2 de março de 2025

Dignidade.


   Creio poder dizer que o país foi apanhado de surpresa com esta polémica em torno de Luís Montenegro. Aquela cara de trafulha nunca me inspirou confiança, e parece que enganado não estava. Continuar a angariar clientes para a empresa “familiar” e a receber avenças sendo Primeiro-Ministro é inadmissível. Nestes momentos, a atitude digna a ter é só uma: apresentar, ante o Presidente da República, a demissão. O que é que o tipo fez? Foi lacónico na declaração ao país e passou a bola, passo a expressão, para o parlamento. Não tem dignidade, nobreza de carácter, nem honra. Um homem tem de saber ser um homem particularmente nos momentos mais difíceis e decisivos, e neste caso não se trata tanto de empurrar o país para novas eleições, senão da idoneidade de um Primeiro-Ministro, e da confiança que perdeu junto do povo. Além disso, o Presidente da República dispõe de mais mecanismos sem ter de recorrer necessariamente a eleições.

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