18 de janeiro de 2011

Penalizações


Ontem, à conversa com a mãe, soube que se tirar alguma negativa nos exames, o mesmo corresponderá a menos cinquenta euros mensais do que me costuma dar. Digamos que fiquei perplexo com a forma peremptória com que tudo isto me foi dito. E o pior é que sei que ela não terá quaisquer problemas em fazer o que prometeu.  Soube, também, que ligou ao pai a dizer-lhe que se eu tirar alguma negativa será a primeira a informá-lo, ou seja, deixarei de receber do Norte. O problema é que são cinquenta euros por cada cadeira. É imenso dinheiro. E as minhas despesas? Os meus telemóveis, a minha roupa (que ando sempre a comprar), os meus ténis, os meus livros, os meus álbuns musicais, etc? O pior estava para vir... A mãe disse-me que, caso tire mais do que uma negativa, para além da subtracção de cinquenta euros/disciplina, retirará a minha internet. Não!, eu não preciso de comprar roupa e ténis todos os meses, assim como álbuns de música e livros, mas a minha net? Pensei logo na solução mais próxima e fácil: os notebooks da mãe (ela leva um para a empresa e deixa o outro no escritório cá em casa). Mas não é que é mais inteligente e perspicaz do que eu (como é possível?; não o admito a ninguém!)? Disse-me que fechará, sendo esse o caso, o escritório à chave. Wireless, bye, bye! E a banda larga dela é a banda larga dela!
É injusto! Nós temos internet desde meados dos anos noventa, era eu pequenino. Ainda me recordo. Era um modem que estava conectado à tomada do telefone. Uma coisa tão arcaica. Não é possível que me retire uma ferramenta imprescindível nos dias de hoje. Diz que para «qualquer papel ou documento importante das aulas imprimes na faculdade» e que, veja-se!, «MSN, facebook, não são necessários para os teus estudos». Resumindo: acha que estudo pouco. Quatro horas diárias? Ainda quer mais?
Não sabe ela do As Aventuras de Mark, o meu bebé, como conseguiria eu abandonar o meu bebé que já vai fazer três aninhos?
Estúpida! Deus queira que parta um dos saltos dos sapatos, daqueles saltos agulha, numa sarjeta!...
Bom, hoje recebi a nota de Direito Civil. Tive positiva, claro. Menos uma, e as esperanças de que nada do que escrevi acima se cumpra renascem e intensificam-se. O R. não conseguiu fazer a cadeira. Vai a oral. Fiquei tão triste por ele. O seu rosto ficou vermelho ao ver a nota afixada. Apeteceu-me tanto tocar-lhe no rosto, abraçá-lo fortemente e beijá-lo. Saiu furioso e sem se despedir de qualquer pessoa. Neste momento deve estar a digerir a nota. Ele não merecia, coitado. Estudou imenso e sei que se aplica.
Enquanto aguardo pelos resultados, tento assegurar os meus interesses de uma outra forma. Vou pedir à avó, caso reprove a uma cadeira e a mãe cumpra. É que eu já acho que ela me dá pouco. Se ainda tirar, como vai ser?
Que ódio, que ódio, que ódio! -.-

9 comentários:

  1. Acho que não te vão baixar o "salário",pois não irás tirar notas negativas.
    Mas que esse "Pack caseiro" foi mesmo forte, concordo.

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  2. Pinguim: É uma parva! Quer que eu aprove a tudo. Às vezes exige demasiado de mim. Vá lá, disse-me que não me tirava o carro. Menos mal...

    lots of love ^^

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  3. Tem cuidado. Tem cuidado porque isto cheira-me a fim do mundo.

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  4. Mães são assim Mark, mas estou do lado dela a partir do momento em que te ameaça tirar a net. Ai de ti que tires uma negativa... Eu não passo sem o teu bebé!

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  5. Sara: A mim também. :(

    À procura da Perfeição: Oh, obrigado, és um querido. ^^


    lots of love ^^

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  6. É verdade, as mãos são mesmo assim, pregam-nos com cada ultimato...
    Mas tenho a certeza que não terás nenhuma negativa.

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  7. Eric: São terríveis quando querem...
    Oh, obrigado pelas palavras. :))

    lots of love ^^

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  8. Mark, o melhor que eu fiz, foi ir para a Faculdade quando já trabalhava, assim não recebo ultimatos desses, mas de certo modo até compreendo a tua mãe, é tal e qual como a minha e como tantas outras, o sucesso delas está de tal modo interligado ao nosso que elas puxam e exigem o máximo de nós.
    Pensa que quando tiveres um filho, também vais ser assim e percebe-la na totalidade ;)

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  9. Tiago: Exacto, compreendo bem o teu raciocínio e concordo inteiramente com ele. Nós somos, de certa forma, uma continuidade das nossas mães e elas revêem-se no nosso sucesso. :)
    Trabalhar não está, para já, nos meus planos, até mesmo porque não sei fazer nada a não ser gastar dinheiro. Eheh. :)

    lots of love ^^

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