Pensava que o réveillon ia ser um tremendo tédio, uma coisa horrorosa e aborrecida. Atentemos no fantástico programa: ir com a mãe até Cascais para começar o ano junto a dezenas de empresários, a maioria com idades compreendidas entre os quarenta e sessenta anos, homens que falam sobre negócios, fumam charutos e cigarrilhas, bebem imenso e olham para as pernas das secretárias. Aliciante, não é? Motivo: nada combinei atempadamente com amigos. Não é que desgoste totalmente daqueles ambientes, mas ouvi, há dias atrás, algumas amigas da mãe dizerem que não iriam participar desta vez junto dos seus maridos. Prefeririam, antes, fazer a sua própria festa num local a condizer com o seu nível (hoje estou tão irónico, ahahahahah). Este pequeno detalhe tornaria este réveillon num encontro informal de homens de meia idade mais a mãe. Um horror! Tinha mais hipóteses, nomeadamente a família, mas a minha palavra é só uma.
Não é que foi divertido? Primeiro, alguns empresários tinham trintas, ahahahahahahah (a minha malícia é chocante) e, em segundo lugar, muitos sessentões levaram os seus filhos vintões. :) Oops, oops. Para além da mãe, só lá estavam mais três mulheres. O resto eram tudo homens e eu, claro (categoria intermédia?). Ahahahahahahahahahaha.
Muitos dos Senhores Doutores já são meus conhecidos, no entanto, a mãe apresentou-me os que eu não conhecia, que por sua vez me apresentaram os filhos. E eu, claro, também lhes fui apresentado. Bom, uma mancha hetero impressionante, com umas certas excepções porque aquele radar de que se fala ainda apitou algumas vezes. Um dos rapazes, filho de um amigo da mãe, é estudante de Economia e é fantástico. Inteligente, culto, atraente, de excelentes famílias, sensato, vá lá, pronto, bebe um pouco de mais, mas isso não é defeito, é feitio. :) O meu irmão gémeo, devido à semelhança de qualidades e gostos (falámos durante o jantar de diversos assuntos e o facto é que comungamos dos mesmos interesses em variadíssimos pontos), exceptuando o facto de ele ser um pouco mais fútil do que eu, com a diferença de que eu só sou quando quero e este pareceu-me que é quando quer e quando não quer. Ahahahahahahahah. Digamos que o ideal era uma mistura do R. com este. O R. é simples demais, aquilo nunca iria (ou irá...) dar certo. Somos uma antítese completa e os opostos não se atraem, pelo contrário. Isso são mentiras piedosas de apaixonados insensatos.
O jantar foi servido por uma empresa de catering contratada e é o único defeito que tenho a apontar. Foi péssimo. Quem os contratou cometeu o erro da noite.
Claro, o espaço estava cheio de fumo dos sessentões e achei uma graça ao facto dos rapazes da minha idade fumarem charutos com os pais. Péssimos hábitos que eu não compartilho.
Meia noite, muito ruído, muitos abraços, muito copo e muito fumo. Era o único que não tinha bebido nada. Para quem não sabe, sou abstémio convicto. Hora da dança. Aqueles pés de chumbo a dançarem foi o máximo. Têm imenso dinheiro, mas dançam tão mal. Até me senti deslocado e hesitei em invadir a pista, mas fui e dancei com a mãe, com as outras três esposas que lá estavam e, por volta das duas da manhã, com o alcoolizado estudante de Economia. Ahahahahahaha. De copo na mão, totalmente embriagado, dançava comigo e até chegámos a dançar agarrados! Os empresários já estavam alegres, logo, nem se aperceberam daquilo, mas mesmo que se tivessem apercebido, o álcool desinibe. :) O estudante é mais alto do que eu e o corpo caía para cima de mim. Ele tinha a noção do que estava a fazer, porém, acho que ele às tantas pensou que eu era uma mulher. Colocou as mãos nas minhas costas, envolvendo-me e sussurrava palavras completamente imperceptíveis devido ao seu estado e à música.
Saímos (eu e a mãe) por volta das quatro horas. De táxi, claro, porque a mãe já estava animada e nem um, nem o outro levou o carro. Eles ainda lá ficaram e soube que tudo acabou já a manhã espreitava. Custou-me deixar o estudante assim, abandonado, mas eu vou averiguar nos papéis da mãe o nome do pai dele (que já sei) e num instante chegarei a ele. É que mesmo enquanto esteve sóbrio, ou seja, durante o jantar, aquela porcaria do radar apitou. Apitou ao de leve, mas apitou.
Todavia, sinto-me mal em relação ao R., apesar de não estar nada definido, o que nos desobriga de qualquer dever de fidelidade ou lá o que é. Este estudante, sim, é algo que valha a pena (perdoem a sinceridade).
Foi uma noite agradável e diferente. O meu smoking vai imediatamente para a lavandaria e a minha cabeça ainda lateja um pouco, mas não me arrependo.
Vou ser um Indiana Jones, amanhã, no escritório da mãe. :)
Caro Mark,
ResponderEliminarnovo ano, vida nova, novas conquistas.
é sempre assim que penso quando algo não corre bem no campo das relações.
Sendo assim, manda-te ao estilo Indiana Jones para o escritório da tua mãe : )
e diverte-te a fazer contas, ahahah : )
Filipe, eu lamento pelo R., mas apesar de gostar da sua companhia, sinto que aquilo não é o que quero para mim. Ele é... simples demais para mim... Pode parecer indelicado dizê-lo assim, no entanto, é a verdade. É, contudo, uma excelente pessoa e tem um bom coração.
ResponderEliminarMal a mãe saiu para ir tomar o café da manhã com uma amiga, fui ao escritório e já encontrei o número de telefone do pai do futuro economista. Ahahahahahah :P
Não sei é o que vou fazer com aquilo...
lots of love ^^
esse é mais parecido contigo :) e já te pode proporcionar viagens e presentes caros loool. (estou a brincar contigo)
ResponderEliminarfeliz ano novo e abraço.
Que momento bacana...
ResponderEliminarQue tudo lhe de certo em 2011
Tomás, eu não sou materialista (vá lá, não sou muito, ahahahahaha). :P
ResponderEliminarFeliz 2011 para ti. :)
lots of love ^^
Ro Fers, igualmente para ti. :)
Feliz 2011. :)
lots of love ^^
acho que gostaste muito do facto de ele ser mais alto... XD quanto a um ser simples e o outro fútil, acho que o ideal seria o meio termo (como eu ahaha), ou seja, nem ser uma coisa nem outra, porque ser fútil é muito bonito quando se tem dinheiro, quando não se tem já é outra conversa... eu sou accionista de 3 Empresas e conheço muito boa gente que é fútil, dá ares de quem tem dinheiro e no final de contas deve dinheiro a toda a gente lol (não é o meu caso). De qualquer das formas, se tivesse de optar entre um e o outro, escolheria aquele que me fizesse sentir mais feliz. Portanto pensa nisso, qual deles te faz sentir melhor?
ResponderEliminarabr
Mark, um bocadinho de espumante ou champanhe de vez em quando não faz mal nenhum. E digo o mesmo dos charutos. Pela minha parte, são pequenos prazeres a que não me consigo recusar quando se proporcionam.
ResponderEliminarAbraço.
Miguel, eu não conheço muito bem este rapaz. Vi-o pela primeira vez na passagem de ano. Mas pela sua forma de ser, pareceu-me o mais parecido comigo. Deve ser porque ambos tivemos uma educação semelhante, creio. E depois, há coisas nele que eu adoro, como o cabelo à surfista, o facto de ser mais alto (o R. também é), os olhos esverdeados, etc. Em termos de personalidade, tem aquela ponta de futilidade que eu tenho, mas não invalida que tenha uma cultura geral óbvia (notei logo à partida).
ResponderEliminarEste é o oposto do outro. É, sem dúvida alguma, o mais parecido comigo. Vou ver se o conheço melhor para tirar algumas conclusões (e nem sei se terei coragem para ligar ao pai dele, uma vez que já tenho o número...). :)
lots of love ^^
Francisco, eu sei que não, mas repara, o álcool arde-me no esófago e o tabaco prejudicaria a minha saúde. Sei que não tem nada de mal beber de vez em quando, no entanto, não gosto mesmo. :)
lots of love ^^
Às vezes é melhor investir naquilo que reflecte mais quem somos do que em relações antagónicas. Os opostos até se podem atrair, mas o prognóstico não é promissor :P
ResponderEliminar( não sou apologista de que apenas os iguais conseguem ser felizes.
Refiro apenas uma questão de compatibilidades.
Só os sentimentos não chegam. )
;)
Ah!
ResponderEliminaresqueci-me de sugerir: tenta no facebook (aposto que o encontras lá), agora que já tens o apelido do rapaz. Também deves ter o primeiro, ou não?
Efectivamente é assim como dizes, Fentustengerstein. :) Uma relação não se pode basear apenas nos sentimentos, mas também na reciprocidade de interesses e gostos. :)
ResponderEliminarP.S.: Isso já eu tentei, mas das várias, uma: ou não tem perfil no facebook, ou tem mais um nome no meio, ou colocou outro apelido, ou...
lots of love ^^
Olá Mark
ResponderEliminarde regresso à blogosfera, mas ainda em ritmo lento...
Gostei do relato do teu fim de ano e parece que as "coisas" serão mais fáceis pelo estudante de economia, do que com o R. Mas olha que eu tenho pena, simpatizava com o moço e acho que o facto de serem bastante opostos só vos poderia enriquecer...
O que interessa é que sejas feliz e com alguém que contribua para tal.
Olá Pinguim. Espero que tenhas tido um excelente regresso e que esses dias tenham sido magníficos.
ResponderEliminarEu também gosto do R. e sempre que o vejo o meu coração bate de uma forma estranha. Ele não me é indiferente. Mas também senti o mesmo na noite de réveillon com o estudante de Economia. Acho que estou confuso!
Tenho de colocar as ideias em ordem.
lots of love, my dear ^^
Eu partilho dos 'lamentos' do pinguim, simpatizava com o R e como romântico convicto acredito que o amor pode transpor barreiras e tornar possível o que parecia impossível. Quando olho para mim e para o P, nós somos tão diferentes, de idade, de feitio, de gostos... e no entanto estou loucamente apaixonado por ele, mesmo nos dias em que ele me trata mal!
ResponderEliminarEnfim, não te posso acusar de cobardia por escolheres o caminho mais fácil, é verdade que o economista é mais parecido contigo, mas será que ele tem o que tu precisas?
Coelhinho, eu gosto do R., mas a verdade é que ele é mesmo simples demais para a minha forma de ser e de estar. Falta-lhe aquela pontinha de loucura saudável, aquela elegância no vestir, no falar, no socializar com as pessoas. Não tem aquela etiqueta que eu valorizo. Não penses que eu "escolho" as pessoas com base nestes critérios, mas, por vezes, sinto que temos formas de estar totalmente incompatíveis.
ResponderEliminarCom este estudante, sinto que as coisas seriam diferentes (estou aqui a falar e nem sei se o voltarei a ver ou não). Houve aquele toque aqui dentro.
lots of love, sweet bunny ^^