Entrei no anfiteatro. Vazio. Pensei no enorme contraste entre cada assento, disponível, e os momentos em que todas as bancadas estão preenchidas por alunos. A luz solar aclara a cor da madeira envelhecida e rabiscada durante anos. Jamais poderia imaginar em como aquele espaço, atemorizado por muitos, consegue transmitir tanta paz estando deserto. Sentei-me num lugar da bancada do meio, do lado direito para quem entra pela porta do mesmo lado. Encostei-me para trás no velho assento e senti a madeira a ranger a cada movimento que fazia. Um guincho que evidenciava anos de mau uso. Quantas vezes não os vi pular pelos assentos, fazendo acrobacias dignas de um triste circo!...
Observei os escritos no suporte da bancada.
"Ana Luísa 2008; Ponte da Barca the best; Amo-te Cláudia Sofia; Tou a morrer de tédio f***-**..."
Cruzei os braços e encostei a cabeça sobre eles, tomado de uma estranha sonolência. Cerrei os olhos e consegui ouvir alunos a falarem no exterior. Invejei a energia que senti, o ânimo de «ir à biblioteca tirar apontamentos de Penal».
Quando estava prestes a desfalecer perante um precipício, chamaram-me pelo nome e tocaram-me no braço. Era o R. Como se nunca o tivesse visto anteriormente, senti-o como um estranho que veio perturbar aqueles preciosos momentos que antecedem uma aula. Tirou o portátil e acedeu a um site de jogos online. Escutei o som de tiros e mortes, barulhos de guerras fratricidas e de bombas a despoletarem a todo o instante. A cada expressão facial minha de admiração, sorria. Pediu que me aproximasse para o ver jogar. O seu cabelo pareceu-me mais claro, embora o mesmo se devesse a um contraste com a sua camisola de capuz vermelha a condizer com os atacadores dos ténis.
Afastei-me. Por que motivo chegara justamente naquele momento? Não, não o quero ter de novo por perto.
O relógio do telemóvel avisou-me de que ainda tinha uns minutos.
Naquele momento, vários alunos estavam já sentados e outros continuavam a chegar. Finalmente, os assentos começavam a ficar preenchidos, perdendo-se a paz que senti à minha chegada.
Saí para comprar um sumo e para tirar uma bolinha na máquina dos brindes.
Hum.. essa relação com o R.. :b
ResponderEliminarMas já agora,porque não o querias ver? (se puder saber,claro).
Beijinho*
Sonhadora, eu não o quero ter por perto porque prefiro manter-me afastado dele. É melhor para mim.
ResponderEliminarClaro que podes saber. :)
Beijinho. *
Noto-te mais seguro Mark e parece que o R. já não surte o mesmo efeito em ti. Mas será mesmo assim? =)
ResponderEliminarHum,estou a ver. Pois,é normal que não te queiras magoar.
ResponderEliminarÉ um bocadito complicado estas situações,mas sabes que estou aqui sempre que precisares,basta dizeres se quiseres falar do assunto :)
Já agora,obrigada por teres contado o que se passava. Obrigada pelo voto de confiança :)
Beijinho* grande <3
Speedy: Estou decidido a não me magoar de novo. ;)
ResponderEliminarP.S.: Adorei a imagem e respondi-te. xD
Sonhadora: Oh, és uma querida. *-*
Beijinho! ^^
Já agora, o que te saiu no brinde? Acho que nunca gastei um cêntimo nessas máquinas.
ResponderEliminarFui de propósito a um café abaixo da rua da faculdade para tirar a bolinha. :) Saiu-me uma caneta! LOL
ResponderEliminar:D
Eu vi Mark ;). Ainda bem que gostaste
ResponderEliminarNão gostei... ADOREI! :)
ResponderEliminar*----*
Ando ausente e a perder importantes capítulos. Espero recuperar.
ResponderEliminarSabes que sempre fui um adepto torcedor de que a tua história com o R tivesse um final feliz.
ResponderEliminarNão vou afirmar que não teve, pois a história ainda não acabou; por mais que digas que te queres afastar, e mais isto e aquilo, tu continuas a gostar dele e a ter medo de gostar dele. E se calhar, ele pensa da mesma forma...
Não haverá coragem da parte de um de vocês para conversar uma vez, cara a cara sobre o assunto e verem se é de ir em frente ou ficar por aí?
Tânia, sobre mim e o R. não há muito mais a dizer... :/ Não perdeste nada.
ResponderEliminarAcho que não, pinguim. Sabes, no dia a dia as coisas são diferentes de tudo o que possamos pensar. Não é fácil dizer a alguém o que se sente, sobretudo neste "tipo" de relações, se me entendes... Depois, a dinâmica da vida não é compatível com os planos que façamos. As coisas vão se proporcionando ou não. Eu não quero dar "parte fraca"; ele também não. Ficamos assim. É assim.