Lisboa, 14 de dezembro de 2011,
Mais um ano que passa e é chegada a época de pedidos e pedidos, muitos exagerados; outros que ficarão aquém do que cada um merece. Refletindo bem, a incongruência de cada pedido, a distância que os separa e a futilidade que abarcam entristece-me. Há quem peça nada mais do que a cura de um mal; há quem peça um prato de comida quente; há quem peça um carro novo, um perfume da moda, uma peça de roupa cara. Atenderás a todos os pedidos de igual forma ou farás uma distinção segundo a necessidade?
A tua imagem continua associada às crianças e aos seus desejos. À partida, uma criança só tem pedidos concretizáveis, legítimos... Não há futilidade num pedido inocente de uma criança. Bom, quando eu era criança, os meus pedidos eram tudo menos inocentes e ingénuos. Inocentes em conteúdo; muito pouco porque sabia que pedia demais e sabia mesmo, inclusivamente, que outras crianças necessitavam bem mais do que eu. O altruísmo não era o que deveria ser, envergonho-me de o dizer, pese embora fosse imaturo.
Interrogar-te-ás: "por que motivo ele me escreve e por que o fará num blogue?"
A carta que te escrevo aqui e publico será a mesma que escreverei à mão e colocarei por baixo da árvore de Natal. Exatamente esta, exceto partes demasiadamente pessoais que não poderei colocar aqui. Escrevo-te como sempre o fiz, ano após ano, incansavelmente, mesmo depois de me tornar um homem. Alguns diriam: "que sem noção!". Talvez o seja, embora não esteja minimamente preocupado. Consola-me saber que lerás a minha carta, possivelmente atenderás a alguns pedidos e enviarás os mais "difíceis" para segunda instância. Perdoa-me a inclusão de linguagem jurídica numa carta que se pretende informal e de linguagem coloquial.
Pedidos? Bom... não sei por onde começar. Lembras-te da minha carta do ano passado, publicada aqui também? (clicar) Serei modesto a pedir. Não me concretizaste o pedido imperioso do ano passado - que se mantém - por isso saltarei propositadamente essa parte. Ainda hoje, quando estivemos juntos, sob a ténue chuva que caiu pela manhã, lembrei-me da carta do Natal passado e do atraso em escrever esta.
Pedirei o mesmo que no ano passado, nem me atrevo a pedir mais... Olho ao meu redor e descubro: sou um afortunado. Seria injusto pedir mais, não só pelo motivo de que não o mereço (creio), mas também pela injustiça que seria fazê-lo. Eu estou aqui, age como quiseres.
Despeço-me com calorosos cumprimentos e um beijinho terno na ponta do nariz do Rudolph,
lots of love,
Mark
nota-se aqui uma maturidade que eu não sei se tenho tanta.
ResponderEliminarEu deixei de acreditar em gestos de um diferente mundo do meu.
Que importam os pedidos de criança? Vivias alheio a um mundo real, escuro e sombrio. Essa é uma gaveta a deixar quase fechada.
ResponderEliminarDo pedido, estou certo que o Pai Natal já enviou várias oportunidades para o desenrolar da história de amor. Mas o menino deixa que a mesma que esquive entre os dedos... Assim, há um passo a dar que cabe a uma pessoa que terá de ter muita coragem para o fazer. Um passo sem medos, com noção das consequências.
Atreve-te!
Abraço.
Quando li i título do post pensei que ias pedir o fim da União Europeia e do Euro, lol ;-)
ResponderEliminarLOL
ResponderEliminarMas a satisfação desse pedido, depende mesmo do Pai Natal?
ResponderEliminarPenso que depende apenas de duas pessoas: tu e ele...
Gostaria que você me tirasse algumas dúvidas a respeito do sistema de votos aí de Portugal. Pode ser?
ResponderEliminarAqui no Brasil está se discutindo a reforma política. Um dos temas dessa reforma é a mudança no sistema de votos.Aqui no Brasil é sistema proporcional de lista aberta, que é criticada pela opinião pública,pois quando um deputado recebe muitos votos,ele acaba levando com ele, outros deputados que não teve tantos votos expressivos para completar as cadeiras na casa legislativa. Isso acontece devido ao quociente eleitoral. A opinião pública critica essa regra, porque muitos partidos mal-intencionado se utiliza disso para colocar candidatos poucos expressivos para ocupar as cadeiras da casa legislativa através de candidatos mais famosos, os chamados "puxadores de voto".
PS.: Não precisa divulgar o comentário não,'tá. Ele não tem nada a ver com o tema do seu post.Ah ah!
Tenho a certeza que o Pai Natal e o Rudolph estão atentos e a fazerem o que podem para tornar os teus pedidos realidade. No entanto só te podem dar uma "mãozinha" ou um "empurrãozinho". O resto, só dependerá de ti. Pelo que tenho lido de ti até agora, creio que vou chegar ao fim do blog sem ver concretizado esse sonho tão bonito que tu tens. Mas já estiveste bem mais longe de o alcançar...
ResponderEliminarUm pouco mais de fé, de coragem e de perserverança! ^^