que tem cinquenta?
Não precisarei de alguém que me acorde na segunda de manhã. A ansiedade fará de despertador.
Por «aqui» as aulas já começaram. Desejo-te um bom (re)começo! )
ResponderEliminarAbacalhoado: Obrigado! Um bom recomeço para ti também. :)
ResponderEliminarNunca liguei muito a essas coisas das marcas, dos desenhos... continuo a gostar dos cadernos espiral e das canetas bic :p
ResponderEliminarsad: Em relação às marcas também nunca liguei especialmente. Se gostasse e fosse de marca, comprava; se gostasse e não fosse, comprava na mesma. O que interessa é gostar. :)
ResponderEliminarAwwwn, isso é tradicional e é fofinho. :)
Boa volta as aulas, Mark. você é bem detalhista com suas coisas da faculdade. Bem bacana isso.
ResponderEliminarEspero que você tenha um excelente semestre.
Eu sempre fui basicão em relação aos meus materiais escolares, agora que tô na faculdade continuo do mesmo jeito.
ResponderEliminarkkkk'
Bom regresso à aulas :)
ResponderEliminarAbraço amigo
Citizen: Obrigado. ^^
ResponderEliminarJoel: Eu gosto de comprar coisas com as quais me identifique. Sou um pouquinho vaidoso nisso. :p
Francisco: Obrigado! :)
abraços :3
tem um bom dia amanhã.
ResponderEliminarno meu tempo (eheh, onde vai o 1.º ano do ciclo), as aulas começavam em outubro. eu ainda fazia anos em férias.
bjs.
Margarida: Que engraçado! Há uns dias, a falar com umas pessoas mais velhas, elas disseram-me precisamente isso: as aulas começavam em Outubro. Salvo erro, falaram-me do dia sete. :D
ResponderEliminarObrigado, querida.
beijinhos :*
Nunca liguei muito às marcas de cadernos e mochilas, o importante é que fossem funcionais. Então e o R? Que tal foram as férias dele? E o vosso reencontro?
ResponderEliminarCoelhinho: Concordo. ^^
ResponderEliminarO R. anda por lá. Ficámos em subturmas diferentes. Falamo-nos, cumprimentamo-nos cordialmente, e pouco mais. As suas férias devem ter sido boas, a julgar pela tonalidade bronzeada da sua pele. :D