A minha avó materna morreu no dia 1 de Janeiro deste ano. Não necessitam dar-me os pêsames. Não a via há uns vinte anos, e sinceramente não era pessoa do meu agrado. Pouco convivemos. Ela morava no Alentejo; eu, em Lisboa. Via-a na Páscoa e no Natal, e nem sempre. Não foi uma boa mãe para a minha mãe, tão-pouco foi uma boa avó comigo. Era uma mulher difícil, meio bruta, um pouco perturbada mentalmente também (creio).
Sucede que a sua morte veio-me baralhar as contas, passo a expressão. Como lhes disse há uns tempos, eu movi um processo judicial contra a minha avó e a minha tia. Tendo morrido a mulher agora, antes do julgamento (que entretanto foi adiado do dia 6 de Janeiro para o dia 20 de Fevereiro por sobreposição de agendas), o mais provável é que a juíza suspenda a instância até se proceder à habilitação de todos os herdeiros, isto é, mais tempo, mais dinheiro e um adiamento do julgamento, o mesmo que dizer, do veredicto que pretendo.
Na altura que falei deste assunto não quis entrar em detalhes, e agora também não o farei. Digo apenas que este processo nada tem que ver com heranças ou dinheiro -geralmente as pessoas movem-se por dinheiro-. É uma questão muito antiga, delicada, que na verdade competia à minha mãe ter sido tratada, mas que ela, por displicência, indiferença e desconhecimento, não tratou. Afecta-me indirectamente, tenho legitimidade, e portanto sigo eu, para obter o reconhecimento de um direito, algo que quero muito, que mexe com a minha honra e com outros direitos pessoalíssimos e dos quais não abdico. Irei até ao fim, doa a quem doer, suceda o que suceder.
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