21 de fevereiro de 2010

Quando o ar falta...

Esta noite que passou foi terrível para mim. Já há alguns dias que andava com falta de ar, mas a noite passada foi angustiante. Desde os oito meses que tenho bronquite asmática e, apesar de ser acompanhado por um dos melhores alergologistas do país, nada evitou que passasse pelo hospital.
Por volta das seis horas da madrugada fui ao quarto da mãe. Já não aguentava mais. A mãe arranjou-se depressa, telefonou ao Pedrinho (meu irmão) e, passada uma meia hora, ele estava em minha casa. Fomos ao hospital. Como é particular, fui logo atendido. Uma enfermeira muito simpática tirou-me a camisola, auscultou-me e levou-me para um inalador de ar, onde me colocaram uma máscara para respirar. Fiquei lá uns vinte minutos. De seguida, fui atendido por um médico. Era novo e simpático. E giro! Era alto, moreno e usava o cabelo com gel, assim espetado. Foi muito atencioso e até brincou comigo. Disse-me que gostava de ter tanto cabelo como eu. De facto, tenho muito. Também respondi, dizendo-lhe que dava muito trabalho a lavar, tratar e que era fantástico se tivesse alguém que mo fizesse diariamente. Uma provocação clara. :) O Pedrinho olhou para mim com uma cara de poucos amigos. Como me aconselhou a não falar muito, o médico perguntou à mãe o que eu tomava e o meu historial clínico. A mãe disse-lhe que tomava o Symbicort e, em caso de crise, o Bricanyl. Disse-me para parar com o primeiro e fazer o segundo. Também me passou uma série de exames (análises clínicas, um ecocardiograma, uma TAC abdominal, etc...) e receitou-me mais um inalador. Para além disso, proibiu-me terminantemente de sair de casa durante dois dias. Mas, em relação a isso, já disse à mãe que não vou cumprir. Amanhã tenho teste de Psicologia e quero fazê-lo.
Se a minha casa já parecia uma casa inabitada (devido à arrumação e limpeza), imagino agora. O meu quarto é limpo e arejado todos os dias. Por vezes, tenho pena da Ana. Até já disse à mãe para lhe dar um aumento. Ela bem merece. Às vezes é entediante. Quero estudar e não consigo com o barulho do aspirador pela casa. É ela de um lado e uma outra senhora do outro.
Tive de ficar em casa todo o dia, apesar de me sentir melhor. E amanhã, para piorar, tenho de levar o inalador para a escola. :S
Terei de fazer o sacrifício. É bem melhor do que ter falta de ar. Já deveria estar habituado à sensação, mas é horrível. Querer respirar e não conseguir. Um drama.
Quando cheguei a casa, fiquei a pensar no médico. Era óptimo que tivéssemos sempre profissionais assim. Não é apenas o atendimento estritamente clínico que conta; a simpatia ajuda a relaxar o doente. No entanto, não quero lá voltar, nem para voltar a vê-lo. Lol
Ter dispneia (falta de ar) é horrível. Sentimos o chão e a vida a fugir um pouco.
É das piores sensações que se pode ter.

5 comentários:

  1. Credo! Nem quero pensar como será!

    As melhoras rápidas!

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  2. Ai jesus. Doenças do demónio.

    Fica bem e bom teste.

    As melhoras de um tótó para outro tótó ;)

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  3. Como eu te compreendo... :(

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