A polémica está instalada, e eu associo-me. Desde os gastos milionários aos transportes públicos, a Câmara Municipal de Lisboa preocupa-se mais com um evento extraordinário do que com a qualidade de vida dos lisboetas. Palcos de custos astronómicos, transportes públicos gratuitos para os peregrinos, ao passo que viver em Lisboa é cada vez mais uma tarefa impossível, incomportável para a carteira do português médio. Não tem que ver com nenhum sentimento anti-religioso; tem que ver com a hipocrisia: para um evento religioso, sim, tudo; para os lisboetas, para as pessoas que vivem na cidade, nada, ou pouco.
Por parte da Igreja, não esperaria mais. Sabemos como tudo funciona no seio daquela instituição. Luxo e ostentação, sapatos da Prada para o Papa, muito ouro, dinheiro, interesses. Ascetismo e sobriedade apenas na teoria, e sempre desde que se aplique ao fiel. Os números da Igreja, porém, não se resumem apenas às cifras. Há outros, de que todos se parecem esquecer.
Vai ser uma semana complicada para os Lisboetas
ResponderEliminarAbraço amigo
Se fossem apenas os transtornos pontuais. É tudo o que gira em torno disto: o dinheiro (para quem vai), a pompa, o luxo!
EliminarMark
Estou plenamente de acordo consigo.
ResponderEliminarPorque é que dos meus impostos têm de sair milhões para fazer face a uma despesa que nada tem a ver comigo, que nem sequer sou religioso.
Afinal não temos um estado laico?
Se a igreja quer fazer uma coisa destas, pois ela que a pague do seu próprio bolso, que deverá estar mais recheado do que o dos portugueses, e se não estiver, então que não o façam, nem sobrecarreguem outros países com estes eventos.
Porque é que não o fazem no estado do Vaticano?
Porque lhe vão estragar os jardins? Porque implica um gasto excessivo ... pois que não o façam. Tenham vergonha na cara!!!!!
Ainda há pouco tempo estive na basílica de S. Pedro em Roma, para além de ter vasculhado todos os museus vaticanos, e a quantidade de riqueza acumulada é algo de sobre humano, ultrapassa a imaginação mais delirante!!!!!
Não vejo que vantagens tem para Portugal este tipo de evento, a não ser sobrecarregar ainda mais o país e os lisboetas em particular, que, nesta altura, deveriam estar a gozar merecidas férias, e ter uma cidade mais vazia para poder passar bons momentos. Visitar um museu sem a pressa dos horários laborais, passear pelos jardins ou simplesmente pela cidade, apanhar um transporte à vontade, sem ir "enlatado", ir ao cinema, deambular pelas ruas de forma tranquila, sem ter montes de adolescentes ou jovens aos guinchos por todo o lado. Não há direito!!!!!!!
O meu voto refletirá estas decisões, disso poderão estar seguros os senhores políticos e senhores autarcas.
Aliás, quantos não estão a aproveitar-se destas movimentações, pois vários "peregrinos" angolanos já declararam que abandonavam o movimento, e se recusavam a regressar a Angola. Foi uma passagem gratuita para a Europa, e o acolhimento num país à revelia das leis da imigração.
Se isto não é um aproveitamento o que será?
Malditos políticos (que arranjam sempre forma de se atrelar a estas manifestações, quando lhes cheira a dividendos políticos), e malditas religiões que continuam a colocar sobre nós o ónus das suas práticas e decisões à margem do direito dos cidadãos!!!!
Como se não tivéssemos já sofrido bastante às mãos destes movimentos religiosos, sobretudo da religião católica. Cada vez fico mais aliviado por não pertencer a esta histeria, e continuo sem perceber a vontade de pertencer a estas congregações feita por aproveitadores e "chulos" da sociedade!!!!
Espero que estas decisões se paguem caro, oxalá!!!!
Abraço, ainda que cheio de irritação
Manel
Olá, Manel
EliminarCompreendo a sua indignação. É a minha também. Ainda ontem li uma notícia que dizia algo mais ou menos assim: “de dia, religiosos; à noite, na ramboia pelos bares da cidade de Lisboa”. Enfim. São jovens. Tudo é pretexto para viver a vida, celebrar. Tudo é uma permanente festa.
Eu, por acaso, sou-lhe sincero, tenho acompanhado, pelas plataformas digitais da RTP, estas JMJ (nunca antes vira nenhumas), e têm sido cerimónias, se é que lhes podemos chamar assim, bonitas. É pena que a cidade não esteja preparada para esta afluência, e é pena também que estejam envolvidos números (cifras, entenda-se…) tão elevados.
No demais, deixarei para ulterior publicação o que penso de Francisco.
Um abraço grande,
Mark
Há dez anos tivemos cá no Brasil um JMJ e a polêmica foi a mesma. Não sou contra, mas acho que os custos deviam ser cobertos pela igreja católica e jamais pelo Estado, que em tese, deveria ser laico. Ou faz-se o mesmo para todas as religiões ou não se faz para nenhuma delas, o que considero mais republicano.
ResponderEliminarAbraço, Riccardo.
Totalmente de acordo. O Estado não deve financiar nada que diga respeito a estes eventos, mesmo considerando a fé da maioria da população.
EliminarUm abraço,
Mark