5 de março de 2025

Anora.


   Já há imenso tempo que não ia ao cinema (mudam-se os tempos, mudam-se as oportunidades; fiz uma adaptação livre). Longes vão os dias em que, quando morava em Lisboa, ia ao cinema dia sim, dia não. Ontem fui, para ver o filme que, na última edição dos Óscares, arrecadou, entre outros, Melhor Filme, Melhor Direcção e Melhor Actriz Principal, num total de cinco estatuetas.




   Reduzi-lo a um filme sobre trabalhadoras do sexo é falta de intuição, inteligência e perspectiva. Anora é mais do que isso. É uma estória de carência afectiva e ilusão. A cena final, sublime, vem acrescentar ainda a frustração, a desilusão, o cansaço, o sentimento de objectificação, tudo junto, que culmina assim. Um filme que, só pela derradeira cena, quanto a mim arrebatadora, merece a pena.

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